TAP vai pagar subsídio de férias em atraso diretamente aos trabalhadores da Groundforce
Groundforce rejeitou a transferência da TAP para que a empresa de handling pagasse valores em dívida aos trabalhadores. Agora, a companhia decidiu avançar com o pagamento direto aos funcionários.
A TAP vai avançar com o pagamento do valor correspondente ao subsídio de férias e às anuidades em atraso diretamente aos trabalhadores da Groundforce. Ao mesmo tempo, a companhia aérea assegurará que os salários de julho serão pagos através do adiantamento de fundos à empresa de handling.
Foi já comunicado, em reunião com sindicatos da Groundforce, que “a TAP vai proceder ao pagamento do valor correspondente ao subsídio de férias e às anuidades em atraso diretamente aos trabalhadores da Groundforce“, diz o Ministério das Infraestruturas em comunicado, sem revelar que mecanismo irá utilizar para fazer esse pagamento.
“Esta foi a solução encontrada para ultrapassar a recusa na semana passada da administração da Groundforce em aceitar a transferência da TAP que permitiria o pagamento aos trabalhadores do subsídio que lhes era devido”, acrescenta, lembrando a recusa de Alfredo Casimiro em aceitar o adiantamento de fundos à empresa.
Recorde-se que a TAP propôs-se a para assegurar, a título de adiantamento de pagamento, o subsídio de férias dos trabalhadores da SPdH, conhecida pelo nome comercial Groundforce, mas a empresa de handling disse não querer adiantamentos da TAP, mas que a companhia aérea “pague os serviços já prestados”. A TAP respondeu dizendo “que não é devedora, mas, antes, credora” da Groundforce.
Adiantamento garante salários de junho
Além de saldar diretamente os subsídios e anuidades, a companhia aérea vai também procurar garantir que os trabalhadores recebem o salário deste mês com o adiantamento feito à Groundforce.
A empresa vai “abreviar o pagamento definido contratualmente para saldar a fatura relativa a serviços prestados em junho, garantindo que a administração da Groundforce tem liquidez suficiente para pagar integral e atempadamente os salários dos trabalhadores relativos ao mês de julho“, diz em comunicado.
O “valor dos serviços prestados pagos pela TAP à Groundforce é superior às necessidades salariais dos trabalhadores da Groundforce”, acrescenta o Ministério das Infraestruturas, sublinhando que será, assim, possível à empresa saldar os seus compromissos com os trabalhadores que estiveram em greve no fim de semana. Não avança, contudo, qual o valor do adiantamento.
Montepio vende ou Governo toma medidas
Esta decisão de colocar a TAP a saldar subsídios, mas também a adiantar verbas para o pagamento dos salários, surge depois do “juízo central cível de Lisboa que declarou improcedente a providência cautelar interposta pela Pasogal para impedir o Montepio de alienar a participação na Groundforce”.
O Ministério das Infraestruturas e da Habitação diz ter, agora, a “expectativa que a venda por parte do Montepio das ações da Pasogal que tem em sua legitima posse terá um desfecho positivo nos próximos dias”. Pedro Nuno Santos reitera assim o otimismo que tinha demonstrado na audição na Assembleia da República.
"Caso essa venda [das ações por parte do Montepio] não se concretize muito em breve, o Governo avançará de imediato com as ações necessárias para garantir a mudança acionista indispensável para a viabilização da empresa.”
A expectativa é de sucesso na venda por parte do Montepio — Paulo Neto Leite, antigo CEO da empresa, quer comprar Groundforce por cinco milhões de euros –, mas caso tal não se verifique, o Governo intervirá.
“Caso essa venda não se concretize muito em breve, o Governo avançará de imediato com as ações necessárias para garantir a mudança acionista indispensável para a viabilização da empresa“, diz o mesmo comunicado.
(Notícia atualizada às 19h43 com mais informação)
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