Galp produz menos petróleo. Refinação cai, mas margens sobem
Pandemia teve um forte impacto na produção de petróleo, especialmente no Brasil. As refinação encolheu com a descontinuidade de Matosinhos, mas a subida do Brent ajudou nas margens.
A Galp Energia produziu menos petróleo no arranque deste ano. Registou uma redução de 5% na exploração da matéria-prima por causa da pandemia, enquanto o negócio da refinação apresentou uma quebra ainda maior por causa da descontinuidade das atividades de refinação em Matosinhos. Ainda assim, a margem neste negócio cresceu.
De acordo com o “trading update” enviado à CMVM, a produção “working interest”, que inclui todos os custos decorrentes das operações da exploração da matéria-prima, encolheu em 5% no primeiro trimestre, para 125,2 mil barris por dia. A produção “net entitlement” registou uma quebra na mesma proporção.
A petrolífera explica esta evolução com o impacto das “restrições operacionais e logísticas que afetam as atividades offshore“, o que explica que o Brasil tenha apresentado a maior quebra. A geografia onde a Galp obtém a maior percentagem de petróleo — que está a ser fortemente afetada pela pandemia do novo coronavírus — apresentou uma quebra de 20% em comparação com o arranque de 2021. No caso de Angola, a quebra na produção foi de 5%.
A empresa produziu menos matéria-prima, por isso, também refinou menos. As matérias-primas processadas caíram 26% em termos homólogos, sendo que parte desta quebra deve-se à “decisão de descontinuidade das atividades de refinação em Matosinhos”. Ou seja, os “indicadores referentes a 2021 refletem apenas as operações da refinaria de Sines”, diz a Galp Energia.
Ao mesmo tempo que refinou menos matérias-primas, a margem de refinação da Galp Energia aumentou em 9%, ascendendo a dois dólares, beneficiando da recuperação das cotações do petróleo nos mercados internacionais. Nos primeiros três meses deste ano, o Brent negociou a um valor médio de 61,1 dólares, uma valorização de 22% face ao mesmo período do ano passado.
As vendas de produtos petrolíferos caíram 13%, sendo a quebra ainda mais expressiva no caso da vendas de produtos petrolíferos a clientes que encolheram em 25%, sendo que aqui a quebra registada no gás natural ofusca o aumento de 6% nas vendas de eletricidade.
Evolução das ações da Galp em Lisboa
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