Poupança das famílias atinge máximo de sete anos durante a pandemia. Taxa foi de 10,6%
Desde 2013 que os portugueses não poupavam tanto como durante o segundo trimestre do ano. A queda do consumo, em sequência da pandemia, levou ao aumento da taxa de poupança.
Em plena pandemia, a poupança dos portugueses acelerou para um novo máximo. A taxa de poupança em Portugal aumentou no segundo trimestre para os 10,6%, subindo 3,1 pontos percentuais face ao valor registado no primeiro trimestre (7,5%), de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE. Esta é a taxa de poupança mais elevada desde o segundo trimestre de 2013 (10,8%).
O “salto” na taxa de poupança resulta sobretudo da diminuição de 3,7% do consumo final. O gabinete de estatísticas público explica que a diminuição da despesa de consumo “mais do que compensou a redução de 0,4% do Rendimento Disponível Bruto (RDB)”, acrescentando que “esta redução foi determinada pela diminuição de 0,6% das remunerações e de 1,1% do Excedente bruto de exploração (EBE)”.
O INE esclarece que “os efeitos da pandemia Covid-19 têm um impacto significativo sobre os atuais resultados” divulgados esta quarta-feira, nomeadamente o estado de emergência decretado a 18 de março, que estabeleceu o encerramento temporário de várias atividades económicas e restrições à livre circulação de pessoas, e a sua substituição pela situação de calamidade que vigorou até ao final de junho. Determinações que resultaram em quebras de consumo.
O INE alerta que a taxa de poupança é muito influenciada por efeitos de natureza sazonal e que no caso das famílias, os pagamentos dos subsídios de férias (que podem ocorrer no 2º ou no 3º trimestre) e dos subsídios de Natal (geralmente no 4º trimestre) determinam fortemente o comportamento da taxa de poupança. Face a essas circunstâncias, a taxa de poupança no 1º trimestre de cada ano é a mais baixa (até mesmo negativa).
“Apesar deste forte efeito sazonal, no contexto da pandemia Covid-19 importa ainda assim avaliar o comportamento da taxa de poupança”, frisa ainda o INE.
A poupança mede a parte do rendimento disponível que não é afeta à despesa de consumo final. Deste modo, a taxa de poupança é calculada através do rácio entre a poupança bruta e o rendimento disponível.
(Notícia atualizada às 11h50)
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