PCP aponta o dedo aos governos no inquérito ao Novo Banco
Comunistas vão apresentar propostas de alteração ao relatório da comissão de inquérito ao Novo Banco. Duarte Alves aponta para "fraude" na resolução do BES e "caráter ruinoso" da venda ao Lone Star.
“Não contem com o PCP para isentar as responsabilidades dos governos” nas opções políticas tomadas no processo do BES e Novo Banco, afirmou o deputado Duarte Alves, que anunciou que os comunistas também vão apresentar várias propostas de alteração ao relatório da comissão de inquérito ao Novo Banco.
Desde logo, adiantou Duarte Alves, o documento deve referir-se à “fraude” que representou a resolução do BES, em 2014, decidida pelo governo PSD/CDS, “quando se disse que seria possível resolver o banco com 4,9 mil milhões de euros, criando um suposto ‘banco bom’”.
Outro ponto que o relatório deve conter: “O caráter ruinoso da privatização, decidida pelo governo PS”, que entregou o banco a um fundo privado (a Lone Star), com este a ficar “com todos os instrumentos para utilizar a totalidade da garantia pública de 3,9 mil milhões de euros, sem quaisquer mecanismos eficazes de controlo”.
O deputado comunista pretende desfazer a ideia que consta do relatório preliminar elaborado pelo socialista Fernando Anastácio: de que os governos de Passos Coelho e de António Costa “foram obrigados” a tomar decisões “menos más”.
Para o PCP, se se poderia exigir mais ao Banco de Portugal e à União Europeia, tal como diz o relatório, “é na responsabilização dos governos que está a maior fragilidade”.
Foram estes os responsáveis pela atual situação de “um banco em que já foram enterrados mais de oito mil milhões de euros de recursos públicos, e que sendo privado, serve os interesses dos seus acionistas e não o interesse público”, atiram os comunistas.
Os partidos tinham até às 15h00 desta sexta-feira para proporem alterações ao relatório preliminar que foi apresentado esta terça-feira, estando prevista a discussão e votação do documento na próxima semana.
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