Pharol com prejuízos. Só prevê receber 5,8% dos 900 milhões emprestados à falida Rio Forte
Antiga PT aplicou cerca de 900 milhões em dívida da Rio Forte, pouco antes do GES falir. Pharol só espera receber 51,9 milhões desse crédito, tendo as imparidades associadas ditado prejuízos em 2020.
A Pharol reviu em baixa as suas perspetivas de recuperação do dinheiro aplicado em dívida da Rio Forte, que faliu em 2014 na sequência do colapso do GES. A empresa liderada por Palha da Silva já só prevê reaver 5,79% dos 897 milhões que tinham sido emprestados, o que corresponde a apenas 51,9 milhões de euros, menos 11,1 milhões do que há um ano.
Esta situação ajudou a explicar os prejuízos de 14,3 milhões da Pharol registados em 2020. “Em 2020, os resultados negativos da Pharol foram essencialmente provocados pela ausência de desenvolvimentos no processo de falência da Rio Forte”, explica a empresa no relatório e contas do ano passado.
“A esta inatividade ajudou a depreciação das economias na América Latina, justificada, é certo, pelos efeitos da pandemia Covid-19. As desvalorizações do real e, em menor escala, do peso paraguaio levaram a que se efetuasse uma nova revisão em baixa do valor a recuperar pelas dívidas da Rio Forte“, acrescenta no documento publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em 2015, a Pharol já só perspetivava receber 15% do dinheiro (cerca de 135 milhões de euros) que a antiga PT havia aplicado na Rio Forte, empresa do ramo não financeiro do GES, pouco tempo antes de abrir falência. À medida que os anos foram passando, o caminho foi se tornando mais estreito para a antiga PT SGPS, com sucessivas revisões em baixa do valor a reaver: 9,56% em 2016, 8,32% em 2017, 7,02% em 2019 e, última previsão, 5,79% em 2020.
Esta última revisão levou a que a Pharol tivesse de registar uma imparidade de 11,1 milhões de euros no valor do crédito da Rio Forte no ano passado, penalizando assim os resultados.
Há sete anos, a PT investiu 897 milhões em títulos de dívida da Rio Forte: 200 milhões de euros subscritos em 15 de abril de 2014, cuja maturidade, ocorria em 15 de julho de 2014; 647 milhões de euros subscritos pela PT Finance em 15 de abril de 2014, cuja maturidade ocorria em 15 de julho de 2014; 50 milhões de euros subscritos pela PT Finance em 17 de abril de 2014, cuja maturidade ocorria em, 17 de julho de 2014.
Em 15 e 17 de julho de 2014, estes instrumentos venceram sem que a Rio Forte tenha liquidado as suas obrigações. No Luxemburgo, esta empresa que reunia os interesses não financeiros do GES pediu a proteção contra credores, que foi rejeitada pelo tribunal, abrindo caminho à sua falência.
Hoje em dia esses créditos estão na Pharol, que detém ainda cerca de 5,37% da operadora brasileira Oi.
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