“Velhas glórias” procuram relançar carreira na Liga Nos
Nomes como Ricardo Quaresma, Nico Gaitán e Javi García estão de volta ao campeonato nacional, surgem numa altura em que a Liga está a querer internacionalizar a sua marca.
O campeonato português dá o pontapé de saída, esta sexta-feira, num início de época que ficará marcado pelos inesperados regressos de caras bem conhecidas dos adeptos nacionais, casos de Ricardo Quaresma, Javi García e Nico Gaitán.
Três atletas que têm em comum o facto de terem passado pelos principais emblemas portugueses e, após uma longa estadia no estrangeiro, decidiram voltar a uma Liga que está a querer transformar a sua imagem.
Aliás, jogadores acima dos 30 anos que decidem retornar à Liga portuguesa para relançar as suas carreiras são um fenómeno cada vez mais recorrente no nosso futebol. Anteriormente, nomes como Pepe ou Ricardo Costa fizeram o mesmo, decidindo voltar para um campeonato que está cada vez mais focado na internacionalização e que pretende dar uma espécie de segunda vida a jogadores de renome internacional, apesar da sua idade já avançada para os padrões do “desporto rei”.
De águia a Pantera Negra: assim se fez o percurso de Javi García
Javi García foi oficializado no Boavista a 19 de agosto e apanhou os entusiastas do futebol português de surpresa. Depois de 8 anos fora de Portugal, o médio está de volta ao campeonato nacional para representar as cores do conjunto nortenho.
O atleta espanhol é uma cara bem conhecida em terras lusas devido à sua passagem pelos “encarnados” entre 2009 e 2012 — que na altura esteve às ordens de Jorge Jesus e que, curiosamente, esta época também está de volta à I Liga –, onde de “águia” ao peito conquistou quatro títulos domésticos (uma Liga portuguesa e três Taças da Liga).
Após a sua estadia no clube lisboeta, o médio trocou o calor de Portugal pelo frio britânico para jogar no Manchester City de Roberto Mancini. Em Inglaterra, Javi García vestiu a camisola azul dos “cityzens” por duas temporadas, tendo realizado um total de 76 jogos.
Javi García teve ainda passagens pela Rússia, ao serviço Zenit, e no seu país de origem, Real Betis (onde joga o português William Carvalho). Depois da desilusão na última temporada, com apenas 9 jogos disputados, o médio de 33 anos rumou ao Boavista à procura de recuperar o bom momento desportivo que viveu no Benfica.
“Mustang” iniciou rota em Lisboa, abasteceu no Porto e terminou em Guimarães
Ricardo Quaresma está de regresso ao principal escalão do futebol nacional, e não, não é para representar o FC Porto. O campeão europeu por Portugal é o mais recente reforço do Vitória SC para a nova temporada, sendo um dos nomes mais sonantes que passou pelo clube da cidade de Berço este século e que será, sem dúvida, um trunfo para o novo treinador Tiago Mendes.
Ao contrário de Javi García, o extremo começou a sua carreira profissional em Portugal, mais especificamente na academia do Sporting. No longínquo ano de 2001, foi o técnico romeno Lazlo Boloni que descobriu o talento de Quaresma nos escalões jovens e o lançou para o futebol profissional. O “Mustang”, como ficou conhecido na equipa, permaneceu duas temporadas no clube de Alvalade e, de seguida, fez as malas para rumar aos catalães do Barcelona.
Todavia, na Catalunha não encontrou o caminho da glória e, passado apenas uma época, o atleta luso decidiu voltar ao país de origem mas desta vez para vestir as cores do FC Porto. Uma contratação que, naquele tempo, agitou o mercado de transferências nacional pelo facto de um jogador formado em Alvalade ter decidido assinar pelo “rival” azul e branco.
Ao serviço dos “dragões”, Quaresma manteve-se quatro épocas e tornou-se numa figura central do plantel e até mesmo da Liga portuguesa. Nesse espaço de tempo, o extremo português conquistou seis títulos no clube liderado por Pinto da Costa. Porém, esta não seria a última vez que voltava à casa onde foi (mais) feliz.
Inter de Milão (Itália), Chelsea (Inglaterra), Besiktas (Turquia) e Al Ahli Club (Arábia Saudita) foram os clubes que se seguiram para o internacional português. Passagens que ficaram marcadas por um relativo sucesso do atleta, especialmente a sua aventura pelo emblema turco.
A carreira de Ricardo Quaresma ficou também marcada pelo regresso a clubes onde obteve o melhor rendimento enquanto jogador de futebol, como foi o caso do FC Porto e do Besiktas.
O extremo voltou a envergar a camisola dos azuis e brancos ao longo de duas épocas (2013/14 e 2014/15), tendo de seguida trocado a cidade do Porto por Istambul, para representar novamente as “águias negras”, como o Besiktas é conhecido na Turquia. Esta última passagem pelo emblema turco, foi o período em que Quaresma permaneceu mais tempo num só clube: No total foram quatro épocas e meia, acabando por ser vendido ao Kasimpasa no mercado de inverno da temporada passada.
Após seis anos em território turco, o extremo de 36 anos está de volta ao campeonato nacional para vestir a camisola do Vitória SC e com o intuito de brilhar novamente no palco do futebol português. Uma mudança que poderá ser o seu último capítulo no mundo do futebol, pois o jogador referiu na sua apresentação que desejaria terminar a sua carreira no emblema vimaranense.
Nostalgia “encarnada” faz Gaitán voltar a Portugal
Passados quatro anos, Nico Gaitán está de regresso à Liga portuguesa depois do Sp. Braga ter adquirido o passe do atleta argentino a custo zero este verão. Com 32 anos, o atacante sul-americano procura regressar à forma que atingira na sua primeira passagem por Portugal, ao serviço do Benfica.
O jogador começou a sua carreira na “cantera” do Boca Juniors e onde se tornou profissional de futebol. No total, o atleta realizou 79 jogos no emblemático clube argentino, o suficiente para chamar a atenção do Benfica e este pagar cerca de 8 milhões de euros pelo passe do jogador em 2010.
Naquela que foi a sua primeira experiência no velho continente europeu, Nico Gaitán adaptou-se facilmente à realidade do futebol nacional e, desde cedo, agarrou um lugar nas “águias”. O virtuoso atacante representou as cores do emblema lisboeta seis épocas consecutivas, o que fazendo as contas dá um total de 253 duelos disputados e 41 golos marcados. Além disso, o atleta ajudou o clube liderado por Luís Filipe Vieira a vencer cinco títulos domésticos (três campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido Oliveira).
Com vistosas exibições na Liga portuguesa, Gaitán chamou a atenção de alguns dos emblemas mais importantes na Europa, sendo que o Atlético de Madrid foi o clube que conseguiu convencer o Benfica a vender o atleta argentino a troco de 25 milhões de euros. Já em Espanha, numa das ligas mais mediáticas do mundo, o jogador foi abalado por lesões musculares consecutivas e, devido aos infortúnios, não conseguiu agarrar o seu lugar nos ‘colchoneros’, permanecendo apenas uma época e meia no clube.
Contudo antes de voltar a Portugal, Nico Gaitán mudou por três vezes de Continente: primeiramente para jogar no Dalian Pro, na China, depois no Chicago Fire, nos Estados Unidos da América, e nos franceses do Lille na época passada.
No clube gaulês, o atacante de 32 anos realizou apenas quatro encontros em toda a temporada passada, números estes, que fizeram Gaitán abandonar o Lille e rumar ao campeonato português para vestir as cores dos “braguistas”. Uma decisão tomada com o intuito de recuperar os bons momentos que viveu no Benfica no início da década e ao mesmo tempo afastar a “nuvem negra” das lesões.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
“Velhas glórias” procuram relançar carreira na Liga Nos
{{ noCommentsLabel }}