Exclusivo Octávio Ribeiro sai da direção-geral do Correio da Manhã e CMTV
Octávio Ribeiro vai deixar o cargo de "publisher" do grupo Cofina, incluindo a direção-geral do Correio da Manhã e da CMTV. Carlos Rodrigues sobe a diretor do jornal e da estação televisiva.
Octávio Ribeiro, publisher da Cofina e diretor-geral editorial do Correio da Manhã e da CMTV, está de saída do grupo para se dedicar a projetos pessoais fora do setor, apurou o ECO junto de fontes familiarizadas com a decisão. A saída marca o fim de uma longa passagem de duas décadas pela empresa que também controla a Sábado, o Record e o Jornal de Negócios.
Depois de o ECO avançar esta notícia em exclusivo, a Cofina confirmou oficialmente a informação, dando conta de uma reorganização na estrutura editorial da empresa.
A função de diretor-geral editorial, que era ocupada por Octávio Ribeiro, “será extinta” e Carlos Rodrigues, até aqui diretor executivo do Correio da Manhã, assume o cargo de diretor do jornal e da CMTV. Os restantes títulos ficam “entregues às direções atualmente em funções”, explica a Cofina num comunicado.
“Tendo em conta o contexto que os media atravessam, a Cofina passará a contar com responsáveis editoriais por marcas, televisão e Correio da Manhã por um lado, e os restantes títulos por outro. No entender da empresa, esta reorganização otimiza o seu segmento de televisão, tendo agregado o principal título do grupo, e reforça a identidade própria dos restantes segmentos de media, sem, contudo, deixar de obter as sinergias de grupo”, sublinha a empresa de media.
Com 60 anos, Octávio Ribeiro fez carreira em várias redações, do Semanário à Renascença, passando pela Notícias Magazine e O Independente. Esteve na fundação da TVI, estação televisiva que deixou em 2002 para ingressar na redação do Correio da Manhã. Assumiria a liderança do jornal em 2007 e o cargo de publisher da Cofina Media em 2017.
Pelo meio, foi também assessor de Couto dos Santos por seis meses, quando este era ministro da Educação no terceiro Governo de Aníbal Cavaco Silva. Já este ano, numa entrevista a um programa de entretenimento da CMTV, Octávio Ribeiro assumiu: “Aquilo não era o meu caminho. Eu gosto é de estar do lado das notícias e não do lado da informação oficial.”
Sobre a sua própria saída da Cofina, Octávio Ribeiro salienta, em comunicado, que a dona do Correio da Manhã foi “uma casa de liberdade e de responsabilidade” e que é “o melhor local para se ser jornalista em Portugal, sem condicionalismos, sem receios, com ousadia e vontade de a cada dia contribuir para um Portugal melhor”.
“Considero, ao fim destes anos, ter dado o melhor que consegui. Mas a vida é feita de etapas, e saio com o sentimento de que as equipas da Cofina continuarão empenhadas, diariamente, a cumprir cada vez melhor a sua missão”, acrescenta o jornalista, citado na referida nota.
Considero, ao fim destes anos, ter dado o melhor que consegui. Mas a vida é feita de etapas.
A marca deixada por Octávio Ribeiro na Cofina mereceu mesmo honras de administração. No comunicado divulgado esta terça-feira, Paulo Fernandes, presidente executivo da Cofina, enaltece o trabalho feito pelo jornalista ao longo das duas últimas décadas.
“O Octávio Ribeiro tem sido ao longo dos anos um profissional que sempre fez a diferença, com ousadia, empenho e focado no desenvolvimento de um grupo de media independente, com um posicionamento sempre claro em favor do leitor e do espetador, a quem estaremos sempre agradecidos”, afirma o gestor, citado na referida nota.
Numa entrevista ao Sol, publicada em 2013, Octávio Ribeiro recordou que, quando entrou no Correio da Manhã, o jornal tinha uma tiragem de “90 e poucos mil” exemplares, volume que contrastava com os 115 mil exemplares vendidos pelo então líder Jornal de Notícias.
“O João Marcelino vem à sala de reuniões dizer que o objetivo para o ano era chegar aos 100 mil. E eu pego no JN e digo ‘e ultrapassar estes senhores!’ O João olha para mim como se eu estivesse maluco. Mas ultrapassámos”, contou, nessa ocasião.
Frequentemente criticado pelo sensacionalismo, certo é que Octávio Ribeiro conduziu o jornal Correio da Manhã à liderança. No passado dia 1 de junho, o diário anunciava que “em cada 100 leitores de jornais diários generalistas, 63 escolheram” o CM no mês de maio. Por outras palavras, a quota de mercado é de 62,3% e o jornal vende uma média de 50.899 exemplares por dia. Uma redução, mas os tempos são outros.
Quanto ao canal CMTV, a televisão da Cofina tem crescido em audiências e ultrapassa já as três principais estações noticiosas do país. A 25 de maio, a CMTV registou 4,7% de share, contra 2,3% da SIC Notícias, 1,3% da TVI24 e 0,7% da RTP3, anunciando “1.000 dias consecutivos na liderança do mercado de informação nacional no cabo”. Apesar da comparação, o canal também transmite conteúdos de âmbito mais generalista.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h49 com confirmação oficial e mais informação)
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