Certificados crescem na pandemia. Aplicações engordam 130 milhões em junho
Nunca os portugueses confiaram tanto no Estado para proteger as suas poupanças como durante a pandemia de Covid-19. Em junho, famílias reforçaram as aplicações em Certificados de Aforro e do Tesouro.
Em plena crise provocada pela pandemia, as famílias portuguesas estão a reforçar as aplicações nos produtos poupança do Estado. Em junho, o valor do investimento em certificados “engordou” 129 milhões de euros.
Tanto os Certificados de Aforro como os Certificados do Tesouro registaram aumentos no mês passado, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal. As aplicações nos Certificados do Tesouro — que, como se prevê, correm o risco de deixar de pagar o prémio ligado à economia daqui a uns meses devido à crise — aumentaram em 109 milhões de euros, enquanto o valor investido nos tradicionais Certificados de Aforro subiu 20 milhões.
No total, o investimento nos certificados ascendia a aproximadamente 29,2 mil milhões de euros no final do mês de junho, sendo um valor máximo. Isto é, nunca os portugueses confiaram tanto no Estado para proteger as suas poupanças como durante a pandemia de Covid-19.
Dos 29,2 mil milhões, mais de 17 mil milhões estavam aplicados em Certificados do Tesouro, recuperando já as saídas de 690 milhões registadas em janeiro deste ano (saídas que tiveram sobretudo a ver com o vencimento dos últimos Certificados do Tesouro Poupança Mais que ofereciam juros até 5% e foram emitidos em 2015).
Já os Certificados de Aforro representam um investimento dos aforradores portugueses na ordem dos 12,1 mil milhões de euros, traduzindo um aumento de 102 milhões de euros desde o início do ano.
Certificados engordam durante a pandemia
Fonte: Banco de Portugal
Estes dados vêm confirmar uma tendência de prudência das famílias portuguesas, que estão a reforçar as suas poupanças durante a crise provocada pelo surto do novo coronavírus. Esta terça-feira, o Banco de Portugal revelou ainda que o endividamento da economia agravou-se em maio para um novo recorde acima dos 740 mil milhões de euros, uma subida explicada essencialmente pelo crescimento da dívida pública e das empresas.
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