“Naturalmente que nos preocupamos” com saída do CEO da EDP, diz presidente da CMVM
Supervisor dos mercados deixa claro que é apenas responsável por garantir que os investidores estão esclarecidos sobre o processo que envolve os gestores do grupo, mas admite preocupação com caso.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não pode intervir na avaliação da idoneidade dos gestores do grupo EDP — António Mexia e João Manso Neto — no caso judicial que poderá levar à destituição dos dois CEO. No entanto, diz que está a acompanhar com preocupação a situação.
“Não antecipamos decisões, mas naturalmente que nos preocupamos“, disse Gabriela Figueiredo Dias, presidente da CMVM, na apresentação do relatório anual. Quanto à possível intervenção na situação, a responsável sublinhou que “a CMVM não tem competência de avaliação dos membros dos órgãos sociais”. Mas deixou em aberto que haja alterações: “Nada é impossível, mas diria que não vai acontecer“.
O Ministério Público pediu a suspensão de funções do presidente da EDP, António Mexia, e do presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto, no âmbito do caso EDP. E ainda uma caução de dois milhões de euros a António Mexia e de um milhão para Manso Neto.
A defesa de António Mexia considera “ilegais” as medidas de coação propostas pelo Ministério Público. O documento da defesa do CEO da elétrica, a que o ECO teve acesso, sustenta que este pedido de agravamento das medidas de coação é relativo a factos que, afinal, não são novos — já são públicos desde 2018 e já tinham sido esclarecido e defende que não há provas novas que sustentem a revisão.
“A EDP é supervisionada pela CMVM, mas não de forma prudencial”, clarificou o administrador João Gião sobre a intervenção do supervisor na avaliação de idoneidade dos gestores. O papel da CMVM prende-se com garantir que os investidores estão devidamente informados. “A idoneidade é um aspeto que tem, em geral, impacto na cotação portanto tem de ser comunicada ao mercado como tem sido feito“.
(Notícia atualizada às 13h00)
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