Madoff, autor do maior esquema de Ponzi da história, morre na prisão aos 82 anos
Há pouco mais de um ano, os advogados de Madoff pediram que este fosse libertado antecipadamente, alegando que estava a morrer de insuficiência renal.
Bernard Madoff morreu esta quarta-feira na prisão federal da Carolina do Norte, Estados Unidos, onde cumpria uma pena de 150 anos, avança a Associated Press que cita uma fonte próxima. Responsável por uma das maiores fraudes financeiras de sempre tinha 82 anos e terá morrido de causas naturais.
Há pouco mais de um ano, os advogados de Madoff pediram que este fosse libertado antecipadamente, alegando que estava a morrer de insuficiência renal. Na altura, o documento apresentado explicava que Madoff estava a sofrer de uma doença renal em estado terminal, além hipertensão e dificuldades cardíacas, pelo que teria menos de um ano e meio de vida. Morreu 14 meses depois.
Foi o autor de uma das maiores fraudes financeiras da história, que chegou aos 65 mil milhões de dólares, que o empresário norte-americano dizia gerir através do seu banco de investimento. Destes, cerca de 45 mil milhões eram lucros falsos. O esquema em pirâmide liquidou ao todo 19 mil milhões de dólares de investidores, celebridades e instituições de caridade que eram clientes de Madoff desde a década de 1970.
Personalidades como Steven Spielberg ou Kevin Bacon, e bancos como o Santander e o BBVA, constam da lista de lesados. De fundos portugueses julga-se que entraram 76 milhões de euros no esquema fraudulento de Madoff. Os lesados têm tentado aos poucos reaver o dinheiro investido, sendo que já terão sido recuperados 13,3 mil milhões de dólares (cerca de 12 mil milhões de euros), 70% do total perdido pelos investidores.
"Deixei um legado de vergonha, como algumas das minhas vítimas apontaram, à minha família e aos meus netos. Isto é algo com que terei de lidar para o resto da minha vida.”
A 11 de dezembro de 2008, Bernard Madoff, então com 71 anos, foi condenado pelo juiz Denny Chin a 150 anos de prisão por vários crimes de fraude, branqueamento de capitais e relatórios falsos de despesa — a pena máxima pedida pelos procuradores americanos.
Em tribunal mostrou-se arrependido, tendo pedido desculpa aos investidores, empregados e à mulher. “Deixei um legado de vergonha, como algumas das minhas vítimas apontaram, à minha família e aos meus netos. Isto é algo com que terei de lidar para o resto da minha vida”, afirmou na altura.
De origem judaica, Madoff nasceu em 1938, em Queens e, além do jeito para os negócios em encontros de amigos e eventos sociais, sempre foi visto como um filantropo, tendo sido membro de Conselho de várias instituições sem fins lucrativos, como a New York City Center.
Chegou a trabalhar como nadador-salvador e instalador de aspersores. Em 1960, fundou a sua empresa — a Bernard Madoff Investiment Securities –, que chegou a ser o market maker na bolsa de valores tecnológicas Nasdaq, da qual Madoff veio a ser presidente. Antes de falir, em 2008, o banco de Madoff foi o sexto maior em Wall Street.
(Notícia atualizada às 15h00)
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