Primeira versão do plano de reestruturação da TAP pronta em dois meses
A consultora escolhida para a reestruturação do grupo TAP informou o SPAC que “os estudos para a reestruturação devem ter uma primeira versão no prazo de dois meses”.
A primeira versão do plano de reestruturação da TAP deve estar concluída no prazo de dois meses, informou na quarta-feira o Boston Consulting Group (BCG), numa reunião com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).
Numa comunicação aos associados, a que a Lusa teve acesso, o SPAC adianta que a consultora escolhida para a reestruturação do grupo TAP informou que “os estudos para a reestruturação devem ter uma primeira versão no prazo de dois meses”.
O BCG foi a consultora selecionada para a elaboração do plano de reestruturação da TAP, e na quarta-feira iniciou o processo de auscultação das organizações representativas dos trabalhadores, tendo reunido com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
Nas comunicações aos trabalhadores sobre o conteúdo da reunião, a que a Lusa teve acesso, o SPAC adiantou que apresentou estudos que apontam para a inexistência de excesso de pilotos, mesmo considerando uma redução da atividade”, tendo manifestado ser “fundamental manter um nível de pilotos que permita garantir uma retoma significativa da operação e uma massa crítica mínima da empresa que assegure a sua recuperação”.
Ainda que tenha manifestado que “não considera necessário proceder à redução do número de pilotos”, a estrutura sindical “declarou que devem ser criados mecanismos voluntários para se reduzir a disponibilidade de pilotos, como sejam as reformas antecipadas e as pré-reformas”. O sindicato manifestou ainda “total disponibilidade para contribuir com o seu conhecimento técnico para a definição do contingente de pilotos que irão operar as aeronaves necessárias que viabilizarão as rotas previstas na rede e no modelo de negócio da atividade futura da empresa, cuja responsabilidade pertence, em última instância, ao acionista Estado”.
Já o SNPVAC refere aos seus associados que não foram apresentados dados sobre o processo de reestruturação, adiantando que “estranhamente” apenas foram solicitados “inputs [contributos] genéricos para o futuro da empresa”.
No seguimento da aprovação pela Comissão Europeia de um auxílio estatal à TAP, o grupo aéreo procedeu a uma consulta no mercado para selecionar uma entidade que preste serviços de consultoria, no sentido de auxiliar na elaboração de um plano de reestruturação, a apresentar à Comissão Europeia.
Na comunicação aos associados, o SPAC adianta que a reunião se iniciou com uma apresentação do presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho, e do COO, Ramiro Sequeira, com o objetivo de ouvir “o SPAC sobre o processo de reestruturação e futuro da TAP”. Após a apresentação inicial, adianta, a reunião continuou apenas com o PMO [project management office] do processo, Miguel Malaquias Pereira, e os consultores do BCG.
“O SPAC teve oportunidade de referir os aspetos cuja observação considera essencial no processo de reestruturação”, referindo ter transmitido que sabe que o processo “tem grandes dificuldades pela frente, em particular a imprevisibilidade da atividade futura no atual contexto da aviação civil e, por outro, o obstáculo que se consubstancia na aprovação por parte dos órgãos da Comissão Europeia”, lê-se na comunicação a que a Lusa teve acesso.
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