PRR: Medina e Moreira dizem que desafio estará na execução dos projetos tendo em conta prazos
Autarca de Lisboa sublinha que, na bazuca europeia, o problema será a "capacidade de execução”. Presidente da Câmara do Porto considera que o plano deveria “ter sido mais territorializado”.
Os presidentes das autarquias de Lisboa e do Porto expressaram esta quinta-feira concordância com as prioridades do Plano de Resiliência e Recuperação (PRR) e consideraram que o desafio estará na execução dos projetos tendo em conta a baliza temporal.
Notando que os projetos têm de ser exequíveis até 2026, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), salientou que é necessário “identificar rapidamente os projetos”, lembrando que, além da iniciativa política, são precisos estudos e projetos que levam tempo.
No mesmo sentido, o presidente da autarquia do Porto, Rui Moreira (independente), realçou o “limite temporal bastante curto” e afirmou que, tendo em conta a burocracia que um projeto atravessa, “coisas que não estejam hoje pensadas ou mais ou menos concebidas não vai haver tempo para as fazer”.
Os autarcas falavam num debate, moderado pela jornalista da RTP Fátima Campos Ferreira, que decorreu hoje à noite no município da Mealhada, com o tema “O futuro dos municípios após a pandemia”.
No entender de Fernando Medina, “o grande desafio” vai estar do lado dos municípios e o que “interessa é quem tem projetos para apresentar e executar”. “Não é um problema de recursos. Vai ser mesmo um problema de capacidade de execução”, defendeu o presidente da Câmara de Lisboa.
“Se não têm coisas já bem concebidas, esqueçam, não vai valer a pena”, acrescentou Rui Moreira, referindo ainda o tempo dos concursos públicos e os vistos do Tribunal de Contas. O presidente da Câmara do Porto, considerou, porém, que o plano deveria “ter sido mais territorializado”, reconhecendo “a dicotomia que existe no país” e alertando que “não vale a pena partir de mitos”.
Já o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro (PS), o anfitrião do debate, adiantou que tem projetos em mente na área da saúde. “Estamos preparados dentro da nossa pequenez e dentro da nossa capacidade financeira”, assumiu o autarca.
Sobre as prioridades para o pós-pandemia, Medina destacou que tem como objetivos que Lisboa tenha “empregos mais atrativos”, transportes mais amigos do ambiente, assim como habitação acessível para os jovens e as famílias da classe média.
Rui Moreira, por seu turno, manifestou “grande otimismo para o momento pós pandémico”, sublinhando que “há investidores interessados na área do Porto”, designadamente no setor das tecnologias. Defendeu também uma cidade mais sustentável e avisou: “a geração da Greta vão ser os nossos turistas do futuro”.
O PRR, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19 prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.
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