Governo tenta reaver cinco milhões em equipamentos para a Covid-19 que nunca chegaram aos hospitais
A Administração Central do Sistema de Saúde registou 345.734,90 euros em material médico cuja localização não foi identificada. Parte é material descartável de uso urgente que não foi registado.
O Governo gastou cerca de cinco milhões de euros em equipamentos de medicina intensiva para equipar os hospitais, durante a pandemia. Mas esses materiais, como ventiladores e monitores, nunca foram recebidos pelos hospitais, avança o Público (acesso condicionado). Agora, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) está a tentar que lhe devolvam este montante, patente no Relatório de Gestão e Demonstrações Financeiras e Orçamentais, referente a 2020.
“Salienta-se que nas outras contas a receber se encontram reconhecidos 5.321.234,50 euros a receber por parte dos fornecedores de investimento, em consequência dos adiantamentos efetuados nos processos de aquisição de equipamento de medicina intensiva para reforço da capacidade de resposta do SNS, os quais foram alvo de resolução por incumprimento contratual, encontrando-se a ACSS a finalizar as negociações com os fornecedores para a restituição dos montantes”, lê-se no relatório.
A ACSS teve uma despesa de mais de 37,7 milhões de euros no ano passado, em compras de equipamentos para os hospitais combaterem a pandemia. Para além disso, na secção de “outros gastos e perdas”, estão 345.734,90 euros em material cuja localização não foi identificada. Fonte da ACSS explicou ao Público que, como muitos desses materiais são descartáveis, de urgente utilização e que se gasta muito rapidamente, nunca foram registados, apesar de terem sido distribuídos. ”Alguns destes consumíveis não foram submetidos ao processamento de registo de receção e armazenamento habitual”, mas “até à regularização desse processo, que está a decorrer, este valor terá de constar, por uma questão de formalidade, como perdas em inventários”, explica a fonte ao jornal.
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