“Para os europeus é muito difícil pensar que existem pessoas que apoiam o Trump”, diz Dana Redford
Empresário norte-americano diz que "povo norte-americano é mais conservador que o povo europeu" e que percebe que para os europeus seja muito difícil pensar que existem pessoas que apoiam o Trump.
No dia das eleições presenciais dos EUA, a maioria das sondagens dá vantagem a Joe Biden. Dana Redford acredita na vitória de Biden, mas diz que até ao último minuto tudo pode mudar. “É uma pergunta difícil, mesmo com as sondagens a apontar para a vitória de Biden. As pessoas evitam viver com essa certeza até porque nas ultimas eleições as sondagens apontavam para a vitória da Hillary Clinton e isso não aconteceu”.
Dana Redford é norte-americano, presidente da Policy Experimentation & Evaluation Platform (PEEP) e vive entre Portugal e os EUA há 18 anos. Em entrevista ao ECO mostra-se mais inclinado para o democrata Joe Biden, mas destaca que o mais importante é voltar a estabelecer as relações internacionais, independentemente do candidato eleito para a Casa Branca.
“Seja o Trump ou o Biden, eu quero que os EUA sejam mais abertos às alianças e que valorizem mais as relações com Portugal e com a Europa; e eu vejo o Biden mais aberto nesse sentido”, explica Dana Redford.
Ao contrário de Trump que quer desvincular-se das relações comercias e que disse que UE é “tão má como a China” nas relações comerciais com os EUA, Biden garante que vai restaurar as relações externas cortadas pelo atual presidente dos EUA e reverter as políticas de Trump contra a imigração. Para Dana Redford voltar a estabelecer as relações internacionais será um bom ponto de partida. “Para o bem da economia norte-americana temos que olhar mais para as relações internacionais e aí o Biden talvez seja uma influência mais estabilizadora no mercado”, destaca o consultor do departamento de comércio dos Estados Unidos da América, Comissão Europeia, OCDE e das Nações Unidas.
Na ótica de Dana Redford, “a medida de sucesso para o Trump é a bolsa de valores” e alerta que “quando os políticos são mais influenciados pelo dinheiro do que pelos cidadãos, a democracia sofre”.
Seja o Trump ou o Biden, eu quero que os EUA sejam mais abertos às alianças e que valorizem mais as relações com Portugal e com a Europa; e eu vejo o Biden mais aberto nesse sentido.
Numa altura em que os EUA estão entre os países com mais infetados por Covid-19, com quase mil casos diários, a forma como o Donald Trump está a encarar a situação pandémica não está a agradar à população. Para Dana Redford, a “abordagem que o Trump está a ter com a pandemia é incorreta”. Destaca ainda que “Trump sabia que da gravidade da pandemia mas não teve confiança no povo norte-americano”.
Face a todas as políticas mais “extremistas”, as medidas de Trump não são bem encaradas pela maioria dos europeus. O presidente da Policy Experimentation & Evaluation Platform percebe que “para muitos europeus é muito difícil pensar que existem pessoas que apoiam o Trump”, e explica que “o povo norte-americano é mais conservador que o povo europeu”.
Dana Redford acredita que as eleições presidenciais desta terça-feira “podem marcar a história e o percurso dos EUA nos próximos anos”.
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