Vaga de frio leva a “pico anormal de procura” de botijas de gás
De acordo com as petrolíferas, desde meados de dezembro, e derivado da maior procura com chegada do inverno, se sentiu um incremento dos preços nos mercados internacionais, que se refletem no gás.
Além de ter feito triplicar as vendas de aquecedores em várias lojas — com algumas das principais retalhistas nacionais a darem conta dos seus stocks à beira da rutura — e de ter provocado falhas no fornecimento de eletricidade relacionadas “com a descida abrupta das temperaturas, em particular nas redes de Baixa Tensão, nas zonas urbanas”, a vaga de frio que está a atingir Portugal também teve efeitos nas vendas de gás engarrafado com a Galp, por exemplo, a dar conta de um “pico anormal de procura” nos últimos dias.
As botijas de gás — sobretudo butano — são ainda usadas em Portugal por 2,6 milhões de famílias fora dos grandes centros urbanos e também no interior do país para alimentar fogões, esquentadores ou caldeiras. Nas zonas urbanas, como em Lisboa, por exemplo, a procura dos últimos dias por gás engarrafado prendeu-se sobretudo com os cada vez mais populares aquecedores de interior alimentados com este tipo de energia, como é o caso dos hotspots da Galp ou da gama lançada este inverno pela Repsol, por exemplo, que por sua vez obrigam à fidelização das garrafas da marca.
Apesar do “pico anormal de procura devido à presente vaga de frio, a Galp mantém o habitual abastecimento e reposição do mercado, podendo existir situações pontuais em que a disponibilidade de produto em ponto de venda está limitada por imposição legal por razões de segurança“, garantiu fonte da petrolífera ao ECO/Capital Verde.
Na sexta-feira passada, foram vários os relatos de pessoas que na região da Grande Lisboa se depararam com cenários de botijas de gás esgotadas em vários pontos e venda (onde por razões de segurança não podem estar mais de 20 unidades à venda de cada vez). Nesse dia, 8 de janeiro, e de acordo com os números oficiais da ENSE – Entidade Nacional para o Setor Energético, o preço de venda ao público do gás butano rondava os 2€/kg (1,947€), o que faz com que uma botija de 13kg valesse entre 25 e 26 euros.
Quanto à Cepsa, fonte da marca espanhola dá também conta que “nos últimos dias registou-se um aumento da procura de garrafas de gás da para uso doméstico. A Cepsa garante, ainda assim, total capacidade para continuar a abastecer o mercado e a dar resposta às necessidades dos seus clientes, não existindo qualquer risco de rutura de stock”, revelou ao ECO.
Já a Prio revela que ainda não tem dados finais apurados, mas consegue já afirmar: “Sim, as vendas subiram. Essa subida acontece sempre que há vagas de frio, e por isso nós e os nossos parceiros já estavamos de pré-aviso. Reforçámos os meios na rua para poder atender a todos os pedidos de entrega ao domicílio e assegurar que todos pontos de venda se mantinham com stock”, disse ao ECO/Capital Verde Emanuel Proença, administrador da Prio.
Por seu lado, a Repsol diz que “o mês de janeiro é um mês tradicionalmente frio e a procura que temos registado está em linha com o que aconteceu em anos anteriores”.
“Temos abastecido os nossos canais de venda ao ritmo normal para esta época do ano, como referimos, este é habitualmente um mês de elevada procura”, revelou fonte da petrolífera espanhola.
Sobre o preços, a mesma fonte diz que modo como a cadeia de distribuição funciona implica que são os pontos de venda os responsáveis pela definição dos valores de venda ao público e que “estão naturalmente sujeitos às variações do mercado internacional de matérias-primas ao longo do tempo”.
“Podemos referir que desde meados de dezembro, e derivado da maior procura a nível global pela chegada do inverno, se sentiu um incremento destes preços nos mercados internacionais”, disse a Repsol.
(Notícia atualizada com mais informação)
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