Juros da dívida dos países do euro afundam com reforço da bazuca de Lagarde
BCE reforçou o programa de compras de dívida pública no contexto de pandemia num valor acima do esperado. Taxas das obrigações soberanas afundam, com Itália a ser a mais beneficiada.
Os juros da dívida do países do euro estão a afundar, com os investidores a reagirem a reforço da bazuca do Banco Central Europeu (BCE) contra a crise provocada pela pandemia. Taxas de Itália são as que registam as quedas mais expressivas, mas a yield das Obrigações do Tesouro de Portugal também deslizam, embora se mantenha acima dos 0,5% a dez anos.
A expectativa era de que o BCE pudesse reforçar o programa de compra de ativos criado especificamente para combater a crise de Covid-19 em 500 mil milhões de euros, mas Christine Lagarde surpreendeu. Não foram 500, mas sim 600 mil milhões de euros adicionais, elevando para 1.350 milhões a resposta do banco central ao vírus.
Este reforço, juntamente com a promessa de prolongar as compras até meados do próximo ano e de reinvestir os juros até ao final de 2022, teve um forte impacto nos mercados de dívida do euro.
Itália está a ser o país mais beneficiado pelo anúncio feito por Lagarde. Aquele que foi um dos países mais penalizado pela pandemia vê os juros da dívida a dez anos a afundarem 16 pontos para 1,39%, taxa que, ainda assim, se mantém acima da de 1,35% da Grécia, que cai 13 pontos.
Juros da dívida afundam com reforço da bazuca do BCE
Portugal também está a ser beneficiado por este reforço da “bazuca” do euro, com a taxa a dez anos a recuar cinco pontos para os 0,52%, mantendo-se aquém da taxa exigida pelos investidores para comprarem dívida espanhola. A yield espanhola está em 0,55% no prazo a dez anos.
A taxa das Bunds alemãs não mexe, mas neste caso continua em “terreno” negativo. A taxa a dez anos está a -0,36%, registando-se assim uma quebra da redução do risco da generalidade dos países do euro face à Alemanha.
Com este pacote de compra de ativos, o BCE consegue, assim, aliviar a pressão dos mercados sobre os títulos de dívida da generalidade dos países do euro, uma altura em que o endividamento destes se agrava em resultado das medidas adotadas para responder à crise. O BCE garante, desta forma, que os países têm acesso ao mercado e a custos controlados.
(Notícia atualizada às 12h58 com mais informação)
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