Exportações britânicas para UE caem 40,7% em janeiro face a dezembro
As exportações de produtos britânicos para a União Europeia caíram 40,7% em janeiro face a dezembro do ano passado, devido ao fim do período de transição e ao início efetivo do Brexit.
As exportações de produtos britânicos para a União Europeia (UE) caíram 40,7% em janeiro face a dezembro de 2020 devido ao fim do período de transição e ao início efetivo do Brexit, informou esta sexta-feira o gabinete de estatísticas nacionais britânico.
As exportações globais para a UE perderam 5.600 milhões de libras (6.500 milhões de euros) do seu valor, tendo o setor automóvel sido particularmente atingido, de acordo com o ONS (Office for National Statistics).
As importações britânicas do bloco também sofreram uma queda significativa de 6.600 milhões de libras (7.700 milhões de euros), ou 28%.
Em antecipação de possíveis problemas de abastecimento nos primeiros dias do Reino Unido fora da união aduaneira, muitas empresas anteciparam as suas encomendas para dezembro para acumular stocks, pelo que tem que de esperar pelos meses seguintes para ver o efeito real do declínio do comércio.
Além disso, a entrada em vigor do Brexit coincidiu com os novos controlos implementados às transportadoras que atravessam o Canal da Mancha, para evitar a propagação da variante britânica da Covid-19.
A redução das exportações para a UE foi um dos fatores que explicam a perda de 2,3% do valor da indústria em janeiro e da queda, de 2,9%, do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, segundo a estimativa divulgada esta sexta-feira pelo ONS.
A queda, que significa que a dimensão da economia britânica é agora 9% menor do que há um ano, é um retrocesso depois do crescimento de 1,2% observado em dezembro, devido ao novo confinamento que entrou em vigor no início do ano e que começou a ser levantado esta semana.
Segundo o ONS, o setor dos serviços, vital para a economia do país, foi particularmente atingido pelo encerramento de todas as empresas e hotéis não essenciais e caiu 3,5% em janeiro.
Embora a indústria tenha sido igualmente afetada, a construção continuou a tendência ascendente que tem vindo a seguir nos últimos meses e cresceu 0,9%.
O diretor adjunto de estatísticas do ONS, Jonathan Athow, salientou que a economia sofreu “um golpe notável” no primeiro mês do ano, “embora menos do que alguns esperavam, com o retalho, restaurantes, escolas e cabeleireiros afetados pelo confinamento”.
Observou também que a indústria sofreu a sua primeira queda desde abril passado, especialmente no setor automóvel.
No entanto, os economistas tinham previsto que o declínio do PIB em janeiro poderia mesmo ter atingido 4,9%.
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