PS e CDS chumbam audição de Rui Pinto no inquérito ao Novo Banco
A comissão de inquérito ao Novo Banco chumbou a audição a Rui Pinto. O nome do hacker tinha sido proposto pelo PAN, mas foi chumbado esta quinta-feira com os votos contra do PS e CDS.
A audição de Rui Pinto, criador dos Football Leaks e arguido no caso com o mesmo nome, foi chumbada na comissão de inquérito ao Novo Banco, depois de dois empates na votação, o que à segunda significa chumbo.
Na votação efetuada na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, os deputados do PSD, BE, PCP e PAN votaram a favor, João Cotrim de Figueiredo (IL) absteve-se e PS e CDS-PP votaram contra.
Depois de um primeiro empate 8-8 (a votação é feita por número de deputados), os parlamentares esgrimiram argumentos sobre a forma de obtenção da informação a que Rui Pinto teve acesso, a questão que os dividiu.
A votação acabou por ser repetida com o mesmo resultado e, nos termos do Regimento da Assembleia da República, um empate à segunda votação equivale a rejeição.
O nome do arguido que está a ser julgado por pirataria informática foi proposto logo no arranque dos trabalhos da comissão pelo PAN. Chegou a estar entre as primeiras audições a fazer, mas acabou por ser incluído na lista de “pendentes”.
O deputado do PAN André Silva acusou, em declarações ao Público, vários partidos de boicote. “Há aqui claramente manobras e expedientes dilatórios para não ser ouvido. Há partidos que aparentemente não querem que Rui Pinto seja ouvido, porque deve ter informação mesmo muito, muito importante”, afirmou.
O próprio concorda, tendo questionado no Twitter porque é que não o querem ouvir. “Os crimes ocorridos no BESA, tiveram e têm ainda consequências. A verdade não pode ser enclausurada. Será que alguns elementos da CPI não querem saber o que eu tenho para dizer? Será que os contribuintes não têm o direito a saber o que andam a pagar, a quem, e porquê?”, escreveu na rede social.
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O julgamento do processo Football Leaks prossegue no próximo dia 24 de junho. Paralelamente, o advogado de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota, disse ao coletivo de juízes, presidido por Margarida Alves, que o arguido vai prestar declarações no julgamento, após a inquirição das testemunhas e antes da fase de alegações finais.
Rui Pinto, de 32 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
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