Futebol português contribuiu com 494 milhões para o PIB em ano de pandemia
O Anuário do Futebol Português da época 2019/20 mostra que esta indústria teve um menor volume de negócios e contribuiu menos para o PIB nacional, quando comparado com a temporada anterior.
O futebol profissional em Portugal gerou 750 milhões de euros com uma pandemia de Sars-Cov-2 pelo meio, contribuindo assim com 494 milhões de euros para o PIB na temporada 2019/20, uma redução das contribuições em cerca de 55 milhões comparativamente à época transata. Os dados foram revelados esta quinta-feira na 4.ª edição do Anuário do Futebol, elaborado em conjunto pela Liga de clube e a consultora EY.
“A Liga Portugal e as Sociedades Desportivas geraram 750 milhões de euros em volume de negócios, o que se traduziu numa contribuição de cerca de 494 milhões de euros para o PIB português (0,26%) em 2019-20″, refere o relatório, acrescentado que este valor “não inclui os impactos indiretos e induzidos do Futebol Profissional na economia nacional”.
Com um volume de negócios de 750 milhões de euros na temporada 2019/2020, o futebol profissional (Liga Nos e LigaPro) produziu mais de 142 milhões de euros em impostos para o Estado, o que, de acordo com o relatório, refletiu a situação económica do país, revelando assim uma diminuição nestas contribuições em relação à época anterior (150 milhões de euros). Um valor que foi suportado essencialmente pela Liga Nos, que contribuiu com cerca de 128 milhões de euros, o equivalente a 89% do impacto fiscal total estimado.
O relatório elaborado pela EY explica que a redução das receitas de bilheteira — desde março do ano passado que os estádios não têm público — e os rendimentos associados à participação das equipas portuguesas em competições europeias” impactaram o volume de negócios gerado em 7 e 66 milhões de euros, respetivamente”.
Contudo, apesar da época referida no Anuário do Futebol ter sido parcialmente afetada pela pandemia de Covid-19, é reforçado no relatório que a LigaPro e a Liga Nos foram responsáveis diretamente por mais 3.160 postos de trabalho, o que representa um aumento de 20,7% na empregabilidade da indústria face à temporada anterior.
“As Sociedades Desportivas da Liga NOS geram a maior porção de postos de trabalho. Empregam 2 433 pessoas, das quais 1 129 são jogadores, 217 treinadores e 1 087 funcionários afetos às áreas de suporte, gestão e administração do futebol”, lê-se no Anuário elaborado pela EY. A consultora salienta ainda que “os atletas são os agentes desportivos com maior remuneração, auferindo um valor total agregado em salários de 244 milhões de euros, seguidos dos funcionários e dos treinadores”.
Pandemia e estádios vazios não afetam passivo dos clubes
Mesmo com uma pandemia, estádios vazios e com o futebol parado entre março e junho de 2020, o total do passivo das Sociedades Desportivas da Liga Nos chegou mesmo a diminuir para 1.280 milhões de euros, uma descida de 0,3% comparando com a temporada anterior. Uma situação que é explicada no Anuário pela “redução de financiamentos”.
De acordo o relatório, os empréstimos bancários “destacaram-se como principal fonte de financiamento com cerca de 339 milhões de euros, o que representa um peso de 27% no total do passivo“, sendo que “as dívidas a fornecedores representaram na época em análise cerca de 20% do passivo”. Por fim, com menor peso, os empréstimos obrigacionistas representaram 15% do total do passivo, o equivalente a 184 milhões de euros.
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