Captura de sardinha em Portugal pode aumentar para até 30.000 toneladas
Avaliação científica revelou uma recuperação da biomassa reprodutora para 451.000 toneladas, acima das 344.000 toneladas de 2020 e das 120.000 toneladas de 2015.
A captura de sardinha em Portugal poderá aumentar para até 30.000 toneladas já este ano, anunciou o ministro do Mar, após o parecer científico do Conselho Internacional para a Exploração do Mar.
“Estamos em condições de aumentar de dez mil toneladas para perto das 30.000 toneladas em Portugal. As opções vão ainda ser acordadas com Espanha, uma vez que o manancial é comum”, anunciou, em conferência de imprensa, Ricardo Serrão Santos.
As capturas de sardinha em Portugal e Espanha não devem ultrapassar as 40.434 toneladas este ano, recomendou esta sexta-feira o Conselho Internacional para a Exploração do Mar.
“Quando o rendimento máximo sustentável foi alcançado, as capturas em 2021 poderão ser de, no máximo, 40.434 toneladas”, lê-se no parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, na sigla em inglês, ou CIEM em português).
Classificando a sardinha como um “recurso extremamente relevante para Portugal”, o governante indicou que a avaliação científica revelou uma recuperação da biomassa reprodutora para 451.000 toneladas, acima das 344.000 toneladas de 2020 e das 120.000 toneladas de 2015.
No entanto, o titular da pasta do Mar ressalvou que, apesar das melhorias registadas, é importante manter a sustentabilidade do recurso, enaltecendo ainda o contributo do setor das pescas para os resultados divulgados esta sexta-feira.
Para Ricardo Serrão Santos, as recomendações científicas mostram que “a estratégia adotada por Portugal e Espanha na gestão dos recursos saiu reforçada”.
O diálogo com Espanha prossegue agora para definir as exatas possibilidades de pesca para os dois países. De acordo com a secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, a negociação será entre as 27.000 e as 30.000 toneladas, uma vez que Portugal é responsável por 66,6% da quota de pesca da sardinha, enquanto Espanha fica com os restantes 33,3%.
“Este limite corresponde a mais do dobro do que tínhamos no ano passado. Para o setor, pescadores, indústria, Governo e cientistas é uma excelente notícia”, afirmou. Teresa Coelho lembrou ainda que só foi possível alcançar esta evolução devido ao esforço do setor e ao incremento da investigação, decidido pelo executivo em 2016.
Presente na mesma sessão, o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Miguel Miranda, considerou que este é o fim de um “processo complicado que durou vários anos”. O responsável sublinhou ainda que a “viabilidade do sistema” não deve ser esquecida e que a gestão do recurso continuará a ser “competente e baseada na ciência”.
A pesca da sardinha reabriu em 17 de maio, após quase sete meses de interdição, com um limite de dez mil toneladas até julho.
A revisão hoje apresentada pelo ICES surge em resposta a um pedido, realizado em fevereiro, pelos governos de Portugal e Espanha.
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