É oficial. Miguel Stilwell d’Andrade é o novo CEO interino da EDP
Antónia Mexia foi afastado judicialmente do cargo de CEO por oito meses. Conselho Geral e de Supervisão e o Conselho de Administração Executivo nomearam sucessor provisório.
O gestor Miguel Stilwell de Andrade é o novo CEO interino da EDP. A substituição de António Mexia foi comunicada esta segunda-feira pela elétrica à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) depois de o atual CEO ter visto as funções judicialmente suspensas.
O juiz Carlos Alexandre validou a suspensão de funções de António Mexia, presidente da EDP, e João Manso Neto, presidente da EDP Renováveis, no âmbito do caso EDP, que tinha sido proposta pelo Ministério Público, apurou o ECO/Advocatus.
“O Conselho Geral e de Supervisão e o Conselho de Administração Executivo, deliberaram proceder à nomeação do Chief Financial Officer, Eng. Miguel Stilwell de Andrade, para o exercício interino das funções e cargo de presidente do Conselho de Administração Executivo enquanto se verificar o impedimento do Dr. António Mexia, e em acumulação com as atuais funções”, anunciou a empresa.
A suspensão de Mexia e Manso Neto tem efeitos imediatos porque mesmo que haja recurso das medidas de coação não tem efeito suspensivo, segundo fonte ligada ao processo explicou ao ECO. Esta medida de coação dura oito meses. Além disso, Mexia e Manso Neto ficam ainda proibidos de contactar, por qualquer meio, com arguidos.
“Na medida em que o número mínimo de membros do Conselho de Administração Executivo estatuariamente fixado se mantém respeitado, o Conselho de Administração Executivo mantém todos os poderes e condições necessárias para assegurar o regular funcionamento da sociedade e das suas relações com as subsidiárias, nomeadamente a EDP Renováveis e a EDP Energias do Brasil”, garante a EDP.
“Não houve qualquer irregularidade”, garante elétrica
Em causa está o processo das rendas excessivas da EDP, que está há cerca de oito anos em investigação no Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Este tem cinco arguidos: além de António Mexia e João Manso Neto, inclui-se também neste grupo o ex-ministro Manuel Pinho, o administrador da REN e antigo consultor de Pinho, João Faria Conceição, e Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas.
“A EDP reafirma que relativamente às matérias em causa não houve qualquer irregularidade que lhe possa ser imputada“, diz a EDP no mesmo comunicado. Refere que o enquadramento legal existe desde 2004, que há estudos e pareceres independentes sobre a matéria e que foi, em 2018, alvo de apreciação numa Comissão Parlamentar de Inquérito.
“Não tendo havido qualquer benefício para a EDP decorrente da cessação antecipada dos CAE e adoção do regime dos CMEC, bem como da extensão do direito de utilização do DPH, toda a argumentação associada a atos de favorecimento da EDP não tem fundamento“, argumenta.
Após a notícia do ECO / Advocatus, a CMVM suspendeu a negociação das ações da EDP e da EDP Renováveis, que começaram a desvalorizar cerca de 2%. Sobre a cotação das ações na bolsa de Lisboa, refere que a investigação no âmbito da qual foram aplicadas as referidas medidas de
coação decorre desde 2012 e que os temas mencionados foram objeto de diversos comunicados ao mercado realizados desde 2004, bem como disclosure nos Relatórios e Contas.
“A EDP permanece firme no cumprimento do seu propósito societário, em salvaguarda das mais elevadas expectativas dos seus clientes, dos seus acionistas, dos seus colaboradores e demais stakeholders, e mantém-se empenhada na concretização do Plano de Negócios apresentado ao mercado em março de 2019“, acrescenta a empresa agora liderada por Miguel Stilwell de Andrade.
(Notícia atualizada às 21h35)
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