Governo reconhece que acordo na TAP tem medidas muito duras para os trabalhadores
Ministério de Pedro Nuno Santos diz que os acordos de emergência com os sindicatos da TAP são "essenciais para a sobrevivência presente e sustentabilidade futura" da companhia.
A TAP conseguiu, durante o fim de semana, fechar acordos de emergência com os 14 sindicatos da companhia. Um acontecimento “histórico” que o Ministério das Infraestruturas e da Habitação, de Pedro Nuno Santos, congratula, deixando elogios à responsabilidade e compromisso demonstrado pelas estruturais sindicais, apesar de reconhecer que estão em causa medidas “muito duras” para os trabalhadores.
“Existe a plena consciência de que as medidas previstas nos acordos são muito duras para os trabalhadores da TAP S.A., e que os acordos não poderiam ter sido alcançados sem a compreensão demonstrada pelos sindicatos em relação à muitíssimo difícil situação que a empresa vive e à necessidade de esta fazer um ajustamento significativo nos custos salariais o mais rapidamente possível”, diz o Ministério numa nota enviada às redações.
Em causa estão seis acordos de emergência com 15 estruturas sindicais, que abrangem os pilotos, os tripulantes de cabina e o pessoal de terra, incluindo os trabalhadores da aviação civil e aeroportos, manutenção de aeronaves, metalúrgicos e afins, quadros da aviação comercial, trabalhadores da aviação civil, economistas, técnicos de handling, entre outros.
O sindicato dos pilotos, por exemplo, disponibilizou-se a aceitar cortes salariais acima dos 25% para proteger emprego, como de resto o ECO já tinha avançado em primeira mão. E o sindicato dos tripulantes aceitou um modelo de part-time que começa já com um horário reduzido a 85%, a que se somam os cortes de 25% no salário. Em ambos os casos, o que está previsto é a redução das medidas acrescidas ao corte salarial inicialmente previsto ao longo dos próximos quatro anos. E do lado da TAP a contrapartida é a redução do número de trabalhadores que têm de sair.
O ministério de Pedro Nuno Santos sublinha que “estes acordos são essenciais para a sobrevivência presente e para a sustentabilidade futura da empresa”.
Por causa da pandemia, “a TAP, S.A. vive um momento extremamente difícil do ponto de vista operacional e financeiro”, enquadramento que traz desafios no futuro imediato com a necessidade de implementar um plano de reestruturação que passará por uma redução de pessoal e da frota.
A companhia já consumiu 1.200 milhões de euros de fundos públicos em 2020 e vai precisar de novos financiamentos, provavelmente públicos, de mais 3.750 milhões de euros nos próximos anos, até 2024, isto se o processo de reestruturação correr como está previsto.
“Aos sindicatos e aos trabalhadores que demonstraram estar à altura do momento histórico que a empresa atravessa, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação deixa uma sincera palavra de reconhecimento pelo enorme esforço que mostraram estar disponíveis a fazer pelo presente e pelo futuro da TAP S.A. e pela preservação do maior número possível de postos de trabalho. Os sacrifícios serão feitos em nome da TAP S.A., dos seus trabalhadores, do país e da economia nacional, e cabe a todos nós – acionista, administração e trabalhadores – mostrarmos, ao longo dos próximos anos, que eles valeram a pena”, finaliza o comunicado.
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