Volkswagen procura nova casa para ter até 450 trabalhadores no hub tecnológico em Portugal
Equipa em Portugal já tem 230 colaboradores. Hub tecnológico do grupo automóvel em Portugal quer duplicar equipa até 2023.
A Volkswagen Digital Solutions (VWDS) está à procura de um novo escritório para os 450 colaboradores que o hub tecnológico do grupo automóvel em Portugal pretende acolher em três anos. Para isso, até ao final deste ano, pretende contratar cerca de 70 profissionais, elevando para 300 o número de colaboradores, com os restantes 150 a serem contratados até 2023. Uma aposta no mercado nacional que deverá exigir, em três anos, um investimento de mais de 91 milhões de euros.
“Este ano estamos a contar (investir) entre 19 até 21 milhões, dependendo do onboarding. Com o crescimento planeado, estamos a prever em 2022 passarmos para um patamar acima dos 30 milhões e, em 2023, já estamos a prever um investimento por volta dos 40 milhões”, adianta Mark Jacobi, managing director & CFO da Volkswagen Digital Solutions, à Pessoas. Valores de investimento que incluem os salários dos colaboradores.
O hub tecnológico da marca automóvel alemã arrancou em Portugal em 2018, com um investimento de 5 milhões de euros, tendo desde então vindo a crescer, em número de pessoas, projetos desenvolvidos para o grupo VW e investimento. “Desde o primeiro ano sempre duplicamos a força de trabalho”, diz Mark Jacobi.
Neste momento, a VWDS tem 230 colaboradores que, antes de a pandemia os ter levado em março do ano passado a trabalhar remotamente, estavam distribuídos por três escritórios, no Rato, na Avenida da República e o terceiro perto da embaixada da Rússia. Agora, com o volume de contratações previsto, a companhia quer concentrar-se num espaço único.
“Temos o projeto de juntar os três escritórios, porque facilita o trabalho em conjunto. Procuramos ou no centro de Lisboa ou na zona da Expo, porque as duas zonas têm boas ligações a transportes públicos — metro, comboio e autocarros — e muitos dos nossos colaboradores deslocam-se por essa via”, explica Mark Jacobi. “Queremos estar no centro para que o colaborador possa ter vida à volta, possa sair para almoço ou depois do dia de trabalho fazer algumas compras, tenha um apoio à sua vida fora do escritório”, justifica.
“Já estamos em algumas discussões mais finalizadas com dois a três prédios que tínhamos visto e que nos deram mais confiança de que ali podemos implementar o nosso pensamento sobre o futuro escritório”, diz o managing director da VWDS. Decisões que querem que esteja tomada até ao final do ano. “Estamos a trabalhar para isso. Neste momento, temos espaço para mais pessoas, mas iríamos ter problemas no início do próximo ano caso muita gente queira vir para o escritório. Estamos a procurar espaço para que possamos arrancar com alguns projetos em janeiro”, refere.
O futuro será híbrido
O que será o futuro escritório não há grandes certezas. “Estamos à procura de um escritório que possa ser o espaço de crescimento dos próximos anos, mas também do novo modelo de trabalho. Não estou a planear um espaço para ter 450 pessoas diariamente no mesmo local. Isso está over”, afiança o responsável. “O nosso approach vai ser num modelo híbrido, não vamos ser uma empresa full remote. Quem quer pode sempre ir para o escritório, o resto pode estar em casa, mas terá de estar na empresa para determinadas ocasiões. As equipas — porque os projetos são diferentes — vão decidir com que frequência se vão encontrar no escritório para reunir cara a cara, para trabalhar em projetos”, descreve.
Por isso, o futuro hub terá de ser um espaço “moldável”, diz. “Vamos querer um escritório que no futuro seja facilmente alterável, para o crescimento, para mudarmos zonas de trabalho em equipas. Precisamos sala de vídeo-conferência state of the art, para termos mais qualidade, especialmente quando trabalhamos em equipas à distância, com os nossos parceiros na Alemanha”, enumera.
Duplicar equipa até 2023
No curto e médio prazo o objetivo é reforçar equipa. “Queremos crescer até 450 pessoas, mas a nossa ideia é ter pequenos tech hubs até 100 pessoas. Com uma estrutura lean, flat, onde podem trabalhar como gostam, com agilidade”, refere Mark Jacobi.
“Neste momento temos 230 colaboradores para setembro já temos pipeline para mais pessoas, estamos a prever até ao final do ano 300 colaboradores”, diz. E os restantes 150 serão contratados até 2023.
No site da VWDS na área de carreiras já estão disponíveis as ofertas disponíveis. Senior SAP basis technology specialist, junior angular developer, team leader – Application support, UX/UI designer, fullstack developer ou servicenow engineer são alguns dos perfis procurados pela companhia.
Um processo de recrutamento que arranca num momento em que a procura de profissionais tech está em alta, levando a maior pressão salarial.
“A qualidade do trabalho vai ficar mais cara no futuro, porque o mercado está ativo, é muito competitivo em Portugal, todas as grandes empresas que fazem qualquer coisa em IT entraram nos últimos 5/6 anos em Portugal, não foi só a VW”, refere o managing director. “Desde o início que dissemos que queríamos criar um bom brand – começamos com a vantagem de VW ser um bom brand, não especificamente no IT, mas um nome que toda a gente conhece pela qualidade e bom trabalho – e com base nisso vamos apoiar a evolução digital dentro do VW”, continua.
“Com o nome, bom ambiente interno e condições bem competitivas, criamos um bom — não só baseado no salário — mas um bom pacote para os trabalhadores trabalharem, com fringe benefits, escritórios…”, elenco o responsável.
Porque é o que IT funciona tão bem em Portugal? Na minha opinião o português gosta do desafio. O português em geral não gosta do trabalho monótono. Gosta de fazer o impossível possível e penso que é um dos segredos do mercado de IT tem tanta procura das grandes empresas.
Neste momento, a equipa é composta por mais de 200 profissionais de mais de 16 nacionalidades, de países tão diversos como a Sérvia, o Brasil, a Irlanda, a Roménia, a África do Sul, a Índia e Portugal. Destes 75% é talento português.
“As faculdades preparam muito bem os developers, os engenheiros em Portugal, para ter uma mente aberta. Na Alemanha encontra-se mais especialistas numa tecnologia única, mas depois não tem a flexibilidade para encarar outro projeto ou a pensar um pouco fora da caixa, comenta. “Porque é o que IT funciona tão bem em Portugal? Na minha opinião o português gosta do desafio. O português em geral não gosta do trabalho monótono. Gosta de fazer o impossível possível e penso que é um dos segredos do mercado de IT tem tanta procura das grandes empresas: ali há talento que faz uma coisa diferente de outros países onde o IT é também forte”, afirma.
Um quarto dos colaboradores da empresa são mulheres.
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