Economia caiu mais na primeira semana de março do que no início do confinamento
Na primeira semana de março, a atividade económica "apresentou uma queda homóloga mais acentuada", após já ter registado uma deterioração na última semana de fevereiro.
O indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal aponta para uma continuação da deterioração da economia portuguesa na primeira semana de março, face à última semana de fevereiro, exibindo uma “queda mais acentuada”. Após o forte impacto do confinamento decretado a meio de janeiro, os dados indicavam que a economia aliviou durante as primeiras semanas de fevereiro, mantendo-se, no entanto, em terreno negativo. Contudo, esta tendência de alívio inverteu-se no final de fevereiro e a degradação continuou no início de março.
“Na primeira semana de março, o indicador diário de atividade económica (DEI) apresentou uma queda homóloga mais acentuada do que a observada na semana anterior“, escreve o banco central na informação divulgada esta quinta-feira.
Como mostra o gráfico do Banco de Portugal, o indicador de atividade económica piorou de tal forma nas últimas duas semanas que já está a registar uma contração da economia maior do que a registada no início do confinamento (segunda quinzena de janeiro).
Atividade económica deteriora-se ainda mais no início de março
Apesar de diário, o DEI é apenas publicado à quinta-feira, com dados até ao domingo anterior. Com efeito, a 7 de março, o último dia para o qual foi apurado o DEI, a queda homóloga do indicador foi de 15,2%. Quando à média móvel semanal, o último valor é o de 4 de março: uma contração homóloga de 10,2%, a qual supera os valores registados em janeiro (o máximo tinha sido -9,8%).
Apesar de a curva ter piorado no início de março, o gráfico com o histórico do indicador continua a mostrar que esta contração da economia nos primeiros três meses de 2021, provocada pelo segundo confinamento, é mais comparável com a do quarto trimestre do ano passado do que com a do segundo trimestre, período do primeiro confinamento.
A estimativa da Comissão Europeia aponta para uma contração em cadeia do PIB português de 2,1% no primeiro trimestre deste ano, o que a concretizar-se será a maior queda entre os 27 Estados-membros. Já o Fórum para a Competitividade aponta para uma queda em cadeia de até 6%.
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Este novo indicador divulgado este ano pelo banco central incorpora diversas séries de informação, como o tráfego de pesados de mercadorias nas autoestradas, o tráfego de correio nos aeroportos nacionais ou as compras efetuadas com cartões bancários. O impacto da pandemia gerou uma maior necessidade de recurso a este tipo de indicadores económicos de divulgação mais frequente, como é o caso do DEI. Isto acontece porque um dos mais relevantes, o Produto Interno Bruto (PIB), é apenas apurado e divulgado trimestralmente.
A próxima divulgação do DEI está marcada para 18 de março. “Refira-se que os valores do DEI podem ser revistos devido a revisões da informação de base ou à incorporação de nova informação, em particular referente ao tráfego de veículos comerciais pesados e carga e correio desembarcados, que têm um desfasamento de divulgação superior”, ressalva o Banco de Portugal.
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