Janet Yellen acredita que EUA vão regressar ao pleno emprego já em 2022

  • Lusa
  • 8 Março 2021

“Esperamos que os recursos deste pacote [de estímulos] efetivamente impulsionem uma recuperação económica muito forte”, disse Yellen durante uma entrevista à MSNBC.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou esta segunda-feira que o pacote de estímulos orçamentais, recentemente aprovado pelo Senado, permitirá impulsionar uma “muito forte recuperação económica” e fazer o país regressar ao pleno emprego em 2022.

“Esperamos que os recursos deste pacote [de estímulos] efetivamente impulsionem uma recuperação económica muito forte”, disse Yellen durante uma entrevista à MSNBC.

Citada pela agência espanhola EFE, a secretária de Estado do Tesouro da Administração de Joe Biden afirmou ainda antecipar que, “se tudo correr bem”, a economia dos Estados Unidos “regresse ao pleno emprego no próximo ano”.

A taxa de desemprego disparou de 3,5% em fevereiro de 2020 para 14,7% em abril, refletindo o momento do maior impacto da aplicação das medidas de restrição à circulação e o encerramento de muitas atividades e empresas, de forma a conter a propagação da pandemia de Covid-19. Atualmente aquela taxa está nos 6,2%.

Janet Yellen, a primeira mulher a dirigir a Secretaria de Estado do Tesouro na história dos Estados Unidos, distanciou-se dos receios de subida da inflação devido à dimensão do pacote de estímulos agora aprovado, no valor de 1,9 biliões de dólares (1,59 biliões de euros).

“Verdadeiramente não acredito que isso vá acontecer. Tínhamos uma taxa de desemprego de 3,5% antes da pandemia e não havia sinais de subida da inflação. Estava muito baixa em vez de muito alta”, precisou.

O Senado norte-americano aprovou um novo pacote de estímulos económicos para fazer face à devastação provocada pela pandemia, que inclui um subsídio de desemprego de emergência e pagamentos diretos à população (ou “cheques”).

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Poupadinhos e com Vales: “A melhor forma de venda é a relação emocional criada”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 8 Março 2021

O Poupadinhos e com Vales foi E-commerce do Ano em Vouchers e Experiências e ganhou a prata na categoria "Melhor 'explicação' dos artigos à venda" na 1ª edição do Portugal E-Commerce Awards.

O Poupadinhos e com Vales é um site que se dedica a ajudar os portugueses a poupar dando a conhecer artigos, produtos e experiências de qualidade a um preço competitivo. Na 1ª edição do Portugal E-Commerce Awards, uma iniciativa do Lisbon Awards Group, em parceria com o ECO, que visa distinguir os melhores projetos de e-commerce no país, foi E-commerce do Ano em Vouchers e Experiências e ganhou a prata na categoria “Melhor ‘explicação’ dos artigos à venda“.

Janine Medeira, fundadora e account manager do Poupadinhos e com Vales, fala da importância de ter recebido o galardão e da sua perspetiva em relação à área do comércio eletrónico.

Quais eram as vossas expectativas quando se candidataram ao Portugal E-Commerce Awards?

Não existiam expectativas elevadas, foi no sentido de participar e perceber o potencial do nosso site dentro do tema, e obviamente argumentamos com vontade de ganhar, no entanto, queríamos essencialmente estar presentes como um dos candidatos e quiçá que nos abrisse algumas portas mais.

Qual foi a ideia ou necessidade que deu origem ao vosso E-Commerce?

A ideia foi sempre ajudar as pessoas que têm mais dificuldade na escolha de produtos de qualidade mas ao mesmo tempo com um preço competitivo. Especialmente no mundo online, sendo que o que se compra não pode ser visto, não é palpável, há muita tendência a considerar que se um produto é barato, significa que não tem qualidade. O Poupadinhos foi criado no sentido de desmistificar essa ideia e partilhar com quem nos segue boas oportunidades, e artigos/produtos/experiências realmente recomendáveis.

E-commerce em 2015 e agora em 2021 – como consideram este crescimento e evolução?

É um crescimento gigante. Nem precisamos ir tão longe, e-commerce 2020 e 2021 teve uma evolução tão grande, devido ao confinamento, que os receios que as pessoas tinham, quase desapareceram. A verdade é que boa parte das marcas criou ou apostou ainda mais nos seus sites de vendas, e muita gente vende cada vez mais e mais por este meio.

Como é que a pandemia e o confinamento alteraram as vossas rotinas?

Temos muito mais campanhas a decorrer agora, logo temos mais trabalho. Para além disso, há todo um trabalho de criatividade e reinvenção que não existia anteriormente. Antes de tudo isto era fácil criar um conteúdo apelativo, bastava ir à loja física em questão, fotografar, ou fazer um vídeo interessante que só por si, isso já vendia! Agora o interesse tem de ser trabalhado, desde as nossas casas, muitas vezes sem produto sequer, cativar um público sem uma ação que despolete interesse é e sempre será um desafio.

Qual foi a característica funcional ou política de e-commerce que deu origem ao vosso prémio no Portugal E-Commerce Awards?

Acreditamos que é o fator feedback real. Além de não aconselharmos nada que não seja por nós testado e (muito importante) que a relação qualidade preço seja incrível, a relação de credibilidade que ao longo dos anos criamos com a audiência, acresce uma confiança extra. Quem compra por conselho nosso, por diversas vezes, refere que só deu o passo após ter percebido que aconselhávamos, caso contrário não o faria.

Com o grande crescimento de e-commerce nos últimos tempos, como é que se conseguem distinguir da concorrência?

Pelos motivos anteriormente apresentados. A melhor forma de venda é a relação emocional criada, a partir do momento em que te aproximas ou te identificas com alguém por algum motivo, facilmente na hora de comprar a decisão vai recair na pessoa que, de alguma forma, já te marcou positivamente noutras ocasiões. Relações de sucesso e que duram muitos anos, mesmo que sejam as de cliente/vendedor, vão sempre distinguir-nos dos demais.

Quais são os maiores desafios para quem trabalha na área do e-commerce?

A concorrência e a parte logística, porque qualquer uma delas não é totalmente controlável.

Quais foram as vantagens da participação no Portugal E-Commerce Awards?

É sempre uma mais valia receber um prémio, é algo que acrescentamos ao nosso Media Kit e valoriza o nosso trabalho na tomada de decisão de uma parceria, por exemplo.

Quais as tendências que apontam nesta área para o futuro?

A tendência é o crescimento, cada vez há mais sites e-commerce, e a pandemia veio ajudar neste desenvolvimento. Esperam-se melhorias, pretendem-se processos de venda cada vez mais rápidos e eficazes, serviços de apoio ao cliente de qualidade, e uma forte aposta na segurança, tanto do processo de compra e pagamento, como na qualidade dos produtos vendidos.

Com a constante atualização e desenvolvimento desta área, como é que se acompanha todas estas tendências?

Benchmarking, criatividade e inovação. Sem estas três medidas, provavelmente o acompanhamento seria difícil.

Qual o futuro do e-commerce na sua marca: uma alternativa ou o caminho a seguir?

Um caminho a seguir, sem dúvida, atualmente não existe forma de o ver como uma alternativa, nem neste momento em que não temos lojas a não ser de modo online, nem depois. O hábito foi criado, as pessoas já entenderam a facilidade, gostam das vantagens, e de forma alguma este caminho terá fim nos próximos tempos.

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Mais tarifários e IVA reduzido levam ERSE a atualizar simulador de preços de energia

O simulador de preços de energia, lançado há três anos, registou, até ao final de fevereiro um total de 243.809 utilizadores e 4.897 813 simulações

A pensar nos consumidores que estão a pensar mudar de comercializador de energia e gás, a ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos atualizou o seu simulador de preços de energia com a introdução de novas funcionalidades, entre as quais um filtro de inclusão do desconto na taxa de IVA aplicável a famílias numerosas e uma nova opção de simulação com base no valor mensal da fatura do consumidor.

Soma-se ainda um filtro de ofertas com descontos exclusivos para novos clientes, a possibilidade de aviso de informação incoerente entre o simulador e outras fontes e a reorganização da página de resultados, destacando o menu de personalização da simulação. O objetivo das novas funcionalidades, diz a ERSE, é “acompanhar a rápida evolução do mercado retalhista e aumentar a usabilidade desta ferramenta essencial no processo de mudança de comercializador de energia”.

O regulador justifica a atualização do simulador pela crescente evolução do número e diversidade de ofertas disponibilizadas pelos comercializadores no mercado, pelas sugestões dos consumidores que utilizaram o simulador e por alterações na aplicação da taxa de IVA a famílias numerosas.

Os números da ERSE revelam que o simulador de preços de energia, lançado há três anos, registou, até ao final de fevereiro um total de 243.809 utilizadores e 4.897 813 simulações. Atualmente, esta ferramenta reúne informação de perto de 500 tarifários do mercado liberalizado, relativos a 23 comercializadores na eletricidade e 14 comercializadores no gás natural.

A ERSE recomenda que os consumidores, no início de cada ano e, preferencialmente duas vezes por ano, consultem o Simulador de preços da ERSE e verifiquem qual é a oferta comercial que melhor se adequa ao seu caso. “Por exemplo, para um consumidor de eletricidade com uma potência contratada de 3,45 kVA e um consumo anual de 1 900 kWh, a oferta de preço mais baixo resulta numa fatura mensal de 32 €, enquanto a oferta mais cara pode implicar um custo acrescido de mais de 13 € ao mês”, diz a ERSE em comunicado.

A ERSE relembra ainda que este simulador permite:

  • Comparar o valor a pagar quando é necessário decidir entre contratar a eletricidade e o
    gás natural de forma conjunta ou em separado.
  • Colocar os preços do seu contrato atual e perceber se pode poupar com uma mudança de oferta comercial.
  • Identificar as componentes numa fatura de energia, como por exemplo, as tarifas de acesso às redes, a componente de energia ou das taxas e impostos.
  • A informação relativa às ofertas comerciais é disponibilizada em formato de base de dados pela ERSE que, assim, possibilita o acesso fácil e equitativo por parte de terceiros (empresas, consumidores, associações de defesa do consumidor, outros simuladores, etc.). Estes dados são descarregados perto de 740 vezes por ano.

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EY quer inspirar estudantes talentosas a desenvolverem carreira no setor de corporate finance

A EY elegeu a primeira EY Corporate Finance Woman, uma "forma de, no contexto universitário, inspirar estudantes talentosas a desenvolverem uma carreira de sucesso" numa área com pouca diversidade".

A EY Portugal elegeu, pela primeira vez, a EY Corporate Finance Woman of the Year, uma forma de, em contexto universitário, a consultora identificar mulheres de elevado potencial para desenvolverem uma carreira em strategy and transactions. A vencedora da competição foi Sofia Geraldo, da Nova School of Business and Economics, que participará na competição global da EY, em abril. Além disso, a estudante recebeu também a oportunidade de fazer um estágio remunerado na consultora.

Beatriz Faria, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, e Adriana Lourenço, do ISCTE Business School, ganharam os segundo e terceiro lugares, respetivamente, conseguindo também um estágio remunerado na multinacional.

“A paridade de género é algo que levamos muito a sério na EY Portugal e em que verdadeiramente nos empenhamos no âmbito da nossa política de D&I. É logo desde o início que queremos promovê-la e acelerá-la”, começa por dizer Miguel Farinha, head of strategy and transactions na EY Portugal. “Acreditamos que esta competição é uma excelente forma de, no contexto universitário, inspirar estudantes talentosas a conhecerem e a desenvolverem uma carreira de sucesso numa área onde ainda existe uma grande desigualdade entre homens e mulheres“, acrescenta o responsável pela competição.

Acreditamos que esta competição é uma excelente forma de, no contexto universitário, inspirar estudantes talentosas a conhecerem e a desenvolverem uma carreira de sucesso numa área onde ainda existe uma grande desigualdade entre homens e mulheres.

Miguel Farinha

Head of strategy and transactions na EY Portugal

“A competição EY Corporate Finance Woman of the Year deu-me a oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido pela área de Transactions da EY e de descobrir uma carreira na intersecção dos serviços de estratégia e transações. Ao participar nesta competição, pude interagir com jovens motivadas a construir carreiras com impacto e uma equipa de profissionais dedicados que nos orientaram ao longo dos vários desafios”, diz Sofia Geraldo, citada em comunicado.

“A competição internacional vai ser uma oportunidade de representar Portugal e trabalhar com talento global para desenhar soluções estratégicas que permitam às empresas gerar valor e crescer de forma sustentável. Espero que a minha experiência possa motivar outras futuras profissionais a abraçar esta oportunidade e seguir uma carreira em corporate finance, acrescenta.

Ao todo, a EY recebeu 59 candidaturas para o concurso. Posteriormente, foram selecionadas 23 candidatas para a fase seguinte, realizando um vídeo entrevista e um statement de motivação. Dessas candidatas, foram escolhidas sete finalistas que participaram na competição local, onde desenvolveram business cases na área de corporate finance. O balanço é bastante positivo, não apenas em termos quantitativos mas também qualitativos. “Recebemos candidaturas das principais universidades portuguesas, de estudantes com excelentes performances académicas e com várias atividades e experiências extracurriculares”, conta o responsável pela competição.

Mas não só as vencedoras ganharam. “Além das vencedoras, a maioria das candidatas irá prosseguir no processo de recrutamento para integração na EY, no âmbito do Programa New EYers, devido à capacidade que demonstraram, já na fase de competição, para resolver problemas complexos em corporate finance”, avança.

Corporate finance, “cargos escassos e difíceis de alcançar”

Ainda antes do lançamento da competição, a EY realizou um estudo para perceber as principais razões do fosso de género que existe nesta área, tendo concluído que “existe a perceção junto dos estudantes de que os cargos de corporate finance são escassos e difíceis de alcançar, com as mulheres tendencialmente a concorrerem a cargos ou setores que oferecem mais posições”, diz Miguel Farinha.

Miguel Farinha é head of strategy and transactions na EY Portugal

Por isso mesmo, o responsável pela competição e head of strategy and transactions, considera que existe necessidade de esclarecer, bem como de desenvolver iniciativas neste sentido. “Criar maior awareness desde cedo sobre a área e os seus desafios é uma delas, e esta competição é uma excelente oportunidade para o fazer”, afirma, salientando que existem outras iniciativas na empresa que envolvem a partilha de experiências de mulheres que estão a desenvolver carreiras de sucesso em corporate finance, bem como a monitorização de indicadores-chave de desempenho de género nos vários níveis de carreira.

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Parlamento Europeu vota levantamento de imunidade a independentista catalão Puigdemont

  • Lusa
  • 8 Março 2021

Levantamento da imunidade pode permitir um novo exame, pela justiça belga, dos pedidos de extradição de Espanha a três eurodeputados catalães.

O Parlamento Europeu vota, esta segunda-feira, o levantamento da imunidade de três deputados europeus independentistas da Catalunha, entre eles o antigo presidente da região Carles Puigdemont, fugidos da justiça espanhola após a tentativa de independência de 2017.

A Comissão dos Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu deu luz verde em fevereiro passado ao levantamento da imunidade, e agora espera-se que o plenário confirme essa posição na votação que tem lugar esta noite, mas que só será conhecida terça-feira de manhã.

Carles Puigdemont, que foi eleito para o Parlamento Europeu nas eleições de maio de 2019, e os seus antigos “ministros” Toni Comin e Clara Ponsati estão fugidos à justiça espanhola por estarem envolvidos na organização, em 2017, de um referendo considerado ilegal sobre a independência da Catalunha, uma região governada pelos movimentos separatistas, que têm a maioria no parlamento regional.

O levantamento da imunidade dos três deputados europeus iria permitir um novo exame, pela justiça belga, dos pedidos de extradição emitidos pela Espanha contra o Puigdemont e Comin, que vivem na Bélgica desde 2017 para escapar à justiça espanhola. As autoridades judiciais na Escócia, onde vive Clara Ponsati, também suspenderam a avaliação do pedido de extradição enquanto esperam a decisão do Parlamento Europeu.

Os três deputados são acusados pela justiça espanhola de “sedição”, e no caso do Carles Puigdemont e de Toni Comin também de “desvio de fundos públicos”, e já anunciaram que irão recorrer da decisão junto do Tribunal de Justiça da União Europeia, se a sua imunidade for levantada.

Os independentistas consideraram que o Supremo Tribunal espanhol não tem jurisdição para que esse recurso fosse apresentado naquele país e também denunciaram a “natureza política” do processo contra eles.

Vários antigos líderes catalães, que pertenceram ao Governo regional liderado por Puigdemont, que permaneceram em Espanha, como o antigo vice-presidente Oriol Junqueras, estão a cumprir penas de prisão por terem organizado o referendo.

Os partidos separatistas catalães, apesar de muito divididos, saíram reforçados das últimas eleições regionais, que tiveram lugar em 14 de fevereiro último, e deverão continuar à frente do Governo regional.

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Sassoli conta com Portugal para desbloquear diretiva sobre mulheres em conselhos de administração

  • Lusa
  • 8 Março 2021

Durante a abertura da sessão plenária do Parlamento Europeu desta segunda-feira, Sassoli referiu também que a situação pandémica veio consolidar "injustiças e desigualdades".

O presidente do Parlamento Europeu (PE), David Sassoli, afirmou esta segunda-feira contar com o “empenho” da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) para desbloquear a diretiva relativa às mulheres em conselhos de administração, bloqueada desde 2012.

“O continente que guiou a luta pelos direitos das mulheres deve promover hoje a igualdade real das mulheres, como uma batalha de todos: as mulheres devem estar presentes de maneira igualitária nos locais onde são tomadas as decisões quanto à recuperação. Por esse motivo, é essencial desbloquear a diretiva sobre a presença das mulheres em conselhos de administração que está há muito anos parada no Conselho e conto com o empenho da presidência portuguesa para esse objetivo essencial”, disse Sassoli durante a abertura da sessão plenária do PE, dedicada ao Dia Internacional da Mulher.

Numa sessão que contou também com a intervenção da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, da primeira-ministra neozelandesa, Jacinta Ardern, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Sassoli referiu que a crise “dramática” da pandemia “viu mulheres e raparigas não apenas na linha da frente para reagir quanto à saúde pública e à emergência, mas também a sofrer em cheio as consequências económicas, sociais e materiais da pandemia nas suas vidas”.

Citando assim uma frase de Simone de Beauvoir – que disse que bastaria uma “crise política, económica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam postos em discussão novamente” –, Sassoli destacou que a atual crise pandémica é exemplo disso.

A pandemia de Covid-19 não apenas consolidou injustiças e desigualdades, mas corre o risco de apagar décadas de conquistas das batalhas das mulheres europeias”, apontou.

Sassoli sublinhou assim que a atual pandemia afetou fortemente as mulheres, referindo que houve um aumento na violência doméstica, que os setores mais afetados foram setores em que “há uma forte presença feminina” e que 86% dos prestadores de cuidados de saúde são mulheres.

“Podemos lutar contra esta pandemia e contra o impacto social e económico que tem e terá na nossa vida, na vida das pessoas, se colocarmos as mulheres e as raparigas no centro da nossa resposta, não por causa de um princípio genérico, mas utilizando os poderes que temos, que o Parlamento e as instituições têm, para melhorar o quotidiano das pessoas e das mulheres, para darmos um passo para a frente e não para trás”, apontou.

Nesse âmbito, Sassoli lembrou que o PE “lutou” para que os direitos das mulheres fossem uma “prioridade central” nos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR) e afirmou que, além da diretiva relativa às mulheres em conselhos de administração, irá também trabalhar na proposta da Comissão Europeia sobre igualdade salarial, apresentada na sexta-feira.

“Temos de começar com a igualdade salarial: salário igual para um trabalho igual. As mulheres na Europa recebem, em média, 14,1% menos do que os homens. Isto não é aceitável”, apontou.

Sassoli abordou ainda a questão da violência doméstica, apelando a que todos os Estados-membros ratifiquem a Convenção de Istambul, que continua sem ser assinada pela Hungria, Letónia, Lituânia, Eslováquia, República Checa e Bulgária.

“Isto não é uma questão abstrata, é sobre quem somos, é parte da nossa identidade enquanto grande ator global e bloco democrático”, sublinhou.

A diretiva relativa às mulheres em conselhos de administração foi apresentada pela Comissão Europeia em novembro de 2012, mas encontra-se bloqueada no Conselho da UE desde então.

No entanto, Portugal – no âmbito do trílogo de presidências a que pertence, com a Eslovénia e a Alemanha – identificou a necessidade de “progressos decisivos” no dossiê como uma das prioridades.

A diretiva relativa às mulheres em conselhos de administração prevê, segundo a Comissão Europeia, “responder ao desequilíbrio significativo que há entre homens e mulheres na tomada de decisão económica ao mais alto nível”.

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Mulheres são 61% dos juízes em Portugal, mas estão em minoria nos supremos tribunais

  • Lusa
  • 8 Março 2021

As mulheres representam 61% dos juízes nos tribunais em Portugal, mas ainda estão em número reduzido no Supremo Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Administrativo.

As mulheres representam 61% dos juízes nos tribunais em Portugal, mas ainda estão em número reduzido no Supremo Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Administrativo, segundo dados divulgados esta segunda-feira. A juíza Ana Micaela Proença, do Observatório para a Igualdade e Não Discriminação da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), revelou que as mulheres eram 17% dos juízes em 1991 e passaram a ser 61% em 2019.

Há cada vez maior preponderância de juízas na primeira e na segunda instâncias“, sublinhou a magistrada, para quem este aumento de mulheres nos tribunais é uma evolução, tendo em conta que até 1974 o acesso à carreira estava vedado às mulheres.

Os números do Observatório contrastam, por exemplo, com os do corpo diplomático, em que o acesso das mulheres esteve também vedado até 1974, com uma representatividade feminina de 30%. A paridade de géneros entre magistrados foi atingida em 2006 e 2007.

Ainda assim, indicou Ana Micaela Proença, existe um “reduzido número de juízas no Supremo Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Administrativo“, onde “ainda existe uma grande desproporcionalidade de géneros”. “O reduzido número de juízas nestes tribunais superiores é também apontado devido à discriminação dos seus direitos parentais e a dificuldade de compatibilização da vida pessoal, familiar e profissional”.

Os dados constam de um relatório sobre igualdade de género e assédio no sistema judiciário em Portugal, que foi divulgado durante a conferência internacional “Justiça, Igualdade e Género” promovida pela ASJP no âmbito do Dia Internacional da Mulher.

O Observatório para a Igualdade e Não Discriminação foi criado em 2020 no seio da ASJP, com o intuito de receber queixas anónimas de situações de violação do princípio de igualdade ou de discriminação direta, bem como de situações de assédio moral ou sexual, com vista a encontrar soluções e a denunciá-las e puni-las. Contudo, do levantamento efetuado, não foram comunicados quaisquer problemas.

Apesar disso, o Observatório propôs a adoção de um código de boas práticas, no sentido de prevenir mais do que unir ou reprimir, e uma maior aposta na formação dos juízes.

Segundo o Observatório, “os Conselheiros Superiores devem também efetuar uma clara condenação do assédio nas relações estabelecidas entre juízes, atuando nos planos disciplinares e da censura pública, criando também formas de denúncia e procedendo ao seu registo”.

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Eurest avança com despedimento coletivo de 146 trabalhadores

  • Lusa
  • 8 Março 2021

A Eurest, que explora cantinas, refeitórios e outros negócios semelhantes, vai colocar em andamento uma nova vaga de despedimentos, depois de recentemente ter despedido 116 trabalhadores.

A Eurest, que explora cantinas, refeitórios e outros negócios semelhantes, vai avançar com o despedimento coletivo de 146 trabalhadores, adiantou a Federação dos Sindicatos da Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht), numa informação confirmada pela empresa.

Em comunicado, a Fesaht disse que a Eurest, pertencente ao grupo inglês Compass “depois de recentemente ter feito um despedimento coletivo de 116 trabalhadores, informou esta segunda-feira que é intenção da empresa proceder ao despedimento coletivo de 146 trabalhadores, 141 dos quais mulheres”.

“Confirma-se [que] estamos a levar a cabo um despedimento coletivo de colaboradores que estão afetos a empresas que fecharam e que não temos qualquer perspetiva de quando possam reabrir (ou se vão reabrir); outros pertencem a unidades que reduziram radicalmente o número de refeições; outros são de áreas de negócio que encerramos (ex: ‘vending’) e, finalmente, alguns estavam em quadros excedentários, mas a empresa não consegue continuar a manter”, indicou a Eurest, contactada pela Lusa, sem confirmar os números.

A Fesaht, por sua vez, garantiu que a Eurest “tem um volume de negócios superior a 100 milhões de euros anualmente, dá milhões de lucros todos os anos, recebeu e continua a receber apoios do Estado neste período de pandemia”.

A empresa contrapõe e salienta que não está “a receber qualquer apoio”, recordando que nesse caso não poderia “estar a conduzir um despedimento coletivo”.

Os representantes dos trabalhadores indicam que “não há nenhum motivo para a empresa recorrer a despedimentos coletivos”, salientando que “não há mais nenhuma empresa do setor das cantinas e refeitórios com processos de despedimento coletivo”.

“Tomemos como exemplo as cantinas do IEFP: houve concurso público no final do ano 2020; a empresa já explorava o serviço de refeições; se entendia que não era rentável, não concorria”, referiu.

De acordo com a Fesaht, “neste processo, a empresa inclui novamente trabalhadores das cantinas, bares, ‘vending’ [máquinas de venda automática] e cafetarias de fábricas, institutos públicos”, bem como “faculdades públicas e privadas, escolas, estações ferroviárias, CTT, áreas de serviço e restauração pública”.

A Fesaht garantiu que, “com este despedimento, a Eurest despede 262 trabalhadores, sendo 238 mulheres”.

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Victoria aposta em danos próprios para crescer no seguro Automóvel

  • ECO Seguros
  • 8 Março 2021

A seguradora lança campanha para vender seguro automóvel para além da responsabilidade obrigatória. Chama a atenção para que carros parados também estão em risco.

Pequeno-almoço Ecoseguros no Altis Ópera - 04MAR20
Susana Pascoal, diretora de Marketing da Victoria Seguros: “Comunicamos o impacto na vida das pessoas e não as características do seguro, humanizando a mensagem”.Hugo Amaral/ECO

A Victoria Seguros quer crescer a sua carteira de seguros automóvel e acaba de lançar a campanha de comunicação para a sua rede de distribuição designada “(Pelo menos) 5 razões para ter um bom seguro automóvel, mesmo com o carro parado”. A seguradora registou em 2020 um crescimento de 3,7% nos seguros do ramo auto, acima do total geral do mercado (2,1%), segundo dados da ASF sobre a produção de seguro automóvel em Portugal, em 2020.

Segundo Susana Pascoal, diretora de Marketing “O nosso objetivo é chegar às pessoas – sensibilizá-las para a importância de um seguro robusto mesmo no contexto em que vivemos e no qual o nosso automóvel está mais tempo parado à porta de casa”. Acrescenta “construímos cinco situações que, no fundo, refletem situações e anseios que, em algum momento, já todos tivemos. Comunicamos o impacto na vida das pessoas e não as características do seguro, humanizando a mensagem, com um toque de humor e uma imagem apelativa que atue como trigger na comunicação digital. Assumindo o atual contexto real nesta ação, em detrimento de o evitarmos”, conclui.

Campanha digital: Outras formas de dizer danos próprios e assistência.

A Victoria Seguros atingiu em 2020 um volume de prémios no ramo automóvel de cerca de 13 milhões de euros, representando a componente de danos próprios apenas 23% do total faturado, sendo o restante a responsabilidade civil obrigatória e uma pequena componente de mercadorias transportadas em que a Victoria é líder. O conjunto do ramo automóvel atingiu perto de 1,8 mil milhões de euros sendo 37% resultante de Danos Próprios e o restante de responsabilidade civil obrigatória.

Por isso incrementar seguro automóvel levou a esta campanha desenhada maioritariamente para meios digitais, que segue a nova linha de comunicação Victoria com recurso a exemplos da vida real (personas), num tom de comunicação que, segundo a companhia, pretende ser “claro, próximo e disruptivo”. Para além de um conjunto de conteúdos para suportes digitais e alguns documentos mais informativos, esta campanha tem ainda uma landing page dedicada, disponível no site da Seguradora.

Miguel Roque, diretor técnico de Ramos Reais da Victoria Seguros destaca o crescimento da procura pelas nossas soluções que vão bem além da cobertura obrigatória de responsabilidade civil. “Em 2020 verificámos um crescimento muito acentuado de apólices com componentes de danos próprios,”, referindo ainda que “num ano muito desafiante, este desempenho pode, a par da forte dinâmica comercial incutida, ser atribuído à análise tarifária efetuada e à consequente adoção de medidas cirúrgicas que conferiram maior robustez e competitividade às soluções que apresentamos no mercado”.

Para além do Ramo Auto, a VICTORIA Seguros, que está em Portugal desde 1930, tem-se destacado também na área da Saúde e no setor da Construção e o Imobiliário sendo o seu acionista, a seguradora líder do setor da construção civil e obras públicas em França.

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EUA já têm diretrizes para pessoas vacinadas regressarem ao “normal”

Nos Estados Unidos o regresso à "normalidade" está mais perto. Pode agora haver ajuntamentos dentro de casa entre pessoas vacinadas, sem máscara e sem distanciamento. Em público devem seguir medidas.

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês) dos Estados Unidos da América (EUA) divulgou, esta segunda-feira na sua página online, diretrizes para quem já recebeu a vacina contra a Covid-19. As pessoas vacinadas podem, agora, encontrar-se em ajuntamentos dentro de casa com outras pessoas vacinadas, sem máscara ou distanciamento social.

As pessoas vacinadas podem também visitar, dentro de casa, pessoas não vacinadas de um único agregado familiar que estejam em baixo risco de contrair uma doença grave da Covid-19. Caso tenham estado com alguém que esteja infetado não necessitam de fazer quarentena, a não ser que tenham sintomas.

No entanto, isto não significa que estas pessoas deixem de aderir às restrições de saúde pública (uso de máscara, distanciamento social) quando se encontram em público. Especialmente porque há coisas que ainda não se sabe sobre o vírus, nomeadamente sobre as novas variantes e sobre a transmissão da doença. “Até sabermos mais sobre estas questões, todos – mesmo as pessoas vacinadas – devem continuar a tomar medidas básicas de prevenção quando recomendadas”, lê-se no site do CDC.

As pessoas estão elegíveis para estas regras duas semanas após a toma da segunda dose nas vacinas da Pfizer ou da Moderna, ou duas semanas depois da toma de dose única da Janssen.

As recomendações do CDC surgem numa altura em que os EUA estão a intensificar o seu plano de vacinação contra a Covid-19. Joe Biden, Presidente do EUA, anunciou este mês que até ao final de maio o país terá vacinas suficientes para todos os adultos, cerca de 300 milhões de pessoas. Inicialmente, era previsto atingir este objetivo em julho.

Os EUA antecipam assim o seu plano de vacinação, enquanto a União Europeia mantém como objetivo ter a maioria dos adultos europeus (70%) vacinados até ao fim do verão.

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BCP e família EDP dão força à bolsa de Lisboa

Esta é a segunda sessão consecutiva de ganhos para o PSI-20, que acompanha o sentimento positivo que se vive por todo o mundo em reação à aprovação de um pacote de estímulos orçamentais nos EUA.

O BCP e as duas cotadas da família EDP, três dos maiores pesos-pesados do PSI-20, registaram fortes ganhos na sessão desta segunda-feira em bolsa. As correções destas empresas (que na semana passada estiveram entre as mais penalizadas) ajudaram a impulsionar o índice de referência nacional, que fechou a ganhar 0,35% para 4.688,10 pontos.

O banco liderado por Miguel Maya avançou 2% para 0,1194 euros por ação, tendo nas últimas negociações do dia saltado para a primeira posição entre as cotadas portuguesas. É que a EDP Renováveis, que seguia com ganhos acima de 3%, acabou por desacelerar e fechou o dia com mais 1,72% do valor, nos 16,52 euros por ação. A casa-mãe EDP subiu 1,12% para 4,524 euros.

A Sonae — que reforçou a posição na Sonae Sierra para 80% num negócio a desconto — valorizou 0,3% para 0,685 euros por ação, apesar de os analistas do CaixaBank / BPI terem avaliado a operação como “estrategicamente negativo” para a empresa no longo prazo. Em sentido contrário, a Jerónimo Martins tombou 3,3% para 13,25 euros.

A Galp Energia recuou 0,67% para 10,39 euros. Mesmo com uma melhoria na recomendação do Goldman Sachs — que passou a recomendar aos clientes “comprar” (de “neutral”) e subiu o preço-alvo para 13,00 euros de 11,50 euros por ação — a queda na cotação do petróleo foi mais forte.

Após um disparo causado pelos ataques às instalações petrolíferas da Arábia Saudita, a notícia de que a produção saudita não foi afetada ajudou a estabilizar. Em Londres, o Brent perdeu 1,25% para 68,50 dólares por barril e, em Nova Iorque, o crude WTI recuou 1% para 65,27 dólares por barril.

Esta é a segunda sessão consecutiva de ganhos para o PSI-20, que acompanha o sentimento positivo que se vive por todo o mundo em reação à aprovação de um pacote de estímulos orçamentais de 1,9 biliões de dólares nos EUA. O europeu Stoxx 600 ganhou 2,2%, o alemão DAX subiu 3,4%, o francês CAC avançou 2,2%, o espanhol IBEX 35 somou 1,9% e o britânico FTSE 100 valorizou 1,4%. O setor automóvel liderou os ganhos depois de a Stellantis ter anunciado que os acionistas aprovaram a distribuição das ações da Faurecia.

Desempenho do BCP no PSI-20

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O Plano de Recuperação é amigo do Estado ou das empresas?

As empresas dizem que o PRR é muito mais amigo do Estado do que do setor privado. O Governo riposta e defende que a maior parte dos investimentos será concretizado por empresas.

A discussão à volta do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) durante a consulta pública centrou-se numa questão: este é um plano “amigo” do Estado ou das empresas? As confederações empresariais queixam-se da falta de verbas para o setor privado e do peso excessivo do Estado. O Governo defende-se ao dizer que os investimentos no setor público serão concretizados pelas empresas. Eis os argumentos e os números de cada lado.

Uma análise às várias componentes do PRR permite concluir que em algumas áreas não são preto e branco, isto é, não se concluiu de imediato se é para empresas ou para o Estado. Consoante os critérios, a classificação é diferente e, por isso, a conta final não é igual quanto à distribuição dos 13,9 mil milhões de euros de subvenções europeias.

O Governo calculou que havia 4,6 mil milhões de euros em apoios diretos para as empresas, o que corresponde a cerca de 33% do PRR. Além disso, António Costa apontou num vídeo recente que há também “um conjunto de outros investimentos de que as empresas são indiretamente beneficiárias”, como é o caso da formação profissional ou das ligações fronteiriças com Espanha. O primeiro-ministro rejeitou, assim, a existência de uma dicotomia entre o setor público e o privado no PRR.

Posteriormente, o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, quantificou o montante de investimentos que, apesar de serem para o Estado, serão concretizados pelas empresas. O PRR vai gerar “uma procura adicional dirigida às empresas de perto de dez mil milhões de euros em setores que passam por serviços tecnológicos, obras públicas, equipamentos de várias naturezas que vão ajudar à dinamização da procura interna”.

Mas estes argumentos não têm convencido, em geral, as empresas. Após a reunião do Conselho Económico e Social sobre o PRR, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, disse que a fatia do investimento prevista para o privado “compara mal” com a fatia dirigida ao setor público, argumentando que é necessário apostar num crescimento “saudável e sustentável” da economia.

Uma crítica partilhada com o presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP): “Há um claro desequilíbrio entre o investimento público e o apoio às empresas. Para áreas como o comércio e serviços, não há praticamente referência nenhuma”, disse João Vieira Lopes na mesma ocasião, lançando o dado de que “apenas” 24% do PRR é para as empresas. Quanto à questão setorial, Nelson de Souza explicou que essa não é lógica do PRR — que pode ser aproveitado por todos os setores –, mas de outros apoios como o SURE ou o REACT.

Além do desequilíbrio que dizem existir entre público e privado, a principal crítica feita ao PRR é a “falta de visão estratégica” para o futuro da economia portuguesa. A expressão foi usada por várias entidades que reagiram ao Plano, como é o caso da CCP, da SEDES e dos partidos da oposição. Essa também foi uma das falhas apontadas por Joaquim Miranda Sarmento, presidente do Conselho Estratégico Nacional do PSD.

A grande falha [do PRR] é não ter uma visão estratégica sobre os estrangulamentos que afetam a economia portuguesa e ser excessivamente centrado no Estado e no investimento público“, afirmou o economista social-democrata, acusando o Executivo de fazer um Plano não para o país mas para a manutenção do Governo. O programa “consiste numa lista de investimentos e gastos públicos que não foram feitos antes por restrições orçamentais e que agora, havendo recursos, são tidos como prioritários”, concluiu.

Do lado do CDS, o ataque foi semelhante. Francisco Rodrigues dos Santos criticou o facto de a “maioria dos fundos” ser “aplicada em investimento público” que de pouco servem para as “famílias ou empresas”, as quais classificou como sendo “as verdadeiras vítimas da catástrofe pandémica”. Para os centristas, o Plano não resolve “o défice de competitividade da economia portuguesa, o défice de qualificações dos portugueses a as desigualdades sociais e territoriais do país”.

Contas do setor privado diferem das do Governo

No contributo para o PRR que enviou ao Governo, a CIP calculava que “às componentes diretamente relacionadas com empresas estão afetos 5.520 milhões de euros (35% do total), dos quais 1.250 milhões em empréstimos, ainda que a componente específica para empresas seja de 4.405 milhões de euros (28%)“. Ou seja, as empresas ficam com entre 28% a 35% do total do PRR. O valor mais alto contabiliza o eixo das competências e qualificações como sendo para as empresas.

“Ainda que entendendo a importância da ação direta do Estado em frentes de intervenção fortemente carenciadas em resultado do efeito da pandemia, considera-se que a natureza do programa deveria estar mais orientada para o reforço da capacidade de rápida recuperação das empresas, aproveitando, ainda, para aumentar a sua capacidade competitiva num ambiente pós-pandemia que será fortemente desafiante”, escreveu a CIP no seu contributo, assinalando que a “escassa prioridade” dada à recapitalização das empresas era a “principal falha” do Plano.

Ainda assim, a confederação dá o benefício da dúvida ao Governo com a esperança de que haja mais fundos para as empresas no Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027, o orçamento “normal” da União Europeia, e outras fontes de financiamento europeias. De qualquer das formas, para a CIP “a alocação de verbas neste Plano não reflete a prioridade que deve ser concedida às empresas no processo de recuperação da economia portuguesa”.

A Associação Industrial Portuguesa (AIP) fez um diagnóstico semelhante no contributo enviado ao Governo. De acordo com a classificação feita pela AIP, com base nos seus critérios, o Estado “fica” com 71% (11,7 mil milhões de euros) das verbas do PRR e as empresas com 29% (4,9 mil milhões de euros). Com a proposta da AIP de retirar 700 milhões de euros à habitação (Estado) e reforçar o investimento e inovação (empresas), o peso das empresas passaria para 33%.

Em alternativa, a AIP sugere que o Governo até pode manter o PRR tal como está, mas terá de aumentar de “forma muito significativa os incentivos às empresas nos investimentos previstos na reprogramação do PT 2020 e QFP 2027 nos eixos atrás referidos”. Algo que está em linha com a análise da CIP no seu contributo.

As contas da Associação Empresarial de Portugal (AEP) são ainda menos generosas para o PRR. Nos critérios da AEP, do total de 13.944 milhões de subvenções, só 24% são alocadas diretamente às empresas, o que na ótica da associação “é manifestamente insuficiente”. Para a AEP, o PRR “está muito aquém do que o país e a economia real precisam e tem um forte desequilíbrio nos destinatários – a favor do setor público e em detrimento do setor privado“.

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