Santos Silva ameaça aplicar “reciprocidade” na fronteira terrestre com Espanha
O ministro dos Negócios Estrangeiros mostrou-se surpreendido com a decisão de Espanha, que passou a exigir teste ou vacina a quem cruze a fronteira terrestre. Se não recuar, Portugal fará o mesmo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal ameaçou com “medidas de reciprocidade” se Espanha não deixar de exigir a quem cruze a fronteira terrestre um teste negativo à Covid-19 ou prova de vacinação. Para já, o Governo português está à espera de “esclarecimentos”, disse Augusto Santos Silva durante uma entrevista à TVI24.
Considerando que a decisão de Espanha é um “equívoco técnico”, o ministro português disse esperar que as autoridades espanholas o corrijam “o mais depressa possível”, sob “pena” de Portugal “tomar medidas de reciprocidade”. Santos Silva foi ainda mais longe, afirmando que “também membros do Governo de Espanha”, com quem disse ter falado, foram igualmente “apanhados de surpresa” pela medida das autoridades espanholas.
Como noticiou o ECO, as autoridades espanholas começaram a exigir, a partir desta segunda-feira, que quem cruze a fronteira terrestre entre Portugal e Espanha tem de apresentar um teste negativo ou prova de vacinação. “Desde 7 de junho, todas as pessoas de seis ou mais anos que cruzem a fronteira terrestre desde Portugal a Espanha, deverão dispor de algum dos certificados sanitários exigidos aos passageiros que entrem em Espanha por via aérea ou marítima”, lê-se numa informação publicada no site do consulado de Espanha em Portugal.
Segundo o governante português, a decisão espanhola “não é conforme com a boa prática da gestão conjunta de fronteiras”. “O que ficou acertado e comunicado era facilitar a entrada de estrangeiros em Espanha, não dificultar a entrada de portugueses por via terrestre”, indicou Santos Silva.
O que ficou acertado e comunicado era facilitar a entrada de estrangeiros em Espanha, não dificultar a entrada de portugueses por via terrestre.
Também instado a comentar a decisão do Reino Unido de tirar Portugal da “lista verde” das deslocações, o ministro disse que o Governo britânico baseou-se em “argumentos inválidos”.
Citando alegadas declarações de um responsável britânico, que terá afirmado que a taxa de positividade em Portugal duplicou, Santos Silva apontou que a taxa, na realidade, passou de 1% para 1,2%. E quanto à presença de variantes de risco, a propalada “variante nepalesa” não tem uma “relevância estatística” entre os casos identificados no país.
“O que os britânicos fizeram a partir de sexta-feira foi considerar que nenhum país da União Europeia era, por eles, considerado seguro para viagens”, rematou, por fim.
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