Mourinho Félix considera “útil” um “adiamento” das moratórias bancárias
Vice-presidente do BEI defende apoio até que as empresas recuperem receitas, mas alerta que Portugal não pode desviar dos outros países, sob pena de todo o crédito ser marcado como malparado.
O vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Ricardo Mourinho Félix, considera que seria “útil” um adiamento do fim das moratórias bancárias, se este fosse feito em Portugal através de um acordo europeu. Em entrevista ao Dinheiro Vivo (acesso pago), diz não antecipar uma “explosão” do crédito malparado graças à solidez de empresas e bancos nesta crise.
“No atual contexto em que saímos de terceira onda — já se fala na quarta e a vacinação não corre à velocidade desejável –, seria útil que houvesse um pouco mais de adiamento no sentido de continuar a apoiar a liquidez. As moratórias devem existir enquanto as empresas viáveis não tiverem receitas porque não há procura”, disse ao semanário o ex-secretário de Estado das Finanças entre 2015 e 2020, na equipa de Mário Centeno. As moratórias bancárias foram criadas há um ano para ajudar famílias e empresas durante a crise da Covid-19.
No caso da moratória pública, os juros começaram a ser pagos este mês e o capital será em outubro, com exceção das empresas de setores mais impactados pela pandemia e dos particulares, que beneficiam de moratória total crédito e juros até final de setembro. Apesar de defender o prolongamento, Mourinho Félix sublinha que “se deve olhar de um ponto de vista europeu para as moratórias” porque “Portugal não pode desviar-se dos outros países, sob pena de desde logo os créditos serem todos marcados como malparado e depois de ser discriminado negativamente por adotar políticas que se desviam da política europeia”.
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