Família Espírito Santo investigada por esquema financeiro de 10 milhões de euros
Esquema financeiro da Tranquilidade e Europ Assistance terá pago, entre 2004 e 2012, 10 milhões de euros a cinco membros do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo.
O Ministério Público abriu um novo inquérito contra a família Espírito Santo, desta vez para investigar um esquema financeiro suspeito de duas seguradoras, a Tranquilidade e a Europ Assistance, do Grupo Espírito Santo (GES) que pagou, entre 2004 e 2012, 10 milhões de euros a Ricardo Salgado, António Ricciardi, Manuel Fernando Espírito Santo, Mário Mosqueira do Amaral e José Manuel Espírito Santo (membros do Conselho Superior do GES), avança o Correio da Manhã esta segunda-feira. Em causa estão os crimes de suspeitas de fraude fiscal, abuso de confiança, burla qualificada e falsificação.
“Pelo menos desde 2004 e durante cerca de oito anos, Augusto Tomé Pedroso e Pedro Beauvillain de Brito e Cunha, membros do conselho de administração da Companhia de Seguros Tranquilidade, gizaram e puseram em execução o seguinte esquema financeiro: inflacionaram custos de resseguro da Companhia de Seguros Europ Assistance (sua fornecedora e subsidiária), sendo os respetivos montantes canalizados através de um outro ressegurador desta última [seguradora] para pagamento aos membros do Conselho Superior do GES”, lê-se no despacho, citado pelo jornal. Também Manrico Iachia e Carlos Beirão da Veiga, presidente e membro da Europ Assistance, terão participado no esquema em causa. A investigação quer ainda perceber se estes intervenientes receberam alguma comissão pelo seu envolvimento.
A procuradora pediu para aceder a documentos apreendidos na Suíça “para a demonstração do circuito financeiro das verbas que, desviadas das seguradoras sedeadas em Portugal, percorre diversas jurisdições, incluindo paraísos fiscais, até integrar o património dos ordenadores dessas transferências”.
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