PSD diz que relatório da CPI ao Novo Banco “não tem emenda”
PSD apresentou dezenas de propostas de alteração às conclusões do relatório da comissão de inquérito ao Novo Banco, da autoria do PS. Acusa socialistas de não estarem "preocupados com a verdade".
O PSD considera que o relatório da comissão de inquérito ao Novo Banco “não tem emenda”. Ainda assim, anunciou um conjunto de propostas de alteração para a parte das conclusões que diz serem “factuais” e cujo grau de aprovação por parte dos outros partidos irá determinar o sentido de voto dos sociais-democratas em relação ao documento final. As acusações têm um alvo em particular: o PS, do qual faz parte autor do relatório, Fernando Anastácio. “Não está preocupado com a verdade”, acusou Duarte Pacheco.
“O que não tem emenda não vale a pena apresentar alterações. Vamos só apresentar propostas para as conclusões”, anunciou o deputado do PSD em conferência de imprensa.
Os partidos têm até às 15h00 desta sexta-feira para proporem alterações ao relatório preliminar que foi apresentado esta terça-feira, estando prevista a discussão e votação do documento na próxima semana. O relatório critica sobretudo o Novo Banco, o Banco de Portugal, a Comissão Europeia e os grandes devedores, ilibando os governos em todo o processo, sobretudo o do PS, segundo o PSD.
Desde logo os sociais-democratas se mostraram muito críticos com o relatório elaborado por Fernando Anastácio, por estar “enviesado”. Mantêm essa ideia e ameaçam votar contra o relatório final.
Para já, deixaram “várias dezenas de propostas de alteração” para as conclusões “que visam introduzir seriedade, factualidade e equilíbrio”. “Pretendemos que estas conclusões possam vir a ser aprovadas. Estão escritas em linguagem factual para que outros partidos se revejam nelas. Não temos grande esperança que o PS se reveja porque a sua preocupação não é a verdade“, atirou Duarte Pacheco.
O que querem mudar?
A primeira crítica do PSD reside no facto de o PS se ter preocupado colocar o contraditório na parte venda do Novo Banco ao fundo Lone Star – onde houve intervenção do governo de António Costa –, mas não o fez noutras situações.
Por exemplo, explicou Duarte Pacheco, “que se diga que o Banco de Portugal agiu mal — e na nossa opinião agiu, há falhas claras de supervisão –, mas que o Banco de Portugal atuou, no seu entendimento, respeitando isto e aquilo”. “É o mínimo de seriedade: ou pomos o contraditório do princípio ao fim das conclusões ou não se pode por apenas o contraditório quando ele nos é favorável para defender a posição que queremos defender”, sinalizou o deputado.
Ainda sobre a venda em 2017, segundo Duarte Pachedo, o relatório elaborado por Fernando Anastácio esquece a intervenção do Governo neste processo.
“Todos nós recordámos que quem veio anunciar ao país a alienação foi o primeiro-ministro numa conferência de imprensa”, lembra. “Não se pode depois dizer neste relatório que todo o processo foi desenvolvido pelo Banco de Portugal, esquecendo por completo a responsabilidade governamental nessa fase. Percebo que quando as coisas não correm bem se procura aligeirar responsabilidades. É o que o PS mais uma vez vai querer fazer. Não é sério”, afirmou.
(Notícia atualizada às 13h25)
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