Economia da Zona Euro precisa de mais apoio com segunda vaga, diz FMI
FMI reconheceu os problemas financeiros que podem enfrentar as economias mais endividadas da zona euro, como Portugal, Itália ou Espanha, se a recuperação demorar mais do que o esperado.
Os governos da zona euro e o Banco Central Europeu (BCE) devem estender o apoio extraordinário orçamental e monetário para conter os efeitos económicos da segunda vaga da pandemia de Covid-19, considerou esta segunda-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Com a segunda vaga, as políticas orçamentais nacionais provavelmente necessitam de dar um apoio geral por mais tempo do que o inicialmente estimado”, indicou o FMI, na sua revisão da economia da zona euro.
Numa videoconferência de imprensa, a diretora-geral da instituição, Kristalina Georgieva, aplaudiu a “potente” resposta monetária do BCE e o estímulo orçamental “sem precedentes” que ajudaram a amortecer o impacto da crise.
Georgieva salientou, no entanto, que devido aos efeitos da segunda vaga, que obrigou a retomar restrições de mobilidade e confinamentos parciais na União Europeia (UE), é importante “não retirar demasiado depressa” o apoio.
A Comissão Europeu suspendeu temporariamente as regras de disciplina orçamental para que os países possam aumentar a despesa e permitiu ajudas a empresas para evitarem o colapso.
Na sua avaliação, o organismo reconheceu os problemas financeiros que podem enfrentar as economias mais endividadas da zona euro, como Portugal, Itália ou Espanha, se a recuperação demorar mais do que o esperado. “Para alguns países com níveis de dívida já elevados, proporcionar o apoio orçamental necessário e atender às obrigações existentes pode gerar o risco de reações adversas do mercado”, segundo o relatório.
O FMI previu em outubro uma queda da economia da zona euro de 8,3% para este ano.
Para 2021, a instituição prevê uma recuperação moderada na zona euro de 5,2%, apoiada no “enorme e inovador” pacote de recuperação aprovado pela UE no valor de 750.000 milhões de euros.
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