Economia trava com aumento das restrições e maior base de comparação em 2020
A atividade económica em Portugal travou na primeira semana de julho numa altura em que se conjugam dois efeitos: o aumento das restrições e uma maior base de comparação face a 2020.
A economia portuguesa continuar a crescer face a 2020, mas o crescimento desacelerou na última semana, de acordo com o indicador do Banco de Portugal. Este travão pode ser explicado tanto pelo maior nível de restrições por causa da propagação da variante Delta, assim como pela maior base de comparação em 2020 dado que o país já estava desconfinado.
“Na semana terminada a 11 de julho, o indicador diário de atividade económica (DEI) e a taxa bienal correspondente diminuíram face à semana anterior“, revela o Banco de Portugal esta quinta-feira na divulgação do indicador diário de atividade económica. O banco central não avança explicações para esta desaceleração do crescimento da economia portuguesa na semana passada.
Como mostra o gráfico, o indicador tem apresentado crescimentos expressivos desde o final de março por causa de dois fatores: o processo de desconfinamento após o segundo confinamento no início deste ano e a muito baixa base de comparação de 2020 por coincidir com o primeiro confinamento. Porém, desde o início de junho que a taxa de crescimento tem vindo a desacelerar uma vez que gradualmente a base de comparação é maior por coincidir com o desconfinamento do ano passado.
Mais recentemente, entrou em jogo um novo fator: com a subida de casos em todo o país, especialmente na Área Metropolitana de Lisboa, o Governo já impôs um travão no desconfinamento com muitos concelhos a recuarem (e ainda poderá haver mais recuos), o que poderá ter consequências na economia. Contudo, nestes números não é claro se esse efeito já é ou não visível. Por outro lado, até houve uma maior abertura no caso da restauração ao fim de semana com a introdução da obrigatoriedade de testagem prévia (ou certificado de vacinação após 14 dias da última inoculação).
Apesar de diário, o DEI é apenas publicado à quinta-feira, com dados até ao domingo anterior. Com efeito, a 11 de julho, o último dia para o qual foi apurado o DEI, o crescimento homólogo do indicador foi de 6,4%, inferior aos crescimentos de dois dígitos dos últimos meses. Quanto à média móvel semanal, o último valor é o de 8 de julho: uma subida homóloga de 9,1%.
Neste momento, na comparação com a média dos últimos dois anos (2019 e 2020), o valor está claramente em terreno negativo. A média móvel semanal do DEI acumulado de dois anos a 8 de julho foi de -1,3%.
A próxima divulgação do DEI está marcada para 22 de julho.
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