Iberdrola baixa preços da luz em junho, quer chegar a meio milhão de clientes em 2020
Com os preços a baixar nos mercados grossistas, a elétrica espanhola vai lançar uma nova tarifa de luz em junho, alinhada com os preços de mercado. Em abril já tinha descido os preços da energia.
A Iberdrola garante que as suas tarifas no mercado livre estão a acompanhar a tendência de queda dos preços da eletricidade nos mercados grossistas nos últimos meses. A primeira atualização nas ofertas de luz e gás foi feira em abril, diz a diretora geral da Iberdrola em Portugal, Carla Costa, estando prevista uma nova redução neste mês de junho.
“A dra. Cristina Portugal [presidente da ERSE] disse uma coisa que é verdade: mesmo o regulador tendo baixado as tarifas de eletricidade, existem no mercado muitas ofertas abaixo do preço regulado, e as da Iberdrola são exemplo disso. A tarifa do mercado regulado continua a não ser a melhor opção, nem de perto nem de longe. Como os preços estão de facto a baixar nos mercados grossistas, vamos agora lançar uma nova tarifa alinhada com os preços de mercado, em meados de junho. Em abril houve logo uma primeira baixa significativa dos preços, e agora ainda vamos baixar mais. A questão é que só podemos baixar o preço da energia que vendemos — o que representa apenas 30% do valor final a pagar pelos clientes –, mas tudo o resto continua a pesar na fatura”, explicou Carla Costa em entrevista ao ECO/Capital Verde.
Além da descida de preços, para acompanhar o mercado, a elétrica adotou também prazos de pagamento alargados. “Estamos a dar 90 dias para pagamento das faturas. Durante março e abril não foi obrigatório pagar faturas, para quem não pudesse, e serão pagas agora em julho ou agosto. Aos clientes vulneráveis tornámos gratuitos os serviços adicionais, de assistência e outros”.
Já avançado pela diretora-geral em 2019, o objetivo de Carla Costa continua a ser chegar a um milhão de clientes até 2025, com os primeiros 500 mil fidelizados até dezembro deste ano. “Ainda não perdi a esperança, apesar de estes dois meses terem sido um rombo gigante. Por mês conseguimos normalmente 10/12 mil contratos, mas há que ter sempre em conta o turismo energético, que ainda é grande”, diz.
Apesar de não ter cortado o investimento e continuar a recrutar, “nem tudo foram rosas” para a Iberdrola nos últimos meses em que a pandemia de Covid-19 tomou conta de Portugal e do mundo. “Tivemos de nos adaptar. Para conseguirmos aumentar a carteira de clientes, uma das nossas maiores forças de venda é o porta-a-porta, que corresponde a mais de 90%. Com a pandemia isso parou. Estamos agora a regressar com todas as normas de higiene e segurança. Mas a expansão da carteira de clientes travou a fundo. Abril foi praticamente zero, foi muito mau”, conta a gestora.
Agora há que recuperar, mas não a qualquer custo, garante a diretora Geral da Iberdrola em Portugal: “Normalmente temos mil e poucos vendedores na rua, através de forças de venda contratadas a outras empresas. Não posso pôr as mãos no fogo e dizer que não há, de todo, más vendas. Mas que eles são criativos, são. Mas nesta fase de crise estão a ser super controlados. Todas as vendas sem exceção têm uma verificação telefónica posterior por parte da Iberdrola. Temos algumas queixas, mas todas as empresas as têm. Se um cliente se queixar, imediatamente lhe anulamos o contrato e a venda“.
Olhando para o copo meio cheio, Carla Costa diz que a pandemia até trouxe vantagens. “Tudo isto fez-nos diversificar os canais de venda: online, por telefone, nas lojas de rua. O porta-a-porta representava 90% das vendas e isso não vai voltar a acontecer. Estamos a fazer outras apostas”.
Quanto à aposta nas energias renováveis, veio para ficar e continuar. “Já há alguns anos que as nossas ofertas para mercado residencial e pequenos negócios são 100% verdes. Sabemos que a transição energética é uma necessidade imperiosa. Investimos 100 mil milhões de euros na criação de um negócio limpo. Uma das coisas que a pandemia nos mostrou que o mundo tem mesmo de ser mais verde”, rematou Carla Costa.
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