“Hotel quarentena” em Inglaterra custa 2.000 euros para chegadas de Portugal
O pacote, no valor de 1.750 libras, inclui um quarto de hotel individual, transporte direto do aeroporto ou porto marítimo e dois testes.
Cada pessoa que chegar de Portugal e de outros 32 países a Inglaterra vai pagar dois mil euros pelo quarto de hotel onde terá obrigatoriamente de cumprir uma quarentena mínima de dez dias, anunciou esta terça-feira o ministro da saúde britânico.
O pacote, no valor de 1.750 libras, inclui um quarto de hotel individual, transporte direto do aeroporto ou porto marítimo e dois testes, no segundo e no oitavo dias da quarentena, a qual poderá ser prolongada se um dos resultados for positivo.
A violação das regras poderá incorrer numa multa de entre 1.000 e 10.000 libras (1.140 e 11.400 euros) e as pessoas que omitam nos formulários de passageiros terem estado num dos cerca de 33 países de risco nos dez dias anteriores estão sujeitos a pena de prisão até 10 anos.
“Não peço desculpa pela robustez destas medidas porque estamos a lidar com uma das maiores ameaças à saúde pública que enfrentámos como país”, disse Matt Hancock no parlamento.
Os chamados “hotéis de quarentena” vão entrar em funcionamento na segunda-feira e afetar passageiros que cheguem de 33 países dos quais os voos diretos foram suspensos e visitas interditas, sendo apenas permitida a entrada de nacionais britânicos e estrangeiros residentes.
A lista inclui Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Angola, bem como dezenas de países africanos e sul-americanos devido ao risco de transmissão das variantes B1128, detetada no Brasil, e B1351, detetada na África do Sul, contra as quais os cientistas receiam que as vacinas anti-covid sejam menos eficazes.
Até agora, os passageiros internacionais cumprem a quarentena na sua própria residência, para a qual podem viajar usando transportes públicos, mas o Governo está sob pressão para endurecer as restrições nas fronteiras para evitar a chegada de mais casos com as variantes.
O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, considera a variante da África do Sul “a maior ameaça” que o Reino Unido enfrenta e disse na segunda-feira que é importante “proteger as fronteiras” devido às preocupações de que a vacina Oxford/AstraZeneca possa ser menos eficaz contra aquela variante.
Os restantes passageiros que cheguem a Inglaterra de países de menor risco também vão ter regras mais apertadas a partir da próxima semana, nomeadamente testes adicionais no segundo e oitavo dia da quarentena obrigatória, a qual será prolongada se forem positivos.
Todos os que cheguem do estrangeiro a Inglaterra têm também de apresentar um teste com resultado negativo realizado 72 horas antes do embarque.
Hancock disse estar em contacto com os governos autónomos das outras regiões – Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte -, bem como com a Irlanda, país com o qual tem uma área de circulação livre, para se coordenarem e adotarem medidas semelhantes.
O Reino Unido é um dos países mais afetados pela pandemia Covid-19, tendo registado mais de 112 mil mortes, o maior número na Europa e o quinto maior a nível mundial, atrás dos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 14.354 pessoas dos 767.919 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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