BRANDS' TRABALHO Qual é o verdadeiro segredo das empresas unicórnio?

  • PESSOAS + EY
  • 9 Agosto 2021

Beatriz Marques, Senior Consultant EY, People Advisory Services, explica o que podemos aprender com a cultura de forte impacto das empresas unicórnio.

A expansão do digital tem acelerado muitas das transformações que vivenciamos e impactam diretamente o crescimento das organizações. Cada vez mais surgem “unicórnios”, com grandes casos de sucesso que nos inspiram a inovar, arriscar e a questionar o status quo, não só ao nível dos produtos e serviços, mas também, na forma como vivemos dentro das organizações.

O estatuto unicórnio é concedido a startups que são avaliadas em cerca de mil milhões de dólares. Destacam-se por trazer “soluções mágicas” para o mercado através da criação de novos negócios que dão resposta às necessidades dos indivíduos de forma disruptiva. Contudo, o verdadeiro segredo associado ao sucesso destas empresas vai mais além e está assente na criação de uma cultura organizacional de forte impacto.

A cultura organizacional traduz-se no conjunto de valores, crenças, motivações, atitudes e comportamentos que são partilhados no ambiente de trabalho. Este é um dos ativos mais valiosos das organizações, dado que representa o seu ADN único, que não pode ser copiado!

Uma vez compreendida e havendo alinhamento entre os valores, as estratégias e as práticas, é mais fácil os colaboradores sentirem o match com a organização e atuarem de acordo com o que é esperado.

Independentemente dos elementos que a constituem, a cultura deve ser clara, coerente e vivida todos os dias de forma consistente.

Posto isto, o que podemos aprender com a cultura de forte impacto dos unicórnios?

Olhando para os casos de sucesso destas empresas, é possível constatar que por detrás dos excelentes resultados alcançados, existem duas componentes basilares: o propósito e os princípios orientadores.

"Podemos aprender com os unicórnios que criar uma cultura de impacto passa por ser fiel aos seus valores e por colocar os colaboradores em primeiro plano – people first – encarando-os como parte integrante e não apenas como números. ”

Beatriz Marques

Senior Consultant EY, People Advisory Services

O propósito une a organização em torno de um “sonho” comum, tem a força necessária para construir ligações humanas, atrair e unir diferentes talentos, movimentando-os na mesma direção. Por sua vez, os princípios orientadores dão robustez a esse propósito e guiam a atuação dos colaboradores através dos comportamentos. Tipicamente refletem a colaboração, a agilidade, a inovação, a aprendizagem contínua, a autonomia, a aceitação ao erro, entre outros princípios, que resultam na sua eficácia e relevância no mercado.

Em primeiro lugar, é necessário garantir que estas duas componentes estão bem definidas e que são apreendidas por todos os colaboradores. Ainda é comum existirem organizações que têm a sua identidade cultural definida, mas esta não corresponde à realidade e à perceção dos colaboradores, pelo que, nesses casos, deverá ser revista.

De seguida, é importante garantir o alinhamento e o onboard das lideranças e key people. Sabemos que a cultura é a forma como todos vivem na organização, no entanto, estes têm um papel de destaque enquanto multiplicadores da cultura porque são um exemplo de referência no dia-a-dia, através dos comportamentos evidenciados e da promoção de rituais “sagrados” da organização.

Cada vez mais constatamos que os colaboradores procuram um forte sentimento de pertença, experiências marcantes e um bom salário emocional que, frequentemente, é possível reforçar através destes rituais e de iniciativas relacionadas com a cultura.

Podemos, assim, aprender com os unicórnios que criar uma cultura de impacto passa por ser fiel aos seus valores e por colocar os colaboradores em primeiro plano – people first – encarando-os como parte integrante e não apenas como números. A promoção de um ambiente agradável, que priorize o bem-estar, promova relações assentes na confiança e na transparência, são essenciais para potenciar as organizações a outro nível.

Esta não é uma tarefa fácil, requer tempo e dedicação. Contudo, quando tudo isto acontece, as organizações obtêm ganhos significativos, não só ao nível da produtividade, mas também, ao nível da motivação e engagement dos colaboradores.

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