40% das empresas agravaram atraso nos pagamentos de fevereiro a agosto
Entre fevereiro e agosto, 40% das empresas agravaram o atraso nos pagamentos a fornecedores. A maioria das empresas continua a pagar com um atraso inferior a 30 dias, segundo estudo da Informa D&B.
Mais de um terço das empresas (40%) agravaram o atraso no pagamento a fornecedores entre fevereiro e agosto, outros 40% mantiveram o nível e as restantes melhoraram, segundo um estudo da Informa D&B divulgado esta terça-feira.
“Entre fevereiro e agosto, 40% das empresas agravaram o atraso de pagamento, 40% mantiveram o mesmo nível de atraso, tendo as restantes melhorado”, indicou, em comunicado, a Informa D&B.
De acordo com o estudo “Covid-19 – Cumprimentos e Risco de Pagamento das Empresas”, em agosto, 15,4% das empresas pagaram aos fornecedores dentro do prazo, abaixo dos 16% registados em fevereiro.
Conforme explicou a consultora, os efeitos da pandemia de Covid-19 estão a refletir-se “de forma desigual” entre os vários setores, não permitindo “ainda tirar conclusões sobre este indicador”, tendo em conta que muitas empresas recorrem a medidas de apoio “que podem estar a mitigar a situação”.
Por sua vez, o número médio de dias passou de 26 em fevereiro para 27 em agosto, sendo que 7,3% das empresas pagaram com atrasos superiores a 90 dias, o que reflete uma subida de 0,2 pontos percentuais face a fevereiro.
Já a grande maioria das empresas (66%) continua a pagar com um atraso inferior a 30 dias.
“No momento crítico que atravessamos, o cumprimento dos prazos de pagamento será uma das formas mais relevantes de trazer saúde ao ciclo comercial das empresas, que teria certamente efeitos positivos na sua sustentabilidade e no ambiente económico em geral”, considerou, citada no mesmo documento, a diretora-geral da Informa D&B, Teresa Cardoso de Menezes.
Os dados da consultora revelaram ainda que o cumprimento dos prazos de pagamento em Portugal agravou-se na última década, aumentando o afastamento em relação à média europeia (44,3%), “que evoluiu positivamente neste período”.
Portugal recuou também no que se refere aos grandes atrasos, com 11,6% das empresas a atrasarem-se mais de 90 dias, face aos 3,9% da Europa.
A Informa D&B notou ainda que o risco associado ao recebimento por parte do cliente é uma das “grandes preocupações” dos gestores no que respeita ao crédito comercial.
O indicador “Risco Deliquency”, modelo que indica qual a probabilidade de, nos próximos 12 meses, uma empresa pagar aos fornecedores com atrasos superiores a 90 dias, revelou que a percentagem das empresas com risco “mínimo ou reduzido” é de 41,3%, menos 0,9 pontos percentuais do que em dezembro de 2019.
Para esta redução contribuíram as empresas de dimensão reduzida dos setores mais afetados pela covid-19, como o alojamento e restauração e retalho.
Adicionalmente, existem 52 mil empresas com risco elevado ou médio-alto, maioritariamente, microempresas.
Para a realização deste estudo a Informa D&B teve por base a informação gerada pelo programa Dun-Trade®, sendo que o ‘Paydex’ é calculado para cada empresa quando recolhido um histórico de pagamentos de, pelo menos, três experiências junto de três fornecedores, gerando um valor de 0 a 100.
Assim, as classificações entre 0 e 19 correspondem a atrasos superiores a 120 dias, de 20 a 29 entre 90 e 120 dias, de 30 a 39 entre 60 e 90 dias, de 40 a 49 entre 30 e 60 dias, de 50 a 79 até 30 dias de atraso e de 81 a 100 antes do prazo acordado.
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