Portugal confina, mas escolas ficam abertas. E lá fora?
O encerramento das escolas ficou fora do leque de medidas anunciadas pelo Governo para limitar a propagação da pandemia. Veja como outros países estão a atuar no âmbito da educação.
O Governo optou por manter a totalidade dos estabelecimentos de ensino abertos, em regime presencial, na nova fase de confinamento que começa esta sexta-feira, 15 de janeiro. Dias antes, o Governo Regional da Madeira tinha anunciado que iria suspender, a partir de 13 de janeiro e até final desse mês, todas as aulas presenciais para os alunos do terceiro ciclo e do ensino secundário, com os restantes níveis de ensino a manterem a sua atividade regular.
E o que acontece noutros países? As escolas continuam abertas? Ou têm vindo a colocar limitações à atividade letiva presencial, de forma a diminuir os contactos entre os alunos?
Espanha
Em Espanha, que tem vindo a ser afetada por uma dura vaga de frio e um crescimento exponencial dos números de novas infeções, diversas Comunidades Autónomas, como é o caso da Andaluzia, da Galiza e da Estremadura, foram foçadas a endurecerem as restrições, ainda que o Governo nacional rejeite a aplicação de um confinamento domiciliário generalizado.
No âmbito das escolas, a regra geral, embora com exceções, passa pela manutenção dos estabelecimentos sem alunos. É o que acontece em Madrid, cidade que tem as suas aulas presenciais suspensas, pelo menos, até 18 de janeiro, sendo estas substituídas pelo ensino à distância em todos os níveis educativos.
França
Durante o segundo confinamento imposto, que teve início no final de outubro, o Executivo francês optou por manter as escolas abertas. O Presidente Emmanuel Macron referiu já que o encerramento das escolas seria uma medida de “último recurso”, pelo facto de prejudicar principalmente os alunos pertencentes a grupos mais desfavorecidos.
Esta quinta-feira, o Presidente francês irá abordar, em conferência de impressa, a possibilidade se se instaurar um terceiro confinamento nacional, mas espera-se a manutenção das condições de ensino: ou seja, as aulas deverão continuar a ser presenciais.
Itália
Em Itália, a situação no ensino varia conforme o nível de escolaridade. Os alunos mais jovens, da creche ou da primária, retornaram às escolas após a pausa natalícia. Mas os níveis de ensino mais avançados, cuja retoma letiva em contexto de sala de aula estava agendada para a passada segunda-feira, viram os seus planos ser alterados pela força da pandemia.
Para estes, as aulas estão a decorrer à distância em todo o país, com exceção das regiões da Toscânia, de Abruzzo e de Valle D’Aosta, cujos estudantes do secundário estão agora sujeitos a um regime misto de aprendizagem – com 50% das aulas a serem presenciais e os restantes 50% a decorrerem online. Esta é uma medida que vigorará, pelo menos, durante todo o mês de janeiro.
Alemanha
No país liderado por Angela Merkel, as escolas encerraram a 16 de dezembro e esta continuará a ser a regra daqui em diante. No entanto, a partir do início desta semana foi dada a cada estado a possibilidade de decidir quanto a uma eventual retoma do ensino em contexto de sala de aula, mas apenas se a média de novos casos por semana seja reduzida para 50 novas infeções por cada cem mil habitantes, adiantou o Público.
Esta é apenas uma das medidas restritivas impostas pelo Executivo nacional para conter os efeitos da propagação da Covid-19 e que vigoram, pelo menos, até ao final de janeiro. Porém, a chanceler adiantou já que o país poderá mesmo continuar a enfrentar medidas de confinamento bastante apertadas até final de março, caso as autoridades de saúde nacionais não sejam capazes de conter a nova variante do coronavírus, com uma maior velocidade de propagação.
Reino Unido
Foi logo no princípio de 2021, mais precisamente a 4 de janeiro, que Boris Johnson alertou todos os britânicos que estariam sujeitos a um confinamento total por um período de seis semanas, instruindo os cidadãos para ficarem nas suas residências. No entanto, a saída para a realização de compras de bens essenciais, por motivos de assistência médica ou para trabalhar, quando não fosse possível fazê-lo a partir de casa, continuaram no grupo das exceções autorizadas.
Dentro deste leque não constavam, efetivamente, as escolas, as quais estão encerradas, pelo menos, até ao dia 5 de fevereiro. Relembre-se que, inicialmente, se esperava que as aulas presenciais fossem retomadas no país durante a primeira semana de janeiro, embora um agravamento da situação pandémica tenha forçado o Governo a recuar e a adotar uma posição mais conservadora.
Irlanda
No início de dezembro, a Irlanda era o país europeu com a taxa de infeção mais baixa a nível europeu. Porém, a situação alterou-se. Os dados referentes à semana passada, divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo instituto de investigação Johns Hopkins, mostraram que a Irlanda é agora o país do mundo com o maior número de casos confirmados por milhão de habitantes.
Em consequência, as escolas irlandesas encontram-se encerradas até, pelo menos, ao dia 31 de janeiro. Ainda assim, os alunos do ensino secundário em fase de preparação para o exame final, necessário para a realização da matrícula nas universidades, terão autorização para frequentarem aulas presenciais três dias por semana.
Países Baixos
O Governo dos Países Baixos anunciou, na passada terça-feira, uma renovação do confinamento geral até, pelo menos, dia 9 de fevereiro.
Neste momento, todas as instituições de ensino holandesas encontram-se fechadas. Mas se as escolas secundárias e as universidades vão permanecer encerradas durante todo o período de confinamento que agora vigora, uma eventual abertura dos jardins de infância e das escolas primárias a partir de 25 de janeiro irá ainda ser avaliada pelas entidades competentes.
Bélgica
Na passada sexta-feira, o primeiro-ministro belga Alexander De Croo anunciou que as medidas de contenção aplicadas no país serão estendidas por um período adicional mínimo de duas semanas, para reduzir a taxa de infeção da Covid-19.
A nível nacional, o país optou por reabrir as creches e escolas após a pausa letiva do Natal. Apenas os alunos mais velhos, nomeadamente os que frequentam os dois últimos anos do ensino secundário, têm vindo, desde então, a ser sujeitos a um regime de ensino híbrido, sendo permitido um máximo de 50% das aulas em regime presencial. Nas universidades, a regra passa por uma manutenção do ensino à distância, de forma a minimizar o risco de contágio.
Rússia
Na capital russa, Moscovo, continuam em vigor restrições rigorosas dado o elevado risco de contágio pelo novo coronavírus. Esta quinta-feira, estas medidas foram prolongadas por mais uma semana, até 21 de janeiro. Mas as escolas, que tinham previamente sido forçadas a adotar um modelo de ensino à distância, irão retomar já na próxima segunda-feira as aulas presenciais, avançou a Reuters.
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