CML é primeira “interessada no cabal esclarecimento dos factos”, diz Medina sobre buscas
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa aponta que os processos em causa nas buscas foram amplamente discutidos e escrutinados. Um deles partiu de uma queixa da própria autarquia.
“Somos os primeiros interessados no apuramento cabal da forma como tudo correu“, diz Fernando Medina, na sequência das buscas realizadas na Câmara Municipal de Lisboa (CML). O autarca reiterou que está “tranquilo” com tudo aquilo que conhece, e que apoiará as investigações “com particular empenho para que se finalizem”.
Estão em causa oito processos relacionados com o urbanismo e obras, sendo que um deles “corresponde a uma denúncia que a própria Câmara tinha feito ao Ministério Público (MP) relativamente às obras na Segunda Circular“, sinalizou Medina, em declarações aos jornalistas transmitidas pelas televisões.
Para além disso, num outro caso, a Câmara ainda não apresentou queixa mas vai fazê-lo, no processo das piscinas da Penha de França. O presidente da CML apontou também que alguns dos processos já vêm de 2016 ou 2017 e “são polémicas na cidade há muito tempo”, pelo que é a vontade da autarquia “o seu cabal esclarecimento”.
É o caso da operação integrada de Entrecampos, nomeadamente os terrenos da antiga Feira Popular, que foi um “processo muito acompanhado, foi amplamente escrutinada nas opções urbanísticas, acompanhada por MP em todo processo, chegou a estar suspensa operação da venda e depois foi retomada”, recordou Medina.
“Estou tranquilo com tudo aquilo que conheço, que pude acompanhar e monitorizar e que tenho dever de acompanhamento e decisão”, sublinhou o autarca.
Questionado sobre se os processos recaiam sobre o antigo vereador Manuel Salgado, Medina confirmou que se debruçam de facto sobre os pelouros que detinha. Reiterou que “nenhuma das pessoas visada ocupa hoje funções”, mas reafirmou “confiança nas pessoas que aqui trabalharam”, apontando que não tem nenhum elemento que implique o contrário.
O candidato à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, reagiu às buscas em comunicado, apontando que a suspeita em volta da atuação política na CML “corrói” o funcionamento da democracia e “a confirmar-se, revela uma forma de governar a cidade” que considera “absolutamente inaceitável”. “Estas dúvidas minam a confiança dos cidadãos e dificultam as mudanças necessárias de comportamento e cultura política”, defendeu o candidato social-democrata.
(Notícia atualizada às 20h08)
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