Destinos proibidos tiram uma centena de voos à TAP até 15 de abril
Voos diretos do Reino Unido e Brasil continuam vedados, pelo menos, mais duas semanas. Empresa admite que "qualquer restrição à mobilidade em mercados onde a TAP opera tem impacto na atividade".
As companhias aéreas vão continuar, pelo menos mais 15 dias, impedidas de voar diretamente entre Portugal e o Brasil ou Reino Unido devido à pandemia. A TAP — empresa para a qual o mercado brasileiro é um dos com maior peso — tinha 50 voos planeados por semana, no mês de abril, para estes dois destinos e admite que a decisão tem “impacto na atividade”.
“As restrições legais à mobilidade das pessoas e ao tráfego aéreo, em vigor a cada momento, condicionam a realização de voos. Qualquer restrição à mobilidade em mercados onde a TAP opera tem impacto na atividade da companhia“, confirma fonte oficial, ao ECO, sublinhando que “a TAP sempre cumpriu e continuará a cumprir todas as determinações e recomendações das autoridades, nacionais e internacionais, e a elas adapta a operação prevista”.
Todos os voos, comerciais ou privados, dos aeroportos ou aeródromos de Portugal continental, com origem ou destino no Brasil e no Reino Unido continuarão suspensos até 15 de abril, como refere o despacho publicado esta segunda-feira em Diário da República. Voar diretamente não é possível (prolongando-se uma proibição que se esperava que terminasse no fim de março) e, se a viagem for feita através de escalas, é necessário apresentar um teste negativo ao novo coronavírus e ficar em quarentena.
O plano de voos da TAP para o segundo e terceiro trimestres, a que o ECO teve acesso, aponta para 15 travessias semanais entre Lisboa e Londres em abril (um número que iria subir para 19 por semana em maio e 21 nos meses seguintes). A estes acrescem quatro voos por semana entre Porto e Gatwick. De Lisboa para os aeroportos britânicos de Gatwick ou Manchester não havia ainda marcações para abril.
Para os diversos aeroportos no Brasil, a TAP iria voar, em abril, para Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo num total de 31 voos por semana. São Paulo e Rio de Janeiro eram os destinos com mais oferta: oito e sete, respetivamente. No que diz respeito às rotas que ligam Lisboa a Belém, Maceió, Natal ou Porto Alegre bem como entre Porto e São Paulo, a TAP estava já a contar com o impacto da pandemia e não estava a planear qualquer voo em abril ou maio.
"A TAP sempre cumpriu e continuará a cumprir todas as determinações e recomendações das autoridades, nacionais e internacionais, e a elas adapta a operação prevista. Qualquer restrição à mobilidade em mercados onde a TAP opera tem impacto na atividade da companhia.”
Pelo menos na primeira quinzena de abril estes voos não se deverão realizar e não é certo que a medida não volte a ser estendida por mais tempo já que estas restrições — que pretendem limitar a disseminação de novas estirpes do coronavírus — têm sido alvo de sucessivos prolongamentos. As exceções são voos de “natureza humanitária”, como repatriamentos. No caso do Reino Unido, mesmo que Portugal o venha a permitir antes, as autoridades britânicas têm imposta uma proibição de viagens ao estrangeiro até 17 de maio.
A TAP está a ajustar a oferta consoante o desenvolvimento da pandemia e tem voado abaixo da capacidade disponível (medida através do indicador ASK, que conjuga o número de lugares face aos quilómetros percorridos). As projeções da companhia são de que a percentagem da capacidade, face a igual período de 2019, se situe em menos 61% em abril, menos 58% em maio e menos 45% em junho. A partir de julho a recuperação estabiliza, com uma quebra de 33%, que irá manter-se nos mesmos níveis até outubro.
Além do ajuste no número de voos, a companhia aérea está igualmente a repensar as rotas. Para o verão irá reforçar os voos para destinos como a Madeira e Cabo Verde, bem como criar novas rotas para a Europa e para África. Em agosto, mês de maior afluência turística, estão planeados 879 voos por semana, num total de 100 rotas (incluindo oito nacionais). Uma das principais novidades é a rota direta para a cidade mexicana de Cancún, que arrancou no último fim de semana de março e continuará nos próximos meses com três voos semanais.
“Ao longo dos próximos meses, a TAP vai repor gradualmente a sua operação, ainda que com uma recuperação lenta devido aos constrangimentos legais que existem atualmente à mobilidade das pessoas e aos tráfego aéreo”, anunciou aquando da apresentação do plano para o verão, na semana passada. “A TAP acompanha em permanência a evolução dinâmica da pandemia e os seus impactos operacionais e a lista de rotas e voos disponível em sistema de reservas será ajustada sempre que as circunstâncias o exijam”.
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