Póvoa de Varzim dá formação para responder à forte procura da camisola Poveira
Depois da polémica com a estilista americana, as vendas da camisola Poveira disparam e o município vai inaugurar este sábado centro de formação. Objetivo é qualificar mais artesãs.
Há males que vêm por bem. Depois da estilista norte-americana Tory Burch ter plagiado a camisola Poveira, o Município da Póvoa de Varzim começou a vender a camisola na plataforma de e-commerce “É Bom Comprar aqui!”. A procura pela camisola Poveira disparou e para a satisfazer, o município inaugura este sábado um centro de formação para capacitar e captar mais artesãos da região.
“A criação do centro interpretativo e de formação, que vai localizar-se no centro empresarial da Póvoa do Varzim, tem como objetivo capacitar mais artesãos através de formações profissionais apoiadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). É uma forma de permitir que mais pessoas aprendam esta arte 100% manual“, explica a adjunta do presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Rafaela Miranda.
A camisola Poveira já tem mais de 300 encomendas para vários países do mundo: Israel, Canadá, Brasil, EUA, Alemanha, Noruega, entre muitos outros, como noticiou em primeira mão o Jornal de Notícias. Devido à capacidade de resposta, o tempo de entrega demora entre 30 a 90 dias. A autarquia explica que os prazos de entrega são mais alargados porque têm apenas entre 15 a 20 artesãos disponíveis para fabricar a camisola Poveira — que demora, em média, 50 horas a ser produzida.
A autarquia garante que apesar do crescente número de recomendas, “a procura não pode atrapalhar nem reverter, nunca, o processo de fabrico original. Apesar de termos muitas encomendas, o ritmo e o tempo da produção será sempre respeitado“, adianta a adjunta do presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.
A Câmara da Póvoa de Varzim destaca que o objetivo do projeto é respeitar a arte tradicional dos artesãos e não apressar o trabalho dos mesmos. Rejeitamos qualquer tipo de produção industrial, queremos que a produção artesanal seja respeitada”, conta ao ECO Rafaela Miranda.
A responsável do departamento de Turismo da Câmara da Póvoa de Varzim, Gabriela Azevedo, adianta ao ECO que depois da polémica com a estilista americana “a procura por camisolas poveira registou um aumento brutal“. Conta ainda que, antes deste episódio, “a procura por este tipo de produtos era residual” e que, talvez por isso, “existem poucas pessoas a produzir a camisola Poveira”.
A camisola está à venda no site “É Bom Comprar aqui!” desde o início do mês de abril e custa entre os 80 e os 100 euros, consoante o tamanho. Um preço bastante mais reduzido que o pedido pela estilista americana (695 euros). “O preço é exatamente o mesmo que era praticado há muitos anos, não houve inflação e não iríamos permitir isso“, garante a adjunta do presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.
De acordo com a autarquia, a receita das vendas reverte a 100% para os artesãos envolvidos no fabrico da camisola Poveira. “O município só quer estabelecer a ponte entre quem sempre fez e sabe fazer a arte e quem procura, de qualquer parte do mundo, uma peça tão diferente e única como é a camisola Poveira”, destaca Rafaela Miranda.
Para o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, citado na nota da autarquia, “a promoção da compra da Camisola Poveira é uma ode à história e herança cultural do concelho da Póvoa de Varzim e, também, uma forma de valorizar e dignificar o trabalho meritório desenvolvido pelos artesãos locais há mais de 150 anos”.
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