Portugal obtém taxas ainda mais negativas para emitir dívida de curto prazo. Juro foi de -0,501% a três meses
Agência liderada por Cristina Casalinho financiou-se em 1.250 milhões de euros em bilhetes do Tesouro com maturidade a três e 11 meses.
Portugal conseguiu juros negativos no duplo leilão de dívida de curto prazo. As taxas foram ainda mais baixas do que as registadas na operação comparável, realizada em junho, com o IGCP a captar o montante máximo previsto nesta emissão, de 1.250 milhões de euros, em pleno período de férias.
De acordo com dados da Reuters, a agência liderada por Cristina Casalinho financiou-se com uma taxa de -0,501% no prazo mais curto, a três meses, o que compara com os -0,48% da operação anterior. Nesta maturidade, o IGCP colocou 300 dos 1.250 milhões de euros de financiamento, tendo a procura superado a oferta em 3,93 vezes.
Nos bilhetes do Tesouro com o prazo de 11 meses, em que o IGCP colocou a maior “fatia” do montante previsto, num total de 900 milhões de euros, a agência registou um juro de -0,473%, também mais baixo do que o de -0,438% alcançado em junho.
Estes juros ainda mais negativos do que os registados nas anteriores emissões traduzem o comportamento da dívida pública nos mercados internacionais, com a procura a fazer subir o preço dos títulos e a afundar as taxas.
Esta realidade verifica-se tanto na dívida de curto prazo como nas obrigações do Tesouro, com prazos longos. Reflete o apetite dos investidores, mas também a atuação do Banco Central Europeu (BCE), que, em plena pandemia, lançou uma bazuca para comprar dívida de países do euro numa altura em que os diferentes estados são forçados a gastos avultados para darem resposta à crise sanitária.
A bazuca do BCE para combater o impacto do vírus na economia do euro já ficou com quase 9 mil milhões de euros em dívida portuguesa. A estas compras realizadas entre março e julho acrescem 2,7 mil milhões em obrigações do Tesouro que o BCE comprou desde o arranque do ano.
(Notícia atualizada às 10h46 com mais informação)
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