Remuneração média dos trabalhadores portugueses sobe mais de 3% no primeiro trimestre
Entre janeiro e março, subiu para 1.227 euros a remuneração bruta mensal média por trabalhador. Em causa está um salto de 3,1% face ao mesmo trimestre de 2020, indica o INE.
Nos primeiros três meses de 2021, a remuneração bruta mensal média por trabalhador português aumentou 3,1% face ao período homólogo, fixando-se em 1.227 euros. Isto de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, que dizem respeito a cerca de 4,1 milhões de postos de trabalho. Este acréscimo é explicado, pelo menos em parte, pela destruição do emprego com salários mais baixos.
No trimestre terminado em março, a remuneração bruta regular média por trabalhador — que exclui subsídios de férias e natal e, por isso, é menos sazonal — subiu 3,6% para 1.106 euros. Já a remuneração bruta base mensal média por trabalhador — que inclui somente a remuneração base — cresceu 3,8% para 1.041 euros. Já se descontarmos a inflação, as variações da remuneração total, regular e base foram de 2,7%, 3,2% e 3,4%, respetivamente.
O INE detalha que no setor da ‘agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca’ foi onde se registou a remuneração total média mais baixa: 769 euros. Em contraste, o setor da ‘eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio’ verificou a remuneração total média mais elevada: 3.218 euros. Aliás, este último setor também registou o maior crescimento homólogo dos salários totais no arranque de 2021: 7,3%. Seguiu-se o setor das atividades administrativas e dos serviços de apoio, com um aumento de 5%.
A contrariar, na Administração Pública e na Defesa, bem como na Segurança Social Obrigatória, as remunerações médias caíram cerca de 0,4%, no primeiro trimestre do ano. Também nos transportes e no armazenagem foi registado um recuo, mas mais ligeiro: 0,2%.
No que diz respeito à remuneração regular média, o INE deixa um alerta. As atividades de alojamento, restauração e similares registaram um aumento de 5,6% desta componente salarial, mas tal é explicado “em larga medida” pela alteração da estrutura salarial resultante da redução de 19,8% dos trabalhadores ao serviço deste setor, “que se terá verificado sobretudo entre os que tinham remunerações mais baixas”. Assim, o volume de remunerações pago diminuiu em termos homólogos, apesar dos salários médios terem aumentado.
Por outro lado, relativamente à dimensão dos empregadores, no primeiro trimestre, a remuneração total variou entre 815 euros, nas empresas com até quatro trabalhadores, e 1.499 euros, nas empresas com 250 a 499 trabalhadores. Ainda assim, foi nas empresas mais pequenas que se registou uma variação mais acentuada dos salários, sendo importante notar que também são estes empregadores que têm estado mais expostos à destruição de emprego.
Na mesma linha, INE acrescenta que no setor privado os salários médios aumentaram mais do que no público, mas explica que tal foi influenciado pela destruição de empregos com remunerações mais baixas.
O instituto de estatística sublinha, além disso, que a dinâmica das remunerações médias tem sido influenciada, de modo significativo, pela pandemia de coronavírus e pela adesão considerável dos empregadores aos mecanismos de apoio ao emprego, como o popular lay-off simplificado, o apoio à retoma progressiva e o lay-off tradicional previsto no Código do Trabalho.
Assim, entre as empresas que estiveram, pelo menos, um mês em lay-off simplificado ou com trabalhadores no apoio à família, as remunerações médias registadas no primeiro trimestre ficaram abaixo da média da economia, enquanto os salários das demais empresas ficaram acima dessa linha.
(Notícia atualizada às 11h52)
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