Famílias congelam juros da casa durante cada vez mais tempo
Nos contratos de créditos à habitação a taxa fixa celebrados no ano passado, o prazo médio foi de 25 anos, um acréscimo de mais de dois anos e meio face ao verificado no ano anterior.
Há mais portugueses a trocar o incerto pelo certo e a deixarem-se seduzir pelo crédito à habitação de taxa fixa. E na hora de contratar estão a preferir também “congelar” por mais tempo os respetivos encargos mensais com a casa. Nos contratos de créditos à habitação a taxa fixa celebrados no ano passado, o prazo médio escolhido foi de 25 anos, um acréscimo de mais de dois anos e meio face ao verificado no ano anterior.
“Nos contratos a taxa fixa não relacionados com a regularização de situações de incumprimento, o prazo médio foi de 25 anos, uma duração superior à de 2018 (22,4 anos)”, refere o Banco de Portugal no Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Retalho de 2019.
Esse acréscimo na maturidade média dos empréstimos de taxa fixa dá seguimento a uma tendência que já tinha sido reportada no relatório referente ao ano anterior. De 2017 para 2018, a maturidade média já tinha crescido de 22 para 22,4 anos.
Tal acontece num período marcado por níveis historicamente reduzidos dos juros de referência, com muitos portugueses possivelmente a procurarem tirar partido dessa circunstância para fixar o valor dos encargos mensais com a casa em níveis mais baixos.
Mas também não será indiferente ao reforço da aposta dos próprios bancos na oferta de soluções de crédito à habitação de taxa fixa, com enfoque sobretudo em prazos mais dilatados e em concreto em maturidades a 30 anos.
Depois de o BPI ter relançado a sua solução de crédito à habitação de taxa fixa a 30 anos no final de 2018, outros dois grandes bancos se lançaram nesta oferta. Mas em específico, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Novo Banco que no início do ano passado também começaram a disponibilizar crédito à habitação de taxa fixa a 30 anos. Para além desses três bancos, o único a permitir esticar a fixação da taxa de juro do empréstimo da casa por um prazo tão prolongado é o Bankinter, enquanto o Montepio fica-se pelos 25 anos.
A busca por encaminhar os clientes para as soluções de crédito da casa de taxa fixa resulta do facto de nesta tipologia de financiamento os bancos tenderem a ser melhor remunerados face ao que acontece com a taxa variável.
Prova disso mesmo é o diferencial dos custos entre a taxa fixa e a taxa variável registada nas contratações de crédito celebradas no ano passado. Nos novos contratos a taxa variável a TAEG média foi de 2,6%, um valor inferior face aos 3,4% que se verificou nos novos contratos de taxa fixa.
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