De Guindos garante que BCE não vai permitir subidas “prejudiciais” nos juros das dívidas
Vice-presidente defendeu no Parlamento Europeu que há maior risco numa retirada prematura de apoios do que em prolongá-los. Avisou que é necessário acelerar estímulos orçamentais.
O Banco Central Europeu (BCE) garante que vai agir perante qualquer subida “prejudicial” nos custos de financiamento dos países do euro, anunciou esta quarta-feira o vice-presidente da organização, Luis de Guindos, em declarações no Comité de Política Económica e Monetária do Parlamento Europeu. O espanhol considera que uma retirada precoce dos estímulos é um risco superior a atuar demasiado tarde.
“Neste momento, os riscos de uma retirada demasiado cedo das políticas são mais elevados do que os riscos associados a manter os apoios”, disse De Guindos. “Estamos continuamente a monitorizar as condições favoráveis de financiamento e é isso que nos vai guiar a curto e médio prazo. E se notarmos que há um aperto prejudicial das condições de financiamento iremos agir. É este o nosso compromisso de curto prazo até que a pandemia termine“.
O agravamento das taxas de juro nos países da Zona Euro no mês passado levou o BCE a anunciar, na última reunião de política monetária, que iria acelerar as aquisições de dívida para um “ritmo significativamente mais elevado” no segundo trimestre do ano. Essa decisão já teve reflexos com as compras a aumentarem, na semana passada, para 17.073 milhões de euros, em comparação com 10.646 milhões na semana anterior.
Vários membros do Conselho de Governadores, incluindo a presidente Christine Lagarde, expressaram satisfação com a reação do mercado ao anúncio, apesar de alguns dos decisores políticos já estarem a pensar em reduzir os estímulos assim que a pandemia esteja sob controlo na segunda metade do ano.
De Guindos garante que o BCE não irá tirar o tapete aos mercados, mas lembrou que a aprovação do pacote de 750 mil milhões de euros em estímulos orçamentais pela União Europeia é também crucial. O vice-presidente do BCE desvalorizou o atraso na bazuca, defendendo que este é um instrumento estrutural para impulsionar o potencial de crescimento de longo prazo da região.
“Todos os stakeholders, principalmente os orçamentais, devem continuar a complementar a nossa posição monetária acomodatícia. Se queremos uma recuperação atempada na Europa, temos de evitar qualquer efeito de precipício que possa ser causado pelo recuo prematuro dessas políticas. É por isso da máxima importância que o plano da NextGenerationEU de torne operacional sem atrasos já que permitirá aos Estados-membros reiniciar as suas economias, melhorar a resiliência e promover a inovação”, acrescentou.
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