Flexibilidade, reconhecimento e sustentabilidade: as três vantagens da pandemia
Os trabalhadores europeus esperam que a Covid-19 tenha efeitos positivos, entre eles mais flexibilidade, mais valorização de determinadas funções e maior consciência ambiental, revela estudo.
A forte aposta de futuro em políticas de trabalho flexíveis, o maior reconhecimento de funções em determinados setores e a maior preocupação com a sustentabilidade são alguns dos efeitos positivos da pandemia no mundo do trabalho.
Mais de metade dos trabalhadores europeus afirma sentir-se motivado em teletrabalho e mais de 40% dos inquiridos gostaria de continuar com esta modalidade de trabalho no futuro, pelo menos durante dois dias por semana. Estas são algumas das conclusões do estudo da empresa de recrutamento Michael Page sobre o impacto da Covid-19 no trabalho, que reuniu respostas de 4.000 pessoas entre julho e agosto, na Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Itália, Luxemburgo, Polónia, Portugal, Suécia, Suíça e Turquia.
Flexibilidade, reconhecimento e preocupação com a sustentabilidade
O estudo revela que a pandemia poderá ter efeitos de mudança positivos. Cerca de 75,5% dos inquiridos tem a expectativa de que as empresas implementem políticas flexíveis de trabalho no futuro e 62,9% espera um maior reconhecimento de algumas funções que anteriormente não tinham a mesma relevância, principalmente associadas aos setores de cuidados de saúde, retalho, educação e logística.
“Compreender a perceção dos colaboradores é a chave para definir um modelo de trabalho que se adapte às necessidades das empresas, mantendo o compromisso e a satisfação no trabalho por parte de todos os colaboradores”, sublinha Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page Portugal, citado em comunicado.
Em terceiro lugar, é referida a sustentabilidade, com 46,3% dos trabalhadores europeus a considerar que a consciência ambiental tem crescido nos últimos meses, impulsionando o consumo responsável e local de bens e produtos.
Europeus querem continuar com teletrabalho
Mais de metade dos trabalhadores europeus (51,4%) afirma que continuou motivado no regime de teletrabalho, apontando ainda a satisfação e produtividade como fatores que se mantiveram estáveis durante os meses de trabalho em casa. 53,7% afirmam ainda que se sentem igualmente envolvidos com a empresa como quando vão ao escritório todos os dias. Um estudo da Mercer, realizado em outubro, revelava que a maioria dos trabalhadores receia perder a flexibilidade no cenário pós-pandemia.
“Estamos num ponto crítico em que muitas empresas estão a elaborar os seus planos para os próximos meses. Mas, para desenvolver uma estratégia eficaz, é preciso saber o que pensam os colaboradores e como evoluíram profissionalmente ao longo destes meses de trabalho em casa”, acrescenta o diretor-geral da Michael Page Portugal.
Sobre o futuro do trabalho, os colaboradores europeus apoiam um modelo flexível que combina a possibilidade de trabalhar no escritório com o teletrabalho. Os resultados confirmam esta tendência, sendo que 61,6% afirma que consideraria trabalhar remotamente no futuro. Porém, em termos de proporção, 41,1% referem que optariam pelo teletrabalho dois dias por semana, 33% três dias, 18,2% quatro dias e apenas 7,7% afirmam que gostariam de trabalhar remotamente todos os dias.
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