Economia alemã cresce 8,5% no terceiro trimestre
PIB da maior economia da Zona Euro cresceu mais do que o esperado no terceiro trimestre. Mas "confinamento suave" deverá impor nova quebra da atividade económica no final do ano.
A economia alemã cresceu a uma taxa recorde de 8,5% no terceiro trimestre, recuperando em grande medida da queda abrupta do Produto Interno Bruto (PIB) registada na primeira vaga da pandemia de Covid-19 na primavera.
A recuperação acima do esperado da maior economia da Zona Euro deveu-se essencialmente à subida do consumo das famílias e ao aumento das exportações, adiantou o gabinete de estatística alemão esta terça-feira. “Isto permitiu à economia alemã compensar grande parte da quebra massiva no PIB causada pela pandemia no segundo trimestre“, acrescentou.
Trata-se de uma revisão em alta face à estimativa rápida de crescimento 8,2%, e segue-se ao afundanço de 9,8% no trimestre anterior.
Apesar da recuperação, o quarto trimestre será desafiante em virtude da segunda vaga da pandemia que forçou o Governo alemão a anunciar mais medidas de restrição. Restaurantes, bares, hotéis e espaços de entretenimento encontram-se encerrados desde 2 de novembro, com lojas e escolas ainda em funcionamento.
O “confinamento suave” deverá ser prolongado até ao dia 20 de dezembro.
O consumo privado aumentou 10,8%, graças a uma redução temporária do IVA e à concessão de um bónus único de 300 euros por criança para todas as famílias, medidas decididas como parte de um vasto plano de recuperação em junho. O consumo público também aumentou 0,8%, após um aumento de 2,2% no segundo trimestre, de acordo com o Destatis.
Os investimentos em equipamentos aumentaram acentuadamente, em 16%, enquanto as exportações (+18,1%) e as importações (+9,1%) também subiram. O comércio, os transportes e as atividades hoteleiras também recuperaram fortemente (+13,8%). O setor da construção, que impulsiona regularmente o crescimento na Alemanha, caiu no entanto 2% num trimestre.
Confiança empresarial na Alemanha cai em novembro
A confiança empresarial na Alemanha caiu em novembro, pelo segundo mês consecutivo, enquanto a segunda vaga de contágios com o novo coronavírus “interrompeu a recuperação económica” no país, anunciou o instituto de investigação económica alemão (Ifo). O índice de confiança empresarial do Ifo caiu para 90,7 pontos em novembro, contra 92,5 pontos em outubro.
As expectativas empresariais para os próximos seis meses são mais pessimistas e a avaliação da situação atual é também um pouco pior, indica o Ifo. “A incerteza empresarial tem aumentado. A segunda vaga do novo coronavírus interrompeu a recuperação económica”, disse o presidente do Ifo, Clemens Fuest.
Este mês, o “ponto brilhante” é o setor transformador, onde a confiança empresarial melhorou porque as empresas avaliaram a sua situação atual significativamente melhor depois de um aumento das encomendas recebidas, embora menos do que em outubro. No entanto, as expectativas para os próximos meses por parte das empresas da indústria transformadora alemãs “tornaram-se visivelmente menos otimistas”.
No setor dos serviços, a confiança das empresas caiu drasticamente e, pela primeira vez desde junho, regressou ao terreno negativo, depois de muitas empresas terem avaliado a sua situação atual como muito menos positiva e estarem pessimistas quanto aos próximos meses. Os indicadores para hotéis e empresas do setor da gastronomia entraram em colapso.
No comércio, a confiança empresarial também piorou porque “as empresas estão menos satisfeitas com a sua situação atual e as suas expectativas também se tornaram nebulosas”. “Os retalhistas em particular disseram que o negócio está a correr muito menos bem”, acrescenta Ifo.
No setor da construção, a confiança empresarial diminuiu um pouco porque as expectativas são mais pessimistas, embora a avaliação da situação atual tenha sido um pouco melhor do que em outubro.
(Notícia atualizada às 10h47 com mais informação)
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