Apifarma diz plano de vacinação vai ter de ser “mais abrangente”

  • ECO
  • 6 Dezembro 2020

"Estamos a falar de números colossais de vacinação. Diria que provavelmente vai ser preciso ter um plano mais abrangente", diz João Almeida Lopes.

O presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) concorda com o plano de vacinação contra a Covid-19 proposto pelo Executivo de António Costa, mas avisa que está em causa uma tarefa “colossal” que exigirá uma estratégia “mais abrangente”. Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, João Almeida Lopes admite que, para além do Serviço Nacional de Saúde, possa vir a ser preciso que as farmácias e os hospitais privados sejam chamados para administrar vacinas contra o vírus pandémico.

“Estamos a falar de números colossais de vacinação. Diria que provavelmente vai ser preciso ter um plano mais abrangente“, diz o responsável, que garante que a indústria está preparada para fazer as entregas da vacina onde for determinado pelo Governo, pelo que não antevê uma rutura de stocks.

João Almeida Lopes admite, além disso, que a vacina para a Covid-19 poderá ser a ser produzida em Portugal, uma vez que, desde o início, houve contactos nesse sentido. E sobre a vacina da gripe, o líder da Apifarma assegura o problema da falta de vacinas em Portugal não foi da indústria, admitindo que o Governo pode não ter acautelado a quantidade suficiente para a maior procura este ano.

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Governo regional critica divulgação de relatório sobre zona franca

  • Lusa
  • 6 Dezembro 2020

Miguel Albuquerque fez críticas à divulgação do relatório sobre a Zona Franca da Madeira antes da notificação oficial e antecipa que vai contestar as decisões da Comissão Europeia.

O presidente do Governo da Madeira classificou de “escandaloso” o facto do relatório da Comissão Europeia sobre a Zona Franca ter sido divulgado antes dos governos nacional e regional terem sido oficialmente notificados da decisão. “Acho escandaloso que esta informação saia da União Europeia sem termos sido notificados”, vincou Miguel Albuquerque, à margem da visita ao núcleo museológico Universo de Memórias do antigo secretário do Turismo da Madeira João Carlos Abreu.

O chefe do executivo madeirense assegurou que os argumentos usados pela União Europeia (UE) “vão ser totalmente rebatidos” após a notificação oficial. Na sexta-feira foi divulgada a decisão da UE sobre a Zona Franca da Madeira relacionada com o III regime, que vigorou até 31 de dezembro de 2014, concluindo que foram desrespeitadas as regras de ajudas estatais, pois abrangeu empresas que não contribuíram para o desenvolvimento da região.

Por essa razão, Portugal deve recuperar agora todos as “ajudas indevidas, mais juros”, e Miguel Albuquerque considerou “escandaloso” que a notícia tenha surgido antes dos governos central e regional terem sido notificados.

A investigação foi lançada em 2018 e apurou que “a implementação do Regime III da Zona Franca da Madeira em Portugal não está em linha com as decisões de ajudas de Estado da Comissão”, sublinhando que “as reduções fiscais foram aplicadas a empresas que não representaram qualquer valor acrescentado para o desenvolvimento da região”.

Miguel Albuquerque reafirmou que o atual IV regime “nada tem a ver com o III regime” visado nesse relatório da União Europeia.

“A maioria das premissas e conclusões desse relatório nós discordamos e é fácil perceber porque discordamos”, argumentou Albuquerque, complementando que o documento “diz que as empresas sedeadas na Zona Franca têm que ter os trabalhadores a trabalhar na região e não há nada mais absurdo do que isto”.

O presidente do governo madeirense de coligação PSD/CDS-PP deu como exemplo o caso de uma empresa petrolífera, com sede no Centro Internacional de Negócios da Madeira, que tem os trabalhadores em funções nas plataformas espalhadas pelo mundo. O mesmo acontece com uma empresa na área da informática, adiantou, opinando que o argumento da União Europeia é, por isso, “perfeitamente ridículo e não tem nenhum sentido”.

Miguel Albuquerque sublinhou que se fosse para “confinar os trabalhadores e atividades das empresas ao mercado regional, que é exímio”, nem “valia a pena existir o CINM [Centro Internacional de Negócios da Madeira]”, visto que o seu objetivo não era “trabalhar para o mundo global ou a economia internacional, mas para o mercado interno”.

Miguel Albuquerque insistiu que existem neste processo “jogadas para as empresas irem para outras praças”. Porém, o governante madeirense destacou que o IV regime dos benefícios fiscais do CINM “está em vigor” e “autorizado e em vigor até 2023”, sendo “fundamental que o Governo português faça a notificação dessa autorização à União Europeia”.

Instado a comentar as críticas da candidata presidencial Ana Gomes à Zona Franca da Madeira, que está em campanha durante este fim de semana na região, respondeu: “Nem sei quem é a Ana Gomes, nem sei quem seja”.

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São estas as 11 restrições para o natal e fim do ano

O Governo apresentou as medidas que irão vigorar durante o natal e o ano novo. Haverá um alívio nas restrições, mas, se a pandemia piorar, admite-se um novo endurecimento.

Haverá um relaxamento das restrições impostas em resposta à pandemia durante a quadra festiva que se aproxima. As medidas que irão vigorar no natal e no ano novo foram apresentadas, este sábado, pelo primeiro-ministro, que pediu às famílias portuguesas que, ainda assim, meçam o risco nos encontros e confraternizações, agindo com responsabilidade.

Depois de o Parlamento ter aprovado a renovação do estado de emergência proposta pelo Presidente da República, o Conselho de Ministros aprovou, este sábado, as medidas de luta contra a Covid-19 que vigorarão entre 9 e 23 de dezembro, bem como aquelas que serão aplicáveis no período entre o natal e o ano passado, antecipando-se uma nova renovação do estado de emergência.

Para as próximas duas semanas, mantém-se “no essencial, as regras atualmente vigentes”, nomeadamente o recolher obrigatório mais apertado aos fins de semana, nos concelhos de maior risco, explicou o chefe do Executivo. E na quadra festiva? O Governo apresentou uma série de exceções às restrições impostas até aqui, mas avisou que poderá dar um passo atrás, se a pandemia piorar. O ECO explica tudo, ponto por ponto.

Que restrições estarão em vigor, nos próximos dois fins de semana?

De acordo com o Governo, no fim de semana de 12 e 13 de dezembro e no fim de semana de 19 e 20 de dezembro, será proibida a circulação na via pública a partir das 13h00, nos concelhos de risco muito elevado e extremo, à semelhança do que tem vindo a acontecer nas últimas semanas. A circulação entre concelhos não está, contudo, vedada.

As demais medidas que já estão em vigor serão também prolongadas, como a obrigação do teletrabalho e o encerramento dos estabelecimentos comerciais até às 22h00. Segundo explicou o Executivo, em comunicado, “no essencial, as regras atualmente vigentes” mantêm-se inalteradas.

As medidas continuam a ser diferenciadas consoante nível de risco do concelho?

A aplicação das medidas pensadas para as próximas semanas continuará a diferenciar-se consoante o nível de risco dos concelhos. Há quatro categorias de risco, que variam em função do número de novos casos por 100 mil habitantes: risco moderado, risco elevado, risco muito elevado e risco extremo.

De acordo com a avaliação baseada na última quinzena, há 12 concelhos que deixam agora de ser considerados em risco extremo (são agora 35); Há dois concelhos que deixam de estar em risco muito elevado (são agora 78); Há mais seis concelhos que passam a ser considerados de risco elevado (são agora 92); E há mais oito que integram a categoria de risco moderado (são agora 73).

Pode ver aqui o novo mapa. Esta lista será atualizada no momento da renovação do estado de emergência, isto é, daqui a 15 dias.

Será permitida a circulação na via pública no natal?

Haverá um relaxamento das restrições à circulação na via pública no período natalício. Assim, ma noite de 23 para 24, a circulação entre 23h00 e as 5h00 será permitida a quem esteja em trânsito; A 24 e 25 de dezembro, será permitida a circulação até ao horário alargado das 2h00. E no dia 23, o recolher voltará a ser obrigatório a partir das 23h00. Isto nos concelhos de risco elevado, muito elevado e extremo, onde atualmente vigora a restrição à circulação à vida pública.

Poderei circular entre concelhos no natal?

Sim. Ao contrário do que aconteceu nos fins de semana prolongados do início de dezembro, não haverá proibição à circulação entre concelhos, durante o natal.

Os restaurantes estarão abertos no natal?

Segundo explicou o primeiro-ministro, nas noites de 24 e 25, os restaurantes poderão funcionar até à 01h00; E no dia 26, poderão servir almoços até às 15h30, nos concelhos de risco muito elevado e extremo.

De notar que os horários de encerramento referidos para os dias 24 e 25 não se aplicarão aos estabelecimentos culturais.

Haverá um número limite de pessoas nos encontros natalícios?

O Governo defende que não cabe ao Estado fixar limites à dimensão dos encontros familiares, pelo que não está fixado nenhum número máximo de pessoas que poderão estar, por exemplo, à mesa da consoada. O primeiro-ministro apelou, ainda assim, à responsabilidade e à compreensão dos riscos envolvidos nas confraternizações.

As regras gerais, segundo o Executivo, são: evitar encontros entre muita gente e evitar estar muito tempo sem máscara em espaços pequenos, fechados e pouco arejados.

E os ajuntamentos na via pública estarão limitados?

Os ajuntamentos na via pública estarão limitados, durante o natal, a seis pessoas. O mesmo se aplicará no ano novo.

No ano novo, também será possível circular entre concelhos?

Não. Entre as 0h00 de dia 31 de dezembro e as 5h00 de dia 4 de janeiro, ficará proibida a circulação entre concelhos, “salvo por motivos de saúde, de urgência imperiosa ou outros especificamente previstos”.

Mas será possível circular na via pública dentro de um mesmo concelho?

Sim, mas com algumas restrições. Na noite da passagem de ano, será possível circular na via pública até às 2h00, sendo proibidas as festas públicas ou abertas ao público. Já no dia 1 de janeiro, é obrigatório recolher às 23h00.

E que regras haverá para o funcionamento dos restaurantes no ano novo?

À semelhança do que está previsto para o natal, os restaurantes poderão funcionar, no dia 31 de dezembro, até à 1h00, e servir almoços, no dia 1 de janeiro, até às 15h30.

Estas medidas especiais para a quadra festiva dependem da evolução da pandemia?

Sim. O Governo anunciou que a 18 de dezembro irá rever o mapa de risco, reavaliar a situação e decidir se é ou não possível prosseguir mesmo com o relaxamento anunciado. O Executivo não exclui, assim, um eventual agravamento das medidas, se a pandemia inverter a recente trajetória positiva.

O primeiro-ministro admitiu “puxar o travão de mão”, se a situação se alterar radicalmente. “Ninguém deseja isso e temos de o evitar ao longo dos próximos 15 dias”, disse António Costa.

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Sindicato da TAP denuncia números desatualizados da reestruturação

  • Lusa
  • 6 Dezembro 2020

O plano de reestruturação da TAP assenta em números desatualizados, assegura o sindicato dos pilotos. A justificação do SPAC assenta no início da vacinação anti-Covid.

O Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) escreveu ao Governo apelando para que se negoceie com Bruxelas o adiamento da apresentação do Plano de Reestruturação da TAP, denunciando que este está baseado em previsões de mercado “completamente desatualizadas”.

Numa mensagem enviada este sábado aos associados, a que a Lusa teve acesso, a dar conta da carta enviada ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, datada de 30 de novembro, o SPAC garante que da reunião que teve com a administração da companhia houve um ponto que “ficou absolutamente claro”: “Todo o Plano se baseia numa previsão de evolução de mercado que se encontra completamente desatualizada”.

“As projeções de evolução do mercado subjacentes ao Plano datam de outubro de 2020, e nelas não se encontram refletidas as evoluções recentes da situação da pandemia Covid-19, designadamente o impacto da descoberta das vacinas e dos planos de vacinação que se encontram neste momento em elaboração”, escreve o sindicato ao ministro.

A reunião com a administração da TAP, no passado dia 27 de novembro, teve como intuito apresentar algumas informações sobre o futuro Plano de Reestruturação da companhia. Este plano, elaborado pela consultora Boston Consulting Group (BCG), no âmbito do apoio estatal de até 1.200 milhões de euros, tem de ser entregue à Comissão Europeia até 10 de dezembro.

Da reunião “apressada e pouco esclarecedora”, começa por contar o SPAC, “as poucas informações prestadas são claramente insuficientes, face às exigências de prestação de informação que resultam da Lei, não permitindo nem perceber o modelo empresarial que a TAP irá desenvolver no futuro; nem avaliar da necessidade e da proporcionalidade das medidas extraordinariamente gravosas anunciadas relativamente à classe dos Pilotos”.

Face ao exposto, o SPAC considera que o Plano desenhado “é absurdamente restritivo, implicando cortes selvagens nos quadros de pessoal de voo, justificados por uma projeção minimalista de utilização da frota”.

Recorde-se que o SPAC já tinha informado os pilotos, após esta reunião, que o plano contempla “cortes salariais no mínimo de 25% na TAP – Transportes Aéreos Portugueses, S.A., com isso pretendendo conseguir uma redução anual da massa salarial entre 230 a 352 milhões de euros” e que no mesmo processo estava contemplado o “despedimento de 500 pilotos”.

Para além disso, o SPAC interpôs uma providência cautelar a exigir que lhe seja prestada mais informação, nomeadamente os fundamentos para o despedimento de 500 destes profissionais.

Na carta enviada a Pedro Nuno Santos, o sindicato lembra ainda que desde o início “ficou claro que a verdadeira causa do auxílio de Estado foi, como para o resto do setor da aviação europeu, a redução drástica da procura induzida pela pandemia – um acontecimento extraordinário, imprevisível e irremediável apenas com medidas de gestão internas”.

Assim, sublinham que se “as previsões da procura que estiveram na origem do problema estão igualmente no âmago da solução – manter uma previsão desajustadamente pessimista reforça o problema em vez de abrir caminho à solução”.

Os pilotos questionam ainda como pode ser possível – numa conjuntura de “evolução aceleradíssima”, com o mercado que se prevê hoje a não ser o mesmo que se antevê daqui a 15 dias – “aceitar, quieto, que o destino da TAP fique amarrado ao cenário de mercado mais negativo que já foi divulgado – o cenário resultante da segunda vaga da pandemia, o cenário antes da descoberta de vacinas e antes do conhecimento sobre os planos de vacinação acelerados em implementação em todos os mercados em que a TAP opera”.

“Numa conjuntura totalmente extraordinária como a atual, e podendo utilizar o mecanismo do artigo 107, n.º 2 alínea b), do Tratado de Funcionamento da União Europeia, como conformar-se, quieto, à imposição da data de 10 de dezembro para a entrega do Plano, renunciando definitivamente a fazer refletir no Plano de Reestruturação da TAP os desenvolvimentos positivos de mercado que agora se começam a vislumbrar?”, insistem.

O SPAC garante ainda estar consciente da necessidade de se encontrar, “em conjunto, um caminho para a empresa”, admitindo sacrifícios que estão disponíveis para partilhar.

“Mas este não é um Plano apresentável, nem é um Plano discutível – é um Plano inaceitável, baseado em pressupostos de mercado totalmente distorcidos e que não deveria ser fechado sem uma mínima estabilização das condições de mercado, ou dos cenários de evolução do mercado. Vimos, assim, solicitar a V. Exa. que sejam desenvolvidos os melhores ofícios no sentido de, junto da Comissão Europeia, ser adiada a apresentação do Plano, permitindo a revisão dos respetivos pressupostos de mercado e o consequente ajustamento das medidas a implementar; e garantindo, ainda, uma discussão abrangente e séria com as estruturas representativas dos seus trabalhadores”, conclui o SPAC na carta ao ministro.

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Portugueses fizeram grandes compras depois do confinamento. Carros brilham

Após o adiamento da compra de bens duradouros, os consumidores compraram-nos no terceiro trimestre, especialmente carros. Tal ajudou à recuperação da economia, assim como a exportação de bens.

Mais de dois terços da recuperação da economia no terceiro trimestre deveu-se à recuperação do consumo privado com os portugueses a gastarem entre julho e setembro aquilo que não conseguiram durante o primeiro confinamento. Isso é visível nos dados do PIB divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE): a aquisição de bens duradouros, que tende a cair em momentos em crise, recuperou durante o verão de tal forma que cresce face ao terceiro trimestre de 2019, principalmente por causa da compra de carros.

A economia portuguesa recuperou 13,3% no terceiro trimestre face ao segundo trimestre, mantendo uma quebra de 5,7% face ao mesmo período do ano passado. Esta recuperação deve-se principalmente à melhoria da procura interna, a principal componente do PIB, de onde se destaca o consumo privado e o consumo público. Este último também já cresce em termos homólogos com a prestação de mais serviços públicos, após o fecho de alguns durante o primeiro confinamento.

No caso do consumo privado, o desempenho não foi igual em todas as componentes. A compra de bens alimentares manteve-se em alta mesmo durante o confinamento, intensificando até o crescimento. Tal como o ECO escreveu, esta componente chegou mesmo a registar a maior subida desde 1999 numa altura em que os consumidores estavam limitados nas idas aos restaurantes e em que houve corridas aos supermercados.

Já os bens não duradouros e serviços — que são a maior componente dentro do consumo privado — desceram 12,5% no segundo trimestre, mas já recuperaram 10,8%, contribuindo de forma decisiva para a recuperação da economia. Tal reflete o fim do confinamento mais apertado que vigorou em março, abril e parcialmente em maio, o que também foi visível nas transações feitas com recurso ao multibanco.

Um comportamento mais oscilante tiveram os bens duradouros: afundaram 22,5% em cadeia no segundo trimestre numa altura em que a venda de carros novos baixou 64% (de acordo com os cálculos do ECO com base no dados da ACAP), mas recuperaram em força (40,2% em cadeia) no terceiro trimestre com a venda de carros a apresentar uma queda homóloga de apenas 8,6%.

Assim, em termos homólogos, as despesas dos portugueses em bens duradouros aumentaram 2,1% face ao terceiro trimestre de 2019, “observando-se uma variação homóloga menos negativa das aquisições de veículos automóveis no terceiro trimestre face ao observado no trimestre anterior”, nota o INE no destaque divulgado esta segunda-feira.

Mas nem só de consumo interno se fez a recuperação do terceiro trimestre. A economia portuguesa também beneficiou de um crescimento significativo das exportações com a retoma gradual do comércio internacional, o que não foi totalmente acompanhado pelas importações: após uma queda em cadeia de 37% no segundo trimestre, as exportações de bens e serviços cresceram 38,9% no terceiro trimestre face ao trimestre anterior. Já as importações aumentaram 26,5%, depois de terem registado uma queda de 29,2%.

Tal deveu-se “sobretudo à evolução das exportações de bens”, assinala o gabinete de estatísticas, uma vez que as exportações de turismo continuam condicionadas pela pandemia, o que é bem visível pela queda de 9,4% do consumo privado no território económico (inclui residentes e não residentes).

Por fim, o investimento também recuperou com escoamento de stocks, a recuperação do equipamento de transporte e o contínuo crescimento do setor da construção. Este setor continua, aliás, a ser o único que registou um crescimento homólogo no VAB (Valor Acrescentado Bruto), resistindo para já à crise pandémica (pelo menos nesta ótica).

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Marcelo veta novas regras de contratação pública com fundos comunitários

  • Lusa e ECO
  • 5 Dezembro 2020

O Presidente da República vetou o diploma sobre regras mais agilizadas para a contratação pública de projetos financiados por fundos comunitários. E deixa sugestões de alteração.

O Presidente da República vetou o diploma do parlamento que facilita as regras de contratação pública em matéria de projetos financiados ou cofinanciados por fundos europeus, que partiu de uma proposta de lei do Governo. Marcelo Rebelo de Sousa questiona as novas regras e aponta fragilidades ao diploma.

“Tal simplificação e aperfeiçoamento supõe, no entanto, como contrapartida, uma atenta preocupação com o controlo, mesmo se a posteriori, da legalidade e da regularidade dos contratos, exigido pela transparência administrativa. Concretamente, um mais elaborado tratamento dos efeitos do controlo a posteriori pelo Tribunal de Contas quanto ao adjudicante e ao adjudicatário e da composição e funções da nova comissão independente de acompanhamento e fiscalização”, escreve o Presidente, na carta que acompanha o diploma devolvido à Assembleia da República.

A versão final deste diploma foi um texto de substituição da Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, enviada para o Palácio de Belém no dia 20 de novembro, após ter sido aprovado em votação final global no dia 16 de outubro com votos apenas do PS e abstenção do PSD.

Na carta enviada ao Parlamento, o Presidente da República deixa duas sugestões de alteração ao diploma:

  1. Os efeitos quanto ao adjudicante e ao adjudicatário do controlo a posteriori de ilegalidades e de irregularidades detetadas pelo Tribunal de Contas.
  2. A garantia da presidência da comissão independente de acompanhamento e fiscalização por membro designado pela Assembleia da República, a previsão do alargamento da incompatibilidade de todos os membros com o desempenho de cargos em parceiros económicos e sociais, e a substanciação adicional do papel da comissão, em termos de articulação com o Tribunal de Contas e de conhecimento público da sua atividade.

O Governo considerou esta legislação essencial para agilizar o processo de execução dos fundos comunitários, designadamente as verbas do Quadro Financeiro Plurianual (2021/2027) e fundo de recuperação da União Europeia para fazer face à atual crise – programas que envolvem nos próximos anos cerca de 57 mil milhões de euros.

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Morreu Pedro Camacho, antigo diretor da Agência Lusa

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2020

O jornalista Pedro Camacho morreu este sábado, vítima de Covid-19, aos 59 anos. Marcelo escreve nota de pesar sobre desaparecimento do antigo diretor da Lusa.

O jornalista Pedro Camacho, antigo diretor de informação da Lusa e atualmente à frente da Direção de Inovação e Novos Projetos, morreu este sábado aos 59 anos, vítima de covid-19, depois de várias semanas internado no Hospital de Cascais.

Pedro Camacho liderou a Lusa entre 2015 e 2018, já depois de ter dirigido a revista Visão entre 2005 e 2015. No seu currículo constam passagens pelos jornais Público e Diário de Notícias, nos quais, entre várias funções, foi responsável pelas respetivas editorias de Economia.

O Presidente da República lamentou a morte do antigo diretor da Agência Lusa, considerando que deixa uma marca na comunicação social portuguesa e teve uma “longa e brilhante carreira” como jornalista. Esta mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa foi publicada no portal da Presidência da República na Internet.

“Com uma longa e brilhante carreira como jornalista, no Diário de Notícias, no Público, antigo diretor da Visão e da Agência Lusa, Pedro Camacho deixa a sua marca na comunicação social portuguesa e deixa também memórias de competência, camaradagem e profunda argúcia junto dos seus leitores e dos seus companheiros de profissão”, refere-se nesta nota.

O chefe de Estado salienta ainda que Pedro Camacho, “filho da também recentemente falecida Helena Marques, com os seus irmãos Paulo e Francisco”, pertence a uma família que “se notabilizou pela escrita e pelo jornalismo, à qual o Presidente da República deixa um abraço de amizade e sentidos pêsames”.

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Google Trends: Sabe qual foi a música mais ouvida em 2020 no Spotify?

  • Tiago Lopes
  • 5 Dezembro 2020

A Spotify divulgou a lista das músicas mais ouvidas em 2020. Lá fora, Obama vai tomar a vacina contra a Covid-19 em direto na televisão. Nos negócios, Warner Bros. chega ao streaming em 2021.

Na semana passada os portugueses quiseram saber o que mais se ouviu em Portugal e no mundo na plataforma de música Spotify, tendo sido o assunto mais pesquisado no Google.

O anúncio da estrela de Hollywood, conhecida pelo papel que teve no filme Juno, foi outro dos temas que ganhou destaque. Page recorreu ao Twitter para dizer que passará a ser conhecida simplesmente como Elliot.

Num ano atípico, todas as semanas surge no top dos temas mais pesquisados assuntos relacionados com a pandemia do novo coronavírus. Esta semana não foi exceção e soube-se que a diretora geral da Direção-Geral de Saúde, Graça Freitas, está infetada. No entanto, nem tudo são más notícias. Na mesma semana a DGS apresentou o plano de vacinação contra a Covid-19.

Cá dentro

A Spotify divulgou na semana que passou as músicas mais ouvidas no ano de 2020, num ano em que houve uma transformação profunda na plataforma de música devido à pandemia. Este tema foi o mais pesquisado no Google pelos portugueses.

Na já tradicional lista “Spotify Wrapped”, que a plataforma lança todos os anos, os portugueses ficaram a saber o que foi mais ouvido em Portugal e além-fronteiras.

Em território nacional a música “Blinding Lights”, dos The Weeknd, foi a mais ouvida que, aliás, lidera também o top internacional das músicas que mais vezes tocaram no Spotify, contabilizando 1,69 mil milhões de visualizações na plataforma de música.

O top 3 das músicas mais ouvidas em Portugal completa-se com a música “menina solta” de Giulia Be, seguido da música “The Box”, do artista Roddy Ricch.

“O meu nome é Elliot”. Foi assim que a estrela do filme Juno anunciou nas redes sociais que é transgénero. Até então conhecida como Ellen Page, a estrela de Hollywood nomeada a um óscar pelo seu trabalho no filme Juno anunciou, numa publicação no Twitter, que passa agora a ser conhecia como Elliot.

“Quero partilhar convosco que sou trans, os meus pronomes são ele/eles e o meu nome é Elliot”, começou por escrever o ator, de 33 anos. “Não dá para exprimir o quão incrível é sentir que me amo o suficiente para perseguir o meu eu autêntico. Sinto-me afortunado por estar a escrever isto. Por estar aqui. Ter chegado a este ponto na minha vida.”

Outra das notícias que levou a muitas pesquisas por parte dos portugueses foi o anúncio de que a responsável pela autoridade nacional de Saúde testou positivo ao novo coronavírus. A diretora geral da Direção-Geral de Saúde (DGS), Graça Freitas, confirmou que foi contagiada, tendo testado positivo para o novo coronavírus após contacto com uma pessoa que estava contaminada, apresentando sintomas ligeiros.

Em comunicado, a DGS confirmou a notícia que informou que Graça Freitas estava com sintomas ligeiros e que foi colocada em isolamento.

No seguimento desta notícia, também Marta Temido e o secretário de Estado Lacerda Sales fizeram o teste, mas o resultado foi negativo. Tudo isto numa semana em que a DGS apresentou o plano de vacinação contra a Covid-19 e revelou que o pico da segunda vaga da pandemia ocorreu no dia 25 de novembro.

A notícia da morte de Eduardo Lourenço fecha o top das notícias mais pesquisadas no Google em Portugal na semana passada

O ensaísta Eduardo Lourenço, de 97 anos, morreu na passada terça-feira em Lisboa. Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa e era, desde 2016, um dos 19 conselheiros de Estado do presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

“Tendo vivido durante décadas em França, e sendo estruturalmente francófilo, poucos foram os ‘estrangeirados’ tão obsessivos na sua relação com os temas portugueses, com a cultura, identidade e mitologias portuguesas, com todos os seus bloqueios, mudanças e impasses”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa numa nota publicada no site da Presidência

Lá fora

  • Bush, Obama e Clinton vão receber vacina na televisão. A vacina contra a Covid-19 está mais perto de chegar ao mercado. Nos Estados Unidos, o ex-Presidente Barack Obama disse que poderá receber a vacina em direto para a televisão se isso aumentar a confiança da população em relação à segurança da vacina. “Se calhar vou levá-la em direto na TV ou filmar o momento, para que as pessoas percebam que confio na ciência. No que não acredito é em apanhar Covid”, disse Obama à rádio SiriusXM.
  • Bolsonaro pede banhos rápidos. O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, imitou um pedido de Chávez na Venezuela e disse aos brasileiros para tomarem banho mais rápido de forma a economizar energia. “Evite desperdícios e tome banho um pouco mais rápido”, disse Bolsonaro numa altura em que os preços no Brasil estão a disparar.
  • “Concurso de lançamento de ovos”. Milhares de britânicos estão a organizar-se nas redes sociais para participar no concurso de lançamento de ovos contra a estátua de Margaret Thatcher. A ação foi convocada no Twitter depois de conhecido que a assembleia municipal de Grantham vai pagar cerca de 110 mil euros pela estátua, o que rapidamente gerou indignação tendo em conta a crise que se vive atualmente como consequência da pandemia.

Nos negócios

  • Air France recebe empréstimo. França fez um empréstimo de 7 mil milhões de euros à Air France uma vez que “o turismo e o transporte aéreo são “os setores mais severamente atingidos pela crise”, disse o ministro da Economia e Finanças francês, Bruno Le Maire. De acordo com o ministro o valor pode não ser suficiente e terá de ser emprestado mais dinheiro no futuro para garantir a viabilidade da companhia aérea.
  • Ação popular exige indemnização da Mastercard. Uma associação de defesa de consumidores liderada pela ex-eurodeputada Ana Gomes entregou no Tribunal da Concorrência uma ação que pretende indemnizar os consumidores portugueses por práticas lesivas da Mastercard, num valor superior a 400 milhões de euros.
  • Warner Bros. chega ao streaming em 2021. A plataforma HBO Max anunciou que a partir de 2021 todos os filmes vão estrear-se em simultâneo nas salas de cinema e na plataforma de streaming HBO Max. A notícia foi avançada na edição da Web Summit deste ano, que pela primeira vez foi transmitida somente online, devido à pandemia do novo coronavírus. “Vivemos uma altura sem precedentes que pede soluções criativas, incluindo esta nova iniciativa do grupo Warner Bros. Pictures. Ninguém mais do que nós quer os filmes de volta ao grande ecrã. Sabemos que as novidades são a vida da exibição em sala, mas temos de balançar isso com a realidade de que a maioria dos cinemas nos Estados Unidos irá continuar a funcionar em 2021 com plateias reduzidas”, referiu a diretora executiva da Warner Media, Ann Sanoff.

Nota: A Google Trends é uma rubrica semanal, publicada aos fins de semana, que resume os temas mais populares da internet com base na ferramenta homónima da Google. É assinada pelo jornalista do ECO Tiago Lopes.

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Acordo de Paris era “difícil de imaginar” em 2015, diz ministro do Ambiente

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2020

"Todos os compromissos de neutralidade carbónica são filhos do acordo de Paris", sublinha João Pedro Matos Fernandes.

O ministro do Ambiente português, que era “o mais caloiro de todos” em 2015, afirma que o Acordo de Paris para as alterações climáticas era “difícil de imaginar” na altura e agora admite que se pode ir mais longe nos compromissos assumidos.

Todos os compromissos de neutralidade carbónica, que Portugal foi o primeiro país do mundo a afirmar, são filhos do acordo de Paris”, afirmou João Pedro Matos Fernandes em entrevista à agência Lusa, a propósito dos cinco anos do entendimento alcançado em 12 de dezembro de 2015, salientando que “é óbvio que há muito por fazer”.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática considera que o acordo “é a base do que é preciso fazer para travar as alterações climáticas”, apesar de reveses como a saída dos Estados Unidos durante a administração Trump, que o presidente eleito Joe Biden já prometeu reverter.

No entanto, afirma-se otimista para o que se passará no próximo ano em Glasgow, Escócia, quando chegar a hora de os signatários do acordo apresentarem os seus compromissos mais ambiciosos, as chamadas contribuições determinadas nacionalmente (NDC).

Matos Fernandes afirma esperar que os chefes de estado europeus cheguem a acordo para aprovar ainda este ano uma lei do clima e salienta que a China aponta para ser neutra em emissões carbónicas em 2060.

“Com isso, os três grandes blocos industriais do mundo vão mesmo no bom caminho”, refere Matos Fernandes, reconhecendo que no caso europeu, onde tem de haver unanimidade, há países, como a Polónia ou a Roménia, que esperam mais do fundo disponível para a transição para economia verde, deixando de contar com o carvão.

Quero acreditar que a Europa vai conseguir ter esse acordo e, sobretudo, honrá-lo”, declarou, apontando outros pontos onde a transição para sair de economias baseadas nos combustíveis fósseis será mais difícil, como os países do Golfo Pérsico, dependentes quase em exclusivo da exploração de petróleo.

Há mesmo muito para fazer no mundo, por isso é que é fundamental cuidarmos de duas coisas: primeiro, perceber que a questão das alterações climáticas não é futuro, é presente. Tem que haver verbas para a adaptação, já não vamos a tempo de investir tudo na mitigação. A segunda é auxiliar as economias que mais precisam e as outras que, não precisando, vão ser de facto muito alteradas”, considera.

Quanto a Portugal, que no seu Plano Nacional de Energia e Clima definiu 2050 como data para a neutralidade carbónica, Matos Fernandes reitera que o país tem “uma necessidade evidente” de ser exigente, uma vez que está a perder costa com o avanço do oceano e tem uma seca permanente a sul.

“Eu acredito que pode haver condições para, continuando a crescer, podermos ser neutros em carbono ainda antes de 2050. Acho que essa meta pode ser antecipada, mas não devemos andar sempre a brincar com as metas”, salienta.

O segredo poderão ser “as novas tecnologias que estão a chegar ao mercado e com as quais o roteiro [para a neutralidade carbónica] não contou”, refere, indicando que a pandemia da covid-19 pode agir como um fator de aceleração.

“Ninguém me peça para chamar oportunidade a uma pandemia que tem matado milhões de pessoas mundo fora, mas é um facto que resulta da pandemia a valorização de um conjunto de coisas para as quais andávamos alheados: o silêncio nas cidades, a qualidade do ar, as cadeias curtas de produção e consumo, o valor da ruralidade e a consciência de que não se pode discutir a longo prazo a saúde humana sem discutir em paralelo a saúde animal e ambiental”, afirma.

Se a pandemia não altera o rumo, pode permitir “que seja de facto alterado o ritmo” a que se caminha para a sustentabilidade, argumenta João Pedro Matos Fernandes. “A banalização dos processos de baixo carbono vai poder ter um papel muito importante”, considera, apontando o exemplo da aviação, onde em 2030 poderão estar já em construção modelos elétricos, “avanços tecnológico com que não se contou e que muito provavelmente vão surpreender pela positiva num prazo muito antes de 2050”.

Recuando a 2015, o acordo conseguido saiu de “uma convergência de vontades que era difícil de imaginar”, recorda, frisando que “tudo parecia que nunca mais começava, depois que nunca mais acabava”.

“Ninguém era mais caloiro do que eu naquela sala. Tomei posse numa quinta-feira e no domingo à noite estava em Paris. Andámos muito à volta dos dois graus [de limite de aquecimento global até ao fim do século] e, já muito perto do fim, a ambição passou dos dois graus para o grau e meio. O que eu recordo é uma satisfação muito grande por um processo multilateral, como não havia precedentes”, e que se deve muito ao papel da diplomacia francesa, lembra.

Se na altura “a onda foi muito positiva”, seguiram-se reveses: “os Estados Unidos a dizer ‘não’, um crescimento das emissões logo a seguir”, a tonelada de carbono no mercado de emissões a descer de preço em vez de subir, como previram os especialistas.

“Obviamente, [a saída dos Estados Unidos] foi uma má notícia. Mas uma grande democracia como os EUA é muito mais do que a sua administração e por isso encontramos alguns dos estados, como a Califórnia, algumas cidades, como Nova Iorque, que sempre estiveram do lado de Paris, do cumprimento das suas metas e da maior ambição”, destaca.

“Mas caso o senhor Trump tivesse continuado como presidente, os estragos seriam muito maiores porque a política que vinha de trás, do senhor Obama, ia mesmo ser completamente dissipada, ia deixar de ter consequências positivas na economia e muitos poderiam vir a utilizar o fraco exemplo” dos Estados Unidos nos últimos quatro anos.

Mas Matos Fernandes destaca que “a primeira grande notícia positiva em prol dos objetivos de Paris foi mesmo o movimento estudantil” pelo clima, encabeçado pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, mesmo que tenha suscitado um ativismo que considera mais regressivo que positivo.

“Aqueles que acham que se deve acabar com as democracias liberais para impor um modelo totalitário, de facto, não vão ter a sua satisfação e alguns dos que se dizem intérpretes, nomeadamente daquilo que diz a Greta Thunberg, que eu nunca ouvi dizer tal coisa, mas alguns que acham que são intérpretes dela em Portugal, de facto defendem um modelo de, no limite, fim do estado democrático e do estado de direito para impor as suas vontades”.

Matos Fernandes aponta para o crescimento da população mundial, que a cumprirem-se as previsões atingirá 10 mil milhões de pessoas em 2050 e considera que “para isso, a economia tem que crescer”.

Não há outra forma de gerar bem-estar para este acréscimo da população se a economia não crescer. Não pode é crescer como no passado, tem que crescer neutra em carbono, gerado recursos e cabendo dentro dos limites do sistema terrestre, que já não vale a pena discutir”, defende.

“Isso significa que para cumprirmos as nossas metas, os nossos objetivos, temos que investir, a ideia não é voltarmos a viver numa gruta, a ideia é investirmos nas nossas casas por forma a que elas sejam neutras do ponto de vista energético, das emissões carbónica”, acrescenta.

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Restrições estarão em vigor até 60 a 70% da população estar vacinada

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2020

O primeiro-ministro explicou que só poderá ser "dar por concluída esta situação dramática que estamos a viver", quando houver um nível de imunização coletiva.

O primeiro-ministro afirmou, este sábado, que é essencial manter em vigor medidas de prevenção da Covid-19 até que 60 a 70% da população se encontre vacinada, já que só nessa altura se considera haver imunização coletiva.

Esta posição foi transmitida por António Costa em conferência de imprensa, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, depois de apresentar as medidas no âmbito do estado de emergência até ao próximo dia 23.

Questionado sobre até quando vão durar as medidas restritivas por causa da epidemia de Covid-19, o primeiro-ministro referiu que “o volume de vacinas vai chegar a Portugal de forma progressiva e gradual e irá sendo administrado também de forma progressiva a gradual“.

Só quando tivermos um volume de vacinação de 60 a 70% se poderá considerar que há um nível de imunização coletiva que permitirá dar por concluído esta situação dramática que estamos a viver. Até lá, temos de ir compatibilizando as medidas de prevenção da epidemia com o programa de vacinação que vai assegurando a imunização contra o vírus. E vão ser longos meses”, advertiu o líder do executivo.

Neste ponto referente às vacinas, António Costa fez questão de referir que, desde quinta-feira, já é conhecido o calendário de vacinação, adiantando que, “conforme as doses forem disponibilizadas, irão sendo administradas”.

Devemos estar todos gratos à comunidade científica, que fez um esforço extraordinário de ter conseguido num prazo recorde, aparentemente, identificar e produzir uma vacina“, disse, estendendo, depois, esse elogio à indústria.

“A indústria está a fazer um esforço de mobilização geral das cadeias de produção. Será a maior operação à escala global. Cabe-nos termos planos nacionais e organizarmos a operação logística muito complexa, tendo em vista assegurar a vacinação de toda a população“, acrescentou.

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Quem vai ser vacinado primeiro? Perguntou ao Google, nós respondemos

Já está definido quais serão os portugueses que vão receber a vacina primeiro. Portugal vai receber 22 milhões doses de vacinas, saiba quem é prioritário na toma da vacina contra a Covid-19.

Num cenário “otimista” entre janeiro e fevereiro arranca a primeira fase do plano de vacinação contra a Covid-19, nesta fase 10% da população portuguesa deverá ser vacinada. A II fase deverá ser entre março ou abril ou de junho a julho. Veja no vídeo, quem vai ser vacinado primeiro:

http://videos.sapo.pt/gP0AmZqEZ7HPQ3F5z3d8

 

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Há menos 12 concelhos em risco extremamente elevado. Veja o novo mapa

O Governo reviu o nível de risco dos diferentes concelhos. Há menos 12 classificados como de risco extremamente elevado, entre eles o Porto. Lisboa continua em risco elevado.

O Governo dividiu os concelhos em quatro patamares de risco. Agora, com a renovação do estado de emergência, reviu a lista, com António Costa a salientar a evolução positivo perantes as medidas adotadas no âmbito do estado de emergência. Há mais concelhos em risco moderado, havendo menos 12 concelhos a integrarem o mais elevado de todos: o de risco extremamente elevado de contágio pela Covid-19.

António Costa revelou que houve uma melhoria da situação epidemiológica em vários concelhos, salientando que 27 concelhos passaram para o nível de risco moderado.

Neste patamar do risco moderado, em que o número de novas infeções é inferior a 240 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, há agora mais oito concelhos, num total de 73.

São estes os concelhos em risco moderado:

  1. Abrantes
  2. Albufeira
  3. Alcoutim
  4. Aljezur
  5. Aljustrel
  6. Almodôvar
  7. Alpiarça
  8. Alvaiázere
  9. Alvito
  10. Avis
  11. Batalha
  12. Beja
  13. Benavente
  14. Bombarral
  15. Borba
  16. Cadaval
  17. Caldas da Rainha
  18. Campo Maior
  19. Carrazeda de Ansiães
  20. Castanheira de Pêra
  21. Castro Marim
  22. Castro Verde
  23. Constância
  24. Coruche
  25. Estremoz
  26. Ferreira do Alentejo
  27. Ferreira do Zêzere
  28. Figueiró dos Vinhos
  29. Fornos de Algodres
  30. Góis
  31. Idanha-a-Nova
  32. Loulé
  33. Lourinhã
  34. Mangualde
  35. Moimenta da Beira
  36. Monforte
  37. Mora
  38. Moura
  39. Nazaré
  40. Óbidos
  41. Olhão
  42. Oliveira de Frades
  43. Ourique
  44. Paredes de Coura
  45. Pedrógão Grande
  46. Ponte de Sor
  47. Portel
  48. Porto de Mós
  49. Proença-a-Nova
  50. Redondo
  51. Ribeira de Pena
  52. Salvaterra de Magos
  53. Santa Comba Dão
  54. Santiago do Cacém
  55. São Brás de Alportel
  56. São João da Pesqueira
  57. Sernancelhe
  58. Sertã
  59. Silves
  60. Sousel
  61. Tábua
  62. Tabuaço
  63. Tavira
  64. Tondela
  65. Vendas Novas
  66. Viana do Alentejo
  67. Vidigueira
  68. Vila de Rei
  69. Vila Flor
  70. Vila Nova da Barquinha
  71. Vila Real de Santo António
  72. Vila Velha de Ródão
  73. Vila Viçosa

No que diz respeito às medidas a cumprir, está previsto para estes concelhos:

  • Uso obrigatório de máscara nos locais de trabalho (além de nos espaços fechados e ao ar livre, quando não se possível garantir o distanciamento social);

Relativamente aos restantes patamares, de maior risco, também há evoluções, mas positivas e negativas. O primeiro-ministro salientou que a lista de concelhos de risco elevado agravou-se, contando com mais seis concelhos.

São agora 92 os concelhos de risco elevado:

  1. Alcácer do Sal
  2. Alcobaça
  3. Alcochete
  4. Alenquer
  5. Almeida
  6. Almeirim
  7. Alter do Chão
  8. Amadora
  9. Arganil
  10. Arraiolos
  11. Arronches
  12. Arruda dos Vinhos
  13. Barrancos
  14. Carregal do Sal
  15. Cascais
  16. Castelo de Vide
  17. Castro Daire
  18. Celorico da Beira
  19. Coimbra
  20. Elvas
  21. Entroncamento
  22. Évora
  23. Faro
  24. Figueira de Castelo Rodrigo
  25. Fronteira
  26. Fundão
  27. Golegã
  28. Grândola
  29. Lagoa
  30. Lagos
  31. Leiria
  32. Lousã
  33. Mação
  34. Mafra
  35. Marinha Grande
  36. Mealhada
  37. Mêda
  38. Melgaço
  39. Mértola
  40. Mesão Frio
  41. Mira
  42. Mogadouro
  43. Moita
  44. Monção
  45. Monchique
  46. Montalegre
  47. Montemor-o-Novo
  48. Montemor-o-Velho
  49. Montijo
  50. Nelas
  51. Odivelas
  52. Oeiras
  53. Oleiros
  54. Oliveira do Hospital
  55. Ourém
  56. Palmela
  57. Penalva do Castelo
  58. Penamacor
  59. Penedono
  60. Penela
  61. Peniche
  62. Peso da Régua
  63. Pinhel
  64. Pombal
  65. Portimão
  66. Odemira
  67. Reguengos de Monsaraz
  68. Resende
  69. Sabrosa
  70. Santa Marta de Penaguião
  71. Santarém
  72. São Pedro do Sul
  73. Seixal
  74. Sesimbra
  75. Setúbal
  76. Sever do Vouga
  77. Sines
  78. Sintra
  79. Sobral de Monte Agraço
  80. Terras de Bouro
  81. Tomar
  82. Torres Novas
  83. Trancoso
  84. Vagos
  85. Vila do Bispo
  86. Vila Franca de Xira
  87. Vila Nova de Cerveira
  88. Vila Nova de Foz Côa
  89. Vila Nova de Poiares
  90. Vinhais
  91. Viseu
  92. Vouzela

No que diz respeito às medidas a cumprir, está previsto para este grupo de concelhos:

  • Proibição de circulação na via pública entre as 23h e as 5h;
  • Ação de fiscalização do cumprimento de teletrabalho obrigatório;
  • Encerramento dos estabelecimentos comerciais até às 22h00;
  • Encerramento dos restaurantes e equipamentos culturais às 22h30.

No caso dos concelhos de risco muito elevado também houve sinais positivos, contando-se agora menos dois concelhos nesta lista que passa a contar com um total de 78. Já no caso dos de risco extremamente elevado, a lista passou a ter menos 12 concelhos, baixando para 35.

São estes os concelhos de risco muito e extremamente elevado (113):

  1. Águeda
  2. Aguiar da Beira
  3. Alandroal
  4. Albergaria-a-Velha
  5. Alcanena
  6. Alfândega da Fé
  7. Alijó
  8. Almada
  9. Amarante
  10. Amares
  11. Anadia
  12. Ansião
  13. Arcos de Valdevez
  14. Arouca
  15. Aveiro
  16. Azambuja
  17. Baião
  18. Barreiro
  19. Boticas
  20. Bragança
  21. Caminha
  22. Cantanhede
  23. Cartaxo
  24. Castelo Branco
  25. Castelo de Paiva
  26. Celorico de Basto
  27. Chamusca
  28. Cinfães
  29. Condeixa-a-Nova
  30. Covilhã
  31. Crato
  32. Cuba
  33. Estarreja
  34. Figueira da Foz
  35. Gondomar
  36. Gouveia
  37. Guarda
  38. Ílhavo
  39. Lamego
  40. Lisboa
  41. Loures
  42. Maia
  43. Manteigas
  44. Marco de Canaveses
  45. Matosinhos
  46. Miranda do Douro
  47. Mirandela
  48. Mortágua
  49. Mourão
  50. Murça
  51. Murtosa
  52. Oliveira de Azeméis
  53. Oliveira do Bairro
  54. Ovar
  55. Pampilhosa da Serra
  56. Penacova
  57. Ponte da Barca
  58. Ponte de Lima
  59. Porto
  60. Rio Maior
  61. Sabugal
  62. Sardoal
  63. Sátão
  64. Seia
  65. Serpa
  66. Soure
  67. Tarouca
  68. Torre de Moncorvo
  69. Torres Vedras
  70. Vale de Cambra
  71. Valongo
  72. Viana do Castelo
  73. Vila Nova de Gaia
  74. Vila Nova de Paiva
  75. Vila Pouca de Aguiar
  76. Vila Real
  77. Vila Verde
  78. Vimioso
  79. Armamar
  80. Barcelos
  81. Belmonte
  82. Braga
  83. Cabeceiras de Basto
  84. Chaves
  85. Espinho
  86. Esposende
  87. Fafe
  88. Felgueiras
  89. Freixo de Espada à Cinta
  90. Gavião
  91. Guimarães
  92. Lousada
  93. Macedo de Cavaleiros
  94. Marvão
  95. Miranda do Corvo
  96. Mondim de Basto
  97. Nisa
  98. Paços de Ferreira
  99. Paredes
  100. Penafiel
  101. Portalegre
  102. Póvoa de Lanhoso
  103. Póvoa de Varzim
  104. Santa Maria da Feira
  105. Santo Tirso
  106. São João da Madeira
  107. Trofa
  108. Valença
  109. Valpaços
  110. Vieira do Minho
  111. Vila do Conde
  112. Vila Nova de Famalicão
  113. Vizela

No que diz respeito às medidas a cumprir, está previsto para os concelhos de risco muito e extremamente elevado:

  • Proibição de circulação na via pública a partir das 23h00
  • Proibição de circulação na via pública e encerramento dos estabelecimentos comerciais nos próximos dois fins de semana entre as 13h00 e as 5h00;

(Notícia atualizada às 16h16 com mais informação)

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