Moratórias não são uma “panaceia”, alerta Banco de Portugal
Vice-governador do Banco de Portugal diz que é necessário começar a pensar "numa estratégia de saída" do regime das moratórias porque recuperação económica não será igual para todos.
Milhares de famílias e empresas portuguesas pediram aos bancos para suspenderem as prestações dos empréstimos nos últimos meses. O Banco de Portugal considera a moratória do crédito foi uma medida importante porque permitiu absorver o impacto imediato da crise pandémica, mas não é “uma panaceia”, avisa o vice-governador, Luís Máximo dos Santos. É preciso começar a pensar “numa estratégia de saída” porque a recuperação não será igual para todos.
“É um instrumento e uma medida de política importante, mas não é uma panaceia. Quer dizer, as moratórias permitem ganhar tempo e gerir melhor a conjuntura imediata, mas haverá um momento em que terão de cessar”, alerta Máximo dos Santos em entrevista ao BdP Podcast, o novo podcast do Banco de Portugal.
“Aí terá de se pensar numa espécie estratégia de saída porque a recuperação da atividade económica provavelmente não vai ser de índole a que uma vez terminadas as moratórias, a suspensão dos reembolsos de crédito, todos os beneficiários delas possam estar em condições de passar a cumprir”, sublinhou o vice-governador.
"É um instrumento e uma medida de política importante, mas não é uma panaceia. Quer dizer, as moratórias permitem ganhar tempo e gerir melhor a conjuntura imediata, mas haverá um momento em que terão de cessar.”
Máximo dos Santos lembra que, mesmo na atual situação das moratórias, os bancos já estão a registar um aumento de incumprimentos nos créditos por parte daqueles que não se encontram abrangidos pela medida que permite uma suspensão temporária do pagamento dos empréstimos bancários até setembro do próximo ano.
De acordo com a Sinopse de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal, os contratos de crédito com moratórias ascendiam a 726.966 no final de agosto.
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