Já há transmissão comunitária da variante Delta em Portugal

Já existe transmissão comunitária em Portugal da variante Delta do coronavírus, que é associada à Índia. O contágio é mais evidente na região de Lisboa e Vale do Tejo, indica o relatório semanal de monitorização das “linhas vermelhas” da pandemia, divulgado pela DGS e pelo INSA.

O alerta representa uma evolução face à semana passada, na medida em que o relatório anterior apenas levantava uma suspeita desse tipo de transmissão. Com 92 casos de Covid-19 identificados da linhagem Delta, as autoridades de saúde são agora mais deterministas: “Existe transmissão comunitária desta variante”, apontam.

A variante Delta é uma das estirpes que tem causado mais preocupação aos médicos epidemiologistas, podendo ter estado na origem da vaga mortífera de Covid-19 na Índia, que agora começa a aliviar. Não é a única variante de maior risco presente no país.

Da variante Gamma, associada a Manaus, já foram identificados 142 casos. E da variante Beta, com ligação a África do Sul, são já 111. A variante Alpha, associada ao Reino Unido, continua a ser, de longe, a mais prevalente: é responsável por 88,4% das infeções.

A generalidade dos indicadores que permitem medir a evolução da pandemia continua a crescer, um sinal de expansão da Covid-19 em Portugal, numa altura em que Lisboa, o concelho mais populoso do país, está mais perto de passar a linha vermelha da incidência.

Esta sexta-feira, Lisboa apresentou uma leitura de 222 casos por 100 mil habitantes no acumulado a 14 dias, perto do limite de risco de 240 que pode forçar o município a recuar no desconfinamento.

Porém, apesar da “transmissão comunitária de moderada intensidade”, para já, verifica-se “reduzida pressão nos serviços de saúde”, indica o relatório. Mas “a tendência crescente” dos indicadores “impõe cautela na vigilância do aumento da incidência, em especial na população sem esquema vacinal completo”.