Quais as empresas mais sustentáveis da bolsa de Lisboa?
ESG tornou-se tão importante quanto métricas financeiras na avaliação de desempenho de um investimento. A generalidade das empresas está a fazer uma transição, mas nem todas estão no mesmo nível.
Fatores ambientais, sociais e de governo societário (ESG, na sigla em inglês) entraram no dicionário de empresas e investidores, tendo ganho força na avaliação das cotadas e da respetiva gestão de risco. Com cada vez mais gestoras de ativos empenhadas na sustentabilidade, as empresas da bolsa de Lisboa não estão a passar à margem desta tendência. Mas nem todas estão no mesmo nível.
Sem surpresa, a líder é uma empresa dedicada às energias renováveis: a EDP. A empresa liderada por Miguel Stilwell d’Andrade é a que tem classificação mais elevada, segundo o Refinitiv ESG Combined Score, uma avaliação de desempenho calculada pela Refinit com base em dados reportados por cada empresa no que diz respeito aos três pilares ESG. Conta ainda com uma ponderação de “controvérsias” ESG, ou seja, o nível de risco reputacional relacionado com o tema.
Pioneira em Portugal no financiamento através destes instrumentos, a EDP colocou 5,1 mil milhões de euros em obrigações verdes nos últimos três anos. Em fevereiro, na atualização do seu plano estratégico para 2021-2025, anunciou que pretendia, até ao final desse período, ter 50% da dívida verde (o que representa um crescimento de 22 pontos base face aos atuais 28%) e ser, em termos de negócio, 100% verde. A outra empresa do grupo cotada no PSI-20, a EDP Renováveis, surge na quarta posição.
O sistema da Refinitiv — que é um dos vários que foram sendo criados por empresas de análise de dados e agências de rating para responder à procura — funciona com classificações numéricas que têm uma correspondência em letras, que vão do A+ (o melhor) ao D- (o pior). Não há nenhuma cotada do PSI-20 com a classificação máxima e, além da EDP, apenas outra está entre os A: a Galp Energia.
Apesar de o petróleo ser o principal negócio, a Galp tem acelerado o investimento em renováveis nos últimos anos. O novo CEO da Galp, Andy Brown, tomou as rédeas da maior companhia em fevereiro com o objetivo de acelerar o plano de descarbonização do grupo, tendo iniciado um processo de transformação radical para se reconverter num negócio com emissões zero. E, quatro meses depois, anunciou um investimento recorde em renováveis em Espanha.
Se as energéticas têm estado especialmente atentas a estas questões, muitas empresas de outros setores também têm feito um caminho de conversão do negócio. Os CTT, por exemplo, estão entre as oito cotadas na categoria B, o que representa um desempenho “relativamente bom” e acima da média dos pares.
Nem só de iniciativas próprias se faz a classificação. Por exemplo, a Jerónimo Martins é especialmente penalizada pelo risco de exposição a eventuais controvérsias públicas globais, ficando assim entre as piores classificações no nível C, que agrega três cotadas. O pior desempenho — e única cotada do PSI-20 com avaliação D+ — é da holding Pharol, que apesar da baixa ponderação de controvérsias, tem a pior classificação possível a nível ambiental.
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