Governo disponível para receber associações e descarta empresários em greve de fome
Há nove empresários da restauração em greve de fome que querem ser recebidos pelo Governo. Siza Veira diz que privilegia "associações representativas dos setores afetados pela pandemia".
O Governo está disponível para prosseguir os “contactos institucionais” com as associações representativas dos setores afetados pela pandemia da covid-19, “privilegiando as entidades e organizações institucionalmente estabelecidas”. É a resposta a um grupo de nove empresários da restauração e discotecas que iniciou na semana passada uma greve de fome em frente à Assembleia da República, tendo apresentado um pedido de audiência ao primeiro-ministro, António Costa, e ao ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
“O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital e os secretários de Estado da sua equipa têm mantido um diálogo permanente com as associações representativas dos diversos setores de atividade económica. Os membros do Governo privilegiam o contacto com as entidades e organizações institucionalmente estabelecidas, no sentido de auscultar as suas preocupações e de procurar soluções convergentes, especialmente numa circunstância singular e excecional como a que atravessamos“, afirma o gabinete de Siza Vieira, em nota divulgada esta terça-feira.
Nesse sentido, o Governo agendou para esta quarta-feira uma reunião com a Confederação do Turismo de Portugal e para quinta-feira com a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).
“A atual crise económica afeta milhares de portugueses. O Governo não deixa de ser sensível a todas e a cada uma destas situações e os secretários de Estado da equipa da Economia, em permanente ligação com o Ministro, têm-se reunido e mantido toda a disponibilidade para prosseguirem os contactos institucionais com as associações representativas dos setores“, lê-se na mesma informação.
O grupo dos nove empresários acampados à porta da Assembleia da República em greve de fome já garantiu que só abandona o local quando o Governo apresentar uma solução para o setor, ou então “de ambulância”. Entretanto, empresários da restauração do Porto iniciaram na noite de segunda-feira, em frente à Câmara Municipal, uma vigília por tempo indeterminado até o Governo discutir os apoios ao setor.
Apoios a fundo perdido de 267 milhões de euros
O Ministério da Economia adianta ainda que foram recebidas até às 15h00 desta terça-feira, 1 de novembro, 26.350 candidaturas no âmbito do programa Apoiar, “num montante estimado de apoios de 267 milhões de euros a fundo perdido”.
Na passada quarta-feira abriram as candidaturas “a apoios integralmente a fundo perdido”, no âmbito daquele programa, “num montante global de 750 milhões de euros, que compreende duas modalidades”.
A primeira, alargada a um vasto conjunto de atividades económicas, incluindo os estabelecimentos de restauração e similares, no sentido de apoiar as micro e pequenas empresas pelas quebras de faturação registadas nos três primeiros trimestres de 2020, relativamente a 2019, com um limite de 20% das quebras de faturação ou 7.500 euros para microempresas e 40.000 para pequenas empresas, sendo estes tetos majorados em 50% para estabelecimentos de animação noturna.
E uma segunda, cumulativa para os estabelecimentos de restauração e similares, no sentido de compensar as quebras de faturação dos fins de semana em que vigoram restrições especiais de circulação, com um limite de 20% das quebras de faturação para micro, pequenas e médias empresas, relativamente aos primeiros 44 fins de semana do ano de 2020.
O Governo aponta ainda outras medidas de apoio que têm estado a ser tomadas este ano, designadamente linhas de crédito, o regime de ‘lay-off’ simplificado, moratórias no arrendamento não habitacional e no crédito bancário e diferimentos de pagamentos ao Estado.
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